A chantagem do vizinho

3

Agora depois de quase sete anos de uma vida conjugal infeliz teve naquela manhã um raio de felicidade quando viu a nova vizinha entrar em sua casa para um almoço de boas vindas aos novos vizinhos.

- Oi como vai? Sou Marcelo, marido de Juliana. - cumprimentou ele ao seu vizinho Roberto.

- Sou Roberto... - e ele observava a mulher ruiva ir sentar no sofá com sua esposa.

A conversa se estendeu animadamente. Roberto notou que o casal era muito unido e participavam juntos dos mesmos assuntos.

- Estamos casados há cinco anos - comentou Juliana quando Daniela perguntou sobre quanto tempo estavam casados.

Roberto encheu as taças de vinho dos casais.

- E o que você faz da vida, Marcelo? - indagou Roberto.

- Sou gerente de um banco, mas estou aproveitando as férias que me deram...

Juliana olhou para o marido.

- E você? - a pergunta de Roberto pegou Juliana num pulo.

- Eu... dou aulas num ateliê, aqui mesmo na cidade. - a voz dela soou sensualmente.

Roberto sentiu uma imensa vontade de aspirar seu perfume.

Daniela foi servir a mesa, e Juliana se ofereceu ajudar. As mulheres terminaram de por a mesa e os maridos foram sentar.

- Nossa! Que cheiro delicioso! - elogiou Juliana antes mesmo de experimentar.

Marcelo sabia apreciar uma boa comida, e não economizou elogios à cozinheira que, ficou ruborizada de vergonha.

O almoço saiu perfeito. Depois os maridos foram pra sala jogar uma partida de xadrez, Marcelo demonstrou ser mais habilidoso em praticar estratégia para acabar com o rei logo de início, mas Roberto se mostrou um jogador desesperado e suicida, e atrapalhava os planos de Marcelo.

Depois trocaram informações sobre partidas de futebol, ambos gostavam de jogo.

Mas não ouviam os mesmo estilos de músicas.

Os vizinhos agradeceram e convidaram Daniela e Roberto para um jantar qualquer dia desses. Roberto sorriu discretamente para Juliana, e ela soube disfarçar.

Daniela estava fazendo planos para os próximos dias, já que imaginava que o marido seria mais calmo e teria alguém para conversar além dela mesma.

O dia passou e Juliana não saía da cabeça de Roberto. Queria ela, queria ela na cama, sob seu poder... Era sua cobiça no momento.

Na manhã seguinte, ele acordou e espiou pela cortina de sua janela, mas a cortina da janela da vizinha continuava fechada. Observou que Juliana saía para fora, estava de camisola e espreguiçava sonolenta.

Ela olhou em direção a sua janela e viu Roberto ali, espiando-na. Ela fingiu que não ligou e entrou de volta para casa.

Roberto desceu as escadas e tomou um banho e comeu umas torradas que Daniela preparara.

Daniela foi arrumar seu quarto, e Roberto novamente espiou pela janela da sala. A vizinha estava na porta arrumada e despedia do marido com um abraço seguido por um beijo. Ela entrou no carro e o portão eletrônico abriu, e Juliana saiu.

Roberto teve um impulso de segui-la e não se conteve. Queria saber onde era o local de seu trabalho.

Pegou a moto e seguiu discretamente atrás dela. No centro da cidade ele a viu estacionando o seu carro num estacionamento pago e depois chegou um outro carro e deu um sinal à ela. Roberto bem distante a observa entrando apressada naquele carro. Roberto desconfia e segue-a. O carro desconhecido entra num motel. Roberto descobriu que sua vizinha tinha um amante...

No outro dia ele a encontra no seu jardim e entra pelo seu portão aberto.

- Bom dia, vizinha? - cumprimentou ele sorridente.

- Oi... quer falar com o meu marido? - tentou adivinhar.

- Não... eu queria mesmo é falar com você – ela o encarou não muito segura.

- Então?

- Você disse que trabalhava num ateliê, não é mesmo?

- Sim.

- Você faz o que exatamente?

Ela ficou pensando no que ele queria.

- Pinto quadro... desenhos, paisagens mortas... etc.

Roberto se fez de interessado.

- Você não poderia fazer um retrato meu?

- Sinto muito, mas eu não pinto retrato. Não sou muito boa nessa área. Mas, tenho um amigo de trabalho que sabe pintar muito bem... - e ele a interrompeu.

- Não, acho que não. Eu queria que você fizesse.

- Desculpe. Não sei fazer. Bom dia, então... - e ela o deixou no quintal e entrou para dentro.