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Daniela estava apertando a campainha da porta da casa ao lado. Marcelo atendeu-a.

- Bom dia, Daniela... - sua voz era suave. - Que prazer.

Daniela torcia que Juliana atendesse a porta, pois ficava meio desconcertada quando está a sós com ele.

- Quer entrar? - o ofereceu, sorrindo e olhando-a intensamente.

Daniela lhe sorriu timidamente.

- Não, obrigada... eu vim para dar um recado, convidá-los, não, quero dizer, meu pai ligou e os convidou para um almoço lá em sua casa... - ela se atrapalhara toda para transmitir o aviso.

- Mas isso é ótimo! - respondeu ele. - Ficaríamos honrados! Mas temos um problema... nosso carro está com problema. Será muito pedirmos uma carona?

- Oh, claro que não! Eu e Rober íamos adorar. Então... pegamos vocês às 11h00, certo?

Ele lhe sorriu enigmaticamente.

- Pelo contrário, nós pegaremos vocês... - e entrou. Daniela ficou sem entender, mas achou que fosse uma piada dele e foi para sua casa.

- Quem era querido? - Juliana veio da cozinha, interessada.

- Nossa vizinha do lado.

- Daniela? - sua voz entoou em preocupação. - Houve algum problema?

- Não exatamente... - o comentou, sorrindo. - Talvez problemas para eles no futuro, mas para nós vitória!

- Quer contar logo o que houve? - cortou o senso de mistério dele.

- O pai de Daniela nos convidou para almoçar em sua casa.

Juliana ficou sem compreender.

- Quem?... O pai dela? Mas nós nem o conhecemos... - a estranhou.

Marcelo deu-lhe uma piscada e um sorriso sortudo.

- Bem, ontem à tarde tive o privilégio de conhecer o pai de Daniela, e um político famoso, que se candidatou a governador do estado de São Paulo. Então era essa a oportunidade que faltava, um meio para eu me infiltrar e descobrir novidades... eu disse aos homens que os admiravam e aí o negócio foi água com açúcar! - Marcelo jogou as mãos para trás da cabeça e relaxou-se no sofá se sentindo vitorioso. - Esses homens nos darão o nosso objetivo concretizado.

Juliana ouviu as suas palavras assustada.

- Marcelo... não acha que isso pode ser muito arriscado?

Marcelo levantou e tomou-a em seus braços.

- Viver é um risco que enfrentamos todos os dias, querida – lembrou-o a ela. - Não se preocupe, encontrei um segredo inédito entre o ex-delegado com seu parceiro político.

- Não vai contar o que descobriu? - ficou curiosa.

- Ainda não, amor, quero mais provas e depois começarão a chantagem milionária.

Juliana se surpreendeu, mas acabou achando graça.

- Não se iluda amor... nenhum homem se deixará ser chantageado por tanto assim.

Marcelo apenas sorria para ela. Ele pegou a chave do carro. - Para onde vai?

- Vou comprar uns presentes para os nossos novos amigos, sempre é bom ser dedicados e impressioná-los muito bem... e claro, vou passar numa joalharia e comprar uma nova aliança para você... - Juliana sentiu as mãos suarem. - Não seria nada bom eles verem que eu tenho aliança e você não, né?

Juliana não teve tempo de se explicar e Marcelo já tinha saído.

Juliana subiu rapidamente as escadas assim que escutou o carro saindo do quintal. Ela parou no corredor diante de uma porta e sentiu atentada em entrar ali, mas sabia antes mesmo de tentar que a porta estaria fechada. E estava mesma. Ela teria que aproveitar aquela oportunidade e descobrir o quanto ele sabia sobre Roberto, e seu sogro... Ela sabia que só tinha um jeito para entrar ali, sem arrombar a porta do escritório dele, e sem perder tempo ligou para o celular de Roberto.

Roberto atendeu.

- Alô.

- Roberto... - Juliana sussurrou em seu ouvido, e ele sentiu o peito se encher de prazer e saudade em ouvi-la. - Venha até aqui depressa, e dê a volta no fundo da minha casa!

Ele se preocupou.

- Aconteceu algo? - ele escutou o suspiro dela.

- Ainda não, mas podemos tentar evitar que aconteça. Venha logo e não deixe ninguém o vê-lo! - e a ligação foi cortada.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora