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Marcelo agradeceu Roberto e Daniela pela carona e entrou com Juliana para dentro. Roberto sorriu para Juliana quando ela olhou por cima do ombro. Daniela entrou e Roberto a acompanhou. Naquela noite Roberto recusou em fazer amor com Daniela, e passou a madrugada em claro, pensando na mulher que estava na casa ao lado, e como queria estar com ela. Ele pensou numa cidade bem longe onde pudessem fugir... mas o melhor seria se eles mudassem de país, ou para o planeta...

Ele adormeceu quando o dia estava ficando claro, e só acordou quando o almoço estava pronto.

- Meu Deus!... - ele exclamou vendo a hora no relógio despertador. Ele levantou e saiu para o banheiro. Mas não tomou banho, apenas lavou o rosto e escovou os dentes. Desceu e Daniela já estava acabando de por a mesa.

- Boa tarde, amor... - ela correu e o beijou. - Acordou agora, foi?

- O que você acha? - perguntou ele.

- Me desculpe se não acordei mais cedo... mas é que você só foi dormir quando eu já estava me levantando.

- Não se preocupe... - murmurou ele indo sentar na cadeira. - Não vou almoçar nada agora.

- Então come uma fruta – disse ela e pegou uma maçã e lhe atirou nas suas mãos.

Roberto mordeu e mastigou sem vontade alguma, mas comeu boa parte dela.

Daniela almoçou ao lado do marido quieta, imaginando o que teria feito ele perder o sono...

Marcelo tinha acordado há horas e estava entregando os envelopes que Valter lhe confiou para ser entregues. Marcelo despachou o último envelope e ligou para o celular do seu "chefe".

- Valter? Sou eu, o Marcelo... sim tá tudo entregue... Ok. Muito obrigado... com certeza, será um prazer, até breve.

Marcelo resolveu passar na casa de um amigo...

Henrique estava na sua casa e Isabella, sua linda namorada estava na piscina. A empregada atendeu o portão e Marcelo se apresentou. Ela foi chamar o seu patrão.

- Com licença, Henrique. - ele estava na sala sentado, verificando um rádio com defeito e olhou para ela. - Um homem chamado Marcelo está querendo lhe ver.

O rapaz sentiu um aperto no peito e largou o rádio sem conserto de lado. A velha empregada se retirou. Henrique respirou fundo e foi vê-lo.

- Boa tarde, meu amigo... - cumprimentou Marcelo feliz em o vê-lo. - Posso entrar?

O rapaz saiu da frente e o convidado entrou. Henrique lançou um olhar rápido para a namorada na piscina, e Marcelo reparou, e despreocupou. - Não se preocupe, ela e você ficarão bem. Que tal entrarmos? - Marcelo se convidou para entrar novamente. Henrique estava desesperado com ele ali, na sua casa, mas aceitou.

- O-O que você quer? V-Você não disse que e-era a última vez?...

Marcelo sentou no sofá e interrompeu-o.

- Sim, claro, estou aqui para lhe pedir uma ajuda, um favor, de amigo... não se preocupe enquanto aquilo. Está tudo acabado.

Henrique ficou encarando ele desconfiado e sentou de frente ao seu psicólogo chantagista.

- Então?...

- Você ainda mexe com aquelas microcâmeras? Sabe, instalar câmeras em objetos... sem que outros suspeitem.

O jovem entendera o que ele queria dizer, e balançou a cabeça afirmativamente.

- É, e-eu ainda mexo, embora f-faz tempo que não a mexo, m-mas... - Marcelo deu um sorriso esperançoso a ele. - ...mas se quiser, e-eu posso ajuda-lo.

- Nossa... você não sabe como me tirou de um sufoco, Henrique! Valeu mesmo... - e o doutor passou a contar como queria que ele instalasse a microcâmera num objeto do tamanho de um broche...

Marcelo chegou a sua casa às 15h45 da tarde e resolveu descansar um pouco, na rede. Juliana estava ocupada lavando as roupas, no tanque de lavar... mas sua mente ligada ao homem da casa ou lado.

Marcelo acordou duas horas depois, e entrou para dentro de sua casa.

- Nossa... o tempo esfriou... - disse ele sentindo frio e bocejou de sono, e Juliana que estava no sofá assistindo um filme o convidou.

- Vem cá para eu te esquentar melhor. Vem... - ele obedeceu e ficou deitada com ela, assistindo o filme que estava na terceira parte.

- Juliana...

- Sim – disse ela acariciando seu cabelo.

- Estive calculando algumas coisas, e... e acho que vai demorar mais algumas semanas para ... - ia dizendo ele, mas Juliana o interrompeu.

- Ah, não! Marcelo?... Eu quero me ver o mais rápido livre daquele canalha! - mentia convincentemente. - Até parece que você está gostando de me ver sair com ele!

Ele olhou para ela, um olhar longe e triste.

- Assim você me magoa... eu lhe amo, sabia?

Ela tentava querer acreditar e segurou as lágrimas, mas acabou aceitando.

- Sei que você me ama... desculpa, tá? - e beijou-o. - Tá, eu vou esperar mais uma semana, ou até você estiver pronto... - e ela voltou a fazer carinho em seu cabelo.

- Você é minha princesa... minha amada, minha vida... obrigado, querida... - murmurava ele tentando dormir de cara nos seios da parceira. Juliana sorriu para si mesma, pois em uma semana muita coisa podia dar certo a ela e ao Roberto.

À noite Roberto resolveu ir ao cinema com Daniela, e assistiram um filme de suspense. Daniela se agarrava ao marido toda vez que o assassino aparecia de surpresa atrás de suas vítimas e enfiava a faca assassina nas suas costas, e nuca. Roberto teve vontade de ir ao banheiro e foi. O banheiro do cinema estava vazio, e ele podia escutar os gritos das mulheres nas poltronas por causa do filme. Ele entrou num boxe e mijou. Lavou as mãos e olhou para o espelho. Viu se olhando e atrás dele via se um homem com um sorriso psicopata e uma faca pronta para enterrar em suas costas, e ele rapidamente se virou para defender. Não havia ninguém atrás dele. Roberto fechou os olhos e balançou a cabeça... estivera imaginando coisas... porque Marcelo estaria com uma faca para matá-lo? Ele voltou para a fila onde Daniela recusava abrir os olhos para ver uma cena onde o assassino mascarado torturava um casal de namorados...

- Daniela... - o chamou ao seu ouvido. - O filme está te assustando muito, é? Se quiser podemos sair... - ela agarrou ao seu braço, mas apressou em recusar.

- Oh, não, eu só não queria ver sozinha... é apenas um filme... e é para assustar, não acha?

Roberto se relaxou e voltou a beber sua coca, enquanto assistia o resto do filme.

Juliana estava no quarto, tentava dormir mais não conseguia. Marcelo estava trancado novamente em seu escritório, talvez pesquisando algo que pudesse ganhar mais dinheiro na chantagem que faria a vidas de todos correr um sério risco mortal. Juliana levantou da cama de camisola e olhou pela janela. O carro de Roberto não tinha chegado ainda. Voltou para a cama aflita e abraçou o travesseiro, tentando imaginar que estava abraçada ao corpo gostoso de Roberto... queria tanto ouvir em seu ouvido o timbre suave de sua voz... ouvir suas piadas... queria tanto senti-lo dentro dela, amando-a... ou até mesmo, torturando-a com carinho... Juliana não suportou mais e abriu a gaveta do criado mudo e tirou um pênis artificial e por debaixo das cobertas tentou se aliviar...

Era madrugada, e Juliana acordou e estava escuro o seu quarto. Sentiu que Marcelo estava na cama, pois escutava sua leve respiração dormindo. Ela acendeu a luz do abajur, e calçou os chinelos, e saiu do quarto para ir beber água na cozinha. Ela tomou e voltou para a cama.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora