31

23.3K 1.5K 66
                                    



A madrugada passou e Roberto acordou e Juliana também quando sentiu o movimento dele na cama.

- Bom dia, minha flor. Como dormiu? - perguntou ele e deu um beijo em seu rosto, no que ela virou.

- Por favor, poderia me desamarrar agora? - pediu ela tentando ser gentil.

- Mas claro querida, aproveite e faça um café da manhã bem reforçado para gente, sim?

- Tudo bem... - concordou ela. Roberto desamarrou-a e ela se levantou apressada da cama, massageando os pulsos onde foram amarrados. Ela sentia ainda seu sexo arder, mas estava aliviado por se ver livre e vestiu a camisola. - Depois do café da manhã eu posso ir?

- Claro - garantiu-o, sorrindo. - Mas não vale fugir, hein? - Juliana teve que fazer um esforço enorme para não sair correndo daquela casa, mas achou que não ia aguentar por que sentia muita dor ao andar. Ela saiu do quarto, deixando ele na cama a esperá-la. No corredor ela socou a parede com murro e chorou silenciosamente. Na cozinha preparou com muita dificuldade alguma coisa para ele comer, e fez um suco. Teve vontade de ir ao banheiro fazer xixi, mas nem chegara no meio do caminho e sentiu a urina escorrer entre suas pernas e uma dor que lhe cegou os olhos por um instante momento.

- O que aquele desgraçado fez comigo... - e enxugou as lágrimas com as mãos trêmulas de raiva. Passou alguns minutos e ela retornara ao quarto levando uma bandeja com o café para Roberto. Ela depositou a bandeja em cima da cama. Ele lançou o olhar nada satisfeito para o desjejum, e avisou.

- Da próxima vez frite bacon com ovos. Eu adoro comer isso de manhã.

- Desculpe, me lembrarei... - murmurou ela.

- Tome um pouco de café comigo. - o ofereceu.

Ela pegou um pedaço de pão e começou a mastigar sem vontade nenhuma.

- Agora posso ir? Você disse... - insistia.

Ele olhou para ela, e concordou.

- Tudo bem, pode. E quando Daniela acordar pede para que venha para casa imediatamente. OK?

Juliana assentiu e virou as costas à ele e caminhou para a porta, mas então parou e virou para ele. Roberto viu que descia lágrimas em seu rosto.

- Por favor, Roberto, não machuque Daniela... ela é uma mulher tão maravilhosa... - ele apenas olhava para ela e mastigava seu pão. - Por Deus, não a maltrate... Pelo amor de sua mãe, por sua mãe, não faça isso que você fez em mim em Daniela... Por sua mãe, Roberto...

Ele parou de mastigar e largou o pedaço de pão na bandeja.

- Você não tem o direito de pedir isso, e muito menos em pedir em nome de minha falecida mãe... NÃO PEÇA ISSO NOVAMENTE! - e atirou a bandeja com força que quase atingiu o braço de Juliana que ficou assustada. - Saia daqui agora... - sussurrou ameaçador. Ela virou e cruzou a porta aberta.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora