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Roberto ia atrás dela e eles chegaram à mesma casa outrora. Os carros entraram na garagem espaçosa e ambos desceram dos seus carros.

- Entre. Você já a conhece – ofereceu Juliana na porta. Roberto entrou e virou para ela quando escutou ela trancando a porta a chave. Ela jogou a bolsa num canto ao lado do sofá e começou a se despir na frente dele. Ela tirou a camisa, revelando seus seios sobre o sutiã vermelho...

- O que pensa que está fazendo? - perguntou ele, mas Juliana se adiantara e lascara um beijo em sua boca. Roberto vacilou um pouco, mas logo se recuperou e afastou ela de seu corpo. - Pare. Você não precisa fazer isso... nunca mais... - ela lhe sorria e começava abaixar a calça moletom e descalçar os tênis dos pés, ficando de meia e calcinha vermelha. - Você não precisa mais ceder a minha chantagem, porque eu menti para você! - disse ele ríspido quando ela o empurrou para o sofá e estava começando a ficar por cima dele.

- Mentiu? - ela perguntou curiosa e ele a se livrou dela, sentando na outra ponta do sofá.

- Eu não tenho nenhuma prova de que você foi infiel ao seu marido... isso é, eu sei que você é, mas não tenho como provar... - ele dizia depressa, com medo de que se arrependesse. - Eu não tenho fotos, nem vídeo sobre você e seus clientes... Eu disse que tinha, mas não tenho.

Juliana estava ainda sem muito compreender.

- Mas aquele dia, no apartamento?...

- Eu estava lá sim, sabe, debaixo da mesma cama onde vocês estavam. Eu até levei uma camisinha gozada bem no meio da cara! - disse indignado.

Juliana levou a mão a boca e riu.

- Você é o cara mais louco que eu já conheci! - ela olhava para ele que esforçava um sorriso, mas estava meio sem graça. - Você podia ter morrido se ele descobrisse você ali. Ele já matou dois caras que simplesmente cantou suas ex-mulheres!

- Eu fui um demente... estava louco para transar com você quando a vi pela primeira vez... E-Eu senti atraído por você, mas quando vi sua aliança... pensei que só ia poder me masturbar imaginando você e eu juntos... - sussurrava ele timidamente. - Então comecei a segui-la e foi quando descobri que você era uma prostituta. Perdão... - acrescentou ele. Ela sorriu compreensivamente. - Então cresceu um ódio dentro de mim... vi meu desejo em tê-la comigo num amor verdadeiro se desmoronar, e achei que você fazia amor por fazer... que só se interessava em dinheiro.

Juliana olhou bem para ele, e Roberto teve que olhar para baixo, pois não conseguia encarar seus olhos intensos.

- Você se apaixonou por mim? Quero dizer, de verdade mesmo?

- Sim... mas isso foi antes de saber o que você era...

- Rober... - ela sussurrou, e ele olhou para ela. - Diga nos meus olhos isso de novo.

- E-Eu havia me apaixonado por você. É isso? - Juliana fechou os olhos e socou a almofada e se levantou. Foi até ao frigobar e serviu de um drink, mas suas mãos tremiam. Ela tomou um gole e se virou para ele em desespero.

- Porque então você fez isso comigo! Porque se apaixonou por mim e depois me humilhou! Por quê? - ela gritava, e as lágrimas escorriam dos olhos.

Roberto tentou dizer, mas suas palavras ficaram sufocadas.

- Você, Roberto, é um grande mentiroso! Um cafajeste sem coração... Um grande filho de uma...

- Não! - levantou ele, interrompendo-a, e segurou ela firme e olhou para os seus olhos. - Eu não tenho mais motivos para te enganar... se você quiser fazer o teste, me coloque num polígrafo!

Juliana gargalhou e perguntou.

- Por acaso anda assistindo o programa da Márcia?

Ele a soltou e sorriu.

- De vez em quando. Só de vez em quando! - apressou em responder. Juliana parecia mais controlada e sentou no sofá, comentando.

- Eu bem que queria ter uma máquina daquelas em casa... e colocaria Marcelo nela, só assim saberia se ele ia dizer a verdade sobre sua promessa em se casar comigo.

Roberto olhou para ela, com um sorriso sem compreensão.

- Como assim?

Juliana não se incomodou com a pergunta e continuou, ainda bebendo seu drinque.

- Não sou casada com Marcelo. - Roberto desviou seu olhar para a sua o dedo. - Não, isso aqui é apenas uma fachada, sabe, para simular aos outros que estamos casados. Estamos a cinco anos juntos, mas casados mesmo, nem um segundo.

A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora