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Roberto teve um plano, pegou uma filmadora e resolveu segui-la novamente quando ela fosse para o "trabalho". Ela vai para o trabalho de carro e Roberto vai atrás de moto novamente. Mas se surpreendeu quando ela parou de frente a uma casa de pintura e só saiu de lá bem tarde. Roberto voltou pra casa irritado com o plantão desnecessário...

No outro dia, quinta-feira, foi à vez de Marcelo sair de carro. Roberto seguiu ele também e viu quando este entrou numa clínica. Roberto fica curioso, pois a clínica se tratava de clínica psiquiátrica. O que Marcelo foi fazer ali?

Ele sabia que os seus vizinhos escondiam segredos bem interessantes.

No outro dia Roberto estava novamente preparado com sua filmadora. Daniela percebera o comportamento dele, e quando perguntou por que estava com uma filmadora, ele respondeu numa grosseria: "Para filmar sua cara de anta que não é!" - e saiu quando Juliana prosseguiu na frente de carro.

Desta vez ela não foi para o ateliê, e estacionou o carro no mesmo lugar, mas desta vez ela não entra em nenhum carro e segue a pé para um local mais a frente.

Roberto estaciona a moto ao lado de uma lanchonete quando vê Juliana entrando num prédio de apartamento. Roberto não conseguiu filmar a tempo sua entrada. Ele tinha certeza que ela ia se encontrar com o mesmo cara lá, e queria estar lá para filmar...

Mas para a sua sorte um carro de uma firma de conserto para de frente a entrada do prédio e desce um senhor de uniforme e com uma caixa de ferramentas. Roberto sabia que podia fracassar, mas não tinha plano melhor naquele momento.

- Com licença, senhor... - abordou o homem antes de ele entrar no prédio.

- O que você deseja?

- Eu queria pedir um imenso favor... será que eu poderia entrar junto com você?

O homem estranhou e começou a se afastar dele sem dizer nada, mas Roberto o segurou pelo braço.

- Por favor, é que minha cunhada acaba de entrar aí... e tenho certeza de que ela está traindo o meu irmão, sabe, eu queria pegá-la no flagra com seu amante... - mentiu Roberto.

- Como é que é? - reagiu ele incrédulo.

- É isso mesmo, há dias que venho seguindo minha cunhada, mas é só agora que tenho a oportunidade de pegá-la com seu amante. Se o senhor me deixar entrar com você, eu posso desmascará-la.

O velho ficou avaliando a situação.

- Eu acredito em você, essas mulheres não tem mais respeito por seus maridos! Mas mesmo assim eu não posso...

- Olha eu lhe dou trezentos reais! - estendeu a carteira pra ele. - Eu preciso salvar meu irmão dessa mulher que irá destruir sua vida...

O velho aceitou e pegou o dinheiro. Foi até o carro e pegou um boné da firma.

- Ponha isto e me segue – disse o homem. Eles entraram no saguão do prédio e o porteiro com o recepcionista não desconfiou deles.

Pegaram o elevador. Roberto estava preocupado se ia achar qual apartamento ela havia entrado. O elevador parou no décimo andar, e o mecânico saltou junto com Roberto.

Mas quando Roberto ia virando a esquerda de um corredor viu que Juliana acabava de subir a escada cansada. Roberto virou de costas e fingiu examinar um cano instalado no teto.

Juliana passou por ele sem perceber quem era ele, e Roberto viu em que porta ela entrou.

Sentia o coração disparar sem controle no peito. Esperou alguns minutos antes de agir.

Verificou a filmadora. Foi até a porta, espiou o corredor. O mecânico fez sinal pra ele prosseguir. Roberto encostou o ouvido na porta. Nenhum som. Verificou de leve a maçaneta e a girou. A porta rangeu e ele espiou para dentro. A sala estava vazia. Ele entrou para dentro e fechou a porta bem devagar...

Ele correu na ponta dos pés e escondeu por trás da parede e espiou o corredor que provavelmente era do quarto do amante de Juliana. Ele entrou e curvou para espiar no buraco da fechadura de uma porta. Ele via um corpaço em movimento por trás da porta, e ouvia vozes do homem. O barulho do chuveiro ligado. Eles estavam no banheiro!

- Vamos para o quarto, amor, estou louco para meter! - disse o cara lá dentro. Roberto se desesperou e viu uma porta e entrou rápido por ela, e descobriu ser o quarto onde eles iam adulterar.

Roberto ligou a filmadora e colocou-na bem discretamente sobre a cômoda ao lado da cama, num ângulo onde pudessem filmar eles transando.

Roberto escutou passos e risadas aproximando e sem pensar onde era o melhor local para se esconder se atirou debaixo da cama. E foi a tempo, porque o cara abriu a porta e Juliana nua entrou com ele.

- Vamos querida, deite logo na cama... - pediu ele e Roberto sentiu o colchão afundar com os pesos dos dois. O homem atirou uma camisa sua para o lado e ela derrubou a filmadora atrás da cômoda.

Roberto torceu que não demorassem com aquilo, pois havia umas meias fedorentas bem ao lado dele. A cama começou a ranger e houve gemidos vindo dos dois em cima dela.

Passou cerca de meia hora depois e uma mão grande joga uma camisinha usada debaixo da cama e atingi o rosto de Roberto.

- Mas que porra é essa! - rosnou ele ao se livrar do preservativo bem longe dele.

- Você escutou isso? - falou o homem de repente.

Roberto sentiu o coração parar de medo de ser descoberto.

- O quê? - perguntou ela.

- Escutei uma voz vinda... - o homem ia verificar debaixo da cama quando Juliana avista o relógio na parede.

- Meu Deus! Já passa das cinco! Tenho que ir... - e saltou da cama nua. O homem esqueceu da voz que ouvira e tentava convencer ela para voltar para a cama. - Não posso, eu tenho que ir... meu marido pode desconfiar...

Ela saiu pela porta e foi ao banheiro recolher suas roupas, e o amante foi com ela.

Roberto respirou aliviadamente depois que saiu debaixo da cama.

Apalpou a mão para pegar a filmadora. Não estava ali. Ficou desesperado e encontrou ela atrás da cômoda, caída, com a fita solta.

Roberto sentiu uma enorme vontade de chorar de raiva por aquele tempo desperdiçado.

- Eu acompanho você até o elevador... - Roberto ouviu o homem dizer para Juliana no corredor. Roberto saiu e desceu as escadas para não encontrar com ela pelo caminho.

Estava irritado com sua má sorte e parou no local onde era para estar sua moto estacionada, mas não estava mais ali.

- Droga...


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora