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Eram sete horas da manhã quando Juliana abriu a porta da sala de sua casa e encontrou o marido de pijama, sentado na sua poltrona e tomando uma xícara de café bem quente.

- Bom dia, querida. Como passou a noite fora de casa? - ele cumprimentou sorrindo. Juliana fechou a porta e caminhou até ele como se não tivesse força nem para caminhar e ajoelhou em seus pés, e se desmanchou em lágrimas.

- Por favor, Marcelo... eu não suporto mais... acabe logo com isso, eu não quero mais me encontrar com aquele monstro! Por amor a Deus, não me mande... - implorou ela.

Marcelo a levantou carinhosamente e a fez sentar na sua poltrona, e se abaixou na frente dela, aparando suas mãos.

- Juliana, minha doce querida, falta pouco para conseguirmos. Muito pouco mesmo... peço que aguente um pouco mais... - pedia ele mansamente. Juliana se levantou alterada.

- Já estou aguentando isso há cinco anos seu desgraçado! - e tirou a xícara de sua mão e jogou diretamente sobre um quadro na parede. Marcelo a impediu que ela quebrasse mais outra coisa na sala.

- Por favor, Juliana, se acalme, vamos! Estou quase finalizando o nosso plano e seremos ricos. Você entende? Seremos ricos!

- Mas enquanto isso não acontece eu me lasco nas mãos daquele carrasco desumano! Ele arrombou minha bunda, e passou a noite enfiando pimenta e pedra de gelo na minha vagina! Você pode se quer imaginar o que eu passei? E o que eu estou passando agora? - perguntou bem fundo em seus olhos azuis. Marcelo balançou a cabeça.

- Acredite, Juliana, esse canalha vai ter o que ele merece, pode acreditar! Mas agora temos que nos concentrar e tirar dele mais informações, só assim poderemos chegar aonde queremos! - argumentou ele, segurando o rosto dela com suas mãos.

- Tudo o que eu mais quero na vida é me casar com você, e ser só sua, sem essa vida de prostituta chantagista! - a revelou, e Marcelo a tomou em seus braços.

- Eu lhe prometi que nos casaria quando tivéssemos o nosso 1milhão de reais, e falta pouco para obtermos. E vamos conseguir o restante do dinheiro com ajuda de Roberto e de Daniela.

- F-Foi tão horrível, Marcelo... - soluçava sobre seu peito. - Ele é louco e vai fazer tudo de ruim para com Daniela. C-Coitada dela, ela não merece passar por isso...

Marcelo a confortava.

- Está vendo porque não devemos desistir agora com o nosso plano? - disse ele. - Quanto mais rápido tirarmos informações de Roberto, mais rápido Daniela ficará livre de ser cruelmente torturada por esse sádico! Você deve continuar manter o disfarce e deixá-lo pensar que está no comando das coisas... Por favor, Juliana, faça isso por nós, por mim e Daniela... - implorou ele.

Juliana desviou seu olhar do dele e suspirou profundamente.

- Eu... está bem, querido, vou manter o disfarce até você encontrar mais coisas que podemos usar contra Roberto...

Marcelo suspirou e beijou-a, feliz.

- É isso aí, minha gata! Agora que tal tomar um banho?

- Acho que seria uma boa ideia... - ela se arrastou fraca para o banheiro e se despiu. Abriu a válvula do chuveiro e entrou debaixo da água morna. Quando a água escorreu pelo corpo e atingiu o local da sua vagina, Juliana teve que morder a mão para que Marcelo não ouvisse seus choros. Ainda ardia muito e ela percebeu que sangrava. Foi uma tortura se lavar, mas conseguiu e por final deitou em sua cama e depois de tomar uns comprimidos para dor descansou melhor.  

A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora