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Agora já se passava da meia-noite e Valter estava com Osvaldo Martins na sala da casa de Daniela. Osvaldo ouvira toda a explicação de seu parceiro e amigo e também estava perplexo com os acontecimentos.

- É quase impossível acreditar que estávamos caindo numa armadilha... – comentava Osvaldo. – Não desconfiávamos de nada.

- Se ele não tivesse sido assassinado... sabe lá o que teria acontecido.

- Mas quem será que o assassinou?

- Não faço ideia... alguém que deve ter sido vítima dele talvez... Marcelo era um chantagista e usava da parceira pra atrair suas vítimas.

Osvaldo se serviu mais do uísque, suas mãos tremiam ainda.

- Realmente fiquei surpreso que ele teve esperteza e ousadia em descobrir que eu sou o pai biológico de Daniela. Aposto que ia querer comprar o meu silêncio com esse segredo.

Valter acendeu o charuto, se acomodou melhor no sofá.

- Daniela nunca iria me perdoar se soubesse disso... e por mais que não sou seu pai, criei ela como se fosse minha filha mesma.

- Claro que sim vero amigo, claro que sim... você de fato é o verdadeiro pai dela, eu só a fiz, mas você a criou para mim. – disse Osvaldo agradecido e feliz.

- Será que Marcelo também descobriu que a mãe de Daniela está viva?

Osvaldo ficou por um instante calado e pensativo. Recordou quando conheceu a mãe de Daniela quando ainda era noivo de sua atual esposa, do amor secreto até o dia que todos descobriram. Paula, mãe de Daniela, grávida e sem pra onde ir, e Daniela recém-nascida deixada à porta da casa de seus pais... Valter aceitara criar Daniela pra ele, e Osvaldo casara com sua esposa, sabendo que sua filha bastarda estaria bem e perto dele sempre...

- Eu... eu não sei amigo... faz tempo que nunca mais vi a mãe de Daniela... – disse com a voz embargada pela recordação passada.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora