48

19.3K 1.2K 146
                                    

Roberto respirou fundo e espiou pela janela da sala, de onde ele podia ver do quintal da vizinha, o carro de Marcelo não estava lá.

- Daniela.

- O que foi, Rober? - olhou para ele enquanto limpava a estante.

- Vou dar uma saída rápida – disse ele.

- Não vai se esquecer do almoço... - ia avisando a ele. - Ah, quase ia esquecendo, O Marcelo e Juliana vai com a gente no carro.

- Vai?

- Bem, ele disse que o carro dele estava com problemas, e pediu uma carona... - dizia ela. - Fiz certo em aceitar?

- Claro que sim, não se preocupe – beijou-a. Ele saiu para fora e lançou um rápido olhar para suas janelas a fim de certificar que não estava sendo espiado pela sua esposa e bem discreto passou entre as grades que separava seu portão da casa ou lado. Deu a volta por trás da casa de Juliana e a encontrou. O abraço entre eles foi longo e o beijo cheio de desejo.

- Oh, Roberto... - murmurou ela tristemente.

- O que houve? Ou foi só saudade em me ver? - lhe sorriu.

- As coisas estão ficando sérias, Roberto – ela o largou, mas não deixou de sentir a mão dele na sua.

- É, meu sogro quer dar férias a mim, e acho que o Marcelo está escalado no jogo sujo dele – disse.

- Seu sogro é tão ruim assim? - havia preocupação em sua voz.

- Porque está assim? Tem medo do que possa acontecer ao seu... Marcelo, é? - ironizou ele, não sabendo esconder o ciúme que sentia dela com ele.

- Não seja bobo, Roberto. Marcelo nada mais significa para mim. Você não confia no meu sentimento por você ainda?

Roberto beijou suas mãos, murmurando sem graça.

- Desculpe, eu sei que sou um idiota inseguro...

- Chega! - ordenou ela firmemente. - Eu te amo, eu te quero... não posso viver sem você.

Ele recuperou o seu senso de humor.

- Bem, isso me conforta – sorriu aliviado. - Mas tenho a breve impressão que você não me chamou aqui para fazer declarações e juras de amor, não é?

Juliana disse de um modo lamentável, mas sem perder o tom de humor.

- Como você é insensível... - ele riu e ela continuou. - Quero que você se transforme em um Homem-Aranha.

- Nossa, então essa é a sua fantasia sexual? Em transar com o Homem-Aranha?

Ela apontou para a janela, dizendo.

- Quero que você escale até lá.

- Não é mais fácil abrir a porta?

- Se ela tivesse aberta seria! - respondeu irritada, avisando a ele para parar de fazer gracinhas.

- Então continue... - disse ele reprimindo um sorriso de gracinha, mas ficou tentado em dizer como ela ficara sexy com aquela expressão séria.

- Bem, escale até a janela e a empurre para dentro. Vai até a mesa de Marcelo e abre a primeira gaveta, lá vai ter uma chave vermelha, pegue e abre a porta, e eu entro – ditou seu plano.

A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora