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Roberto estava na sala, tomando um drinque indeciso. Olhou para o relógio e as horas percorriam. Ele olhou para o porta-retrato da esposa e observou como ela sorria na fotografia. Seu olhar intenso e brilhantes... seu rosto lindo e branco... sentiu um calor na barriga e todas suas emoções fez sentir excitado e o pênis endureceu. Fechou os olhos e se relaxou no sofá, nem se preocupando no que estava fazendo em seguida. Estava se imaginando numa praia deserta, só com Daniela, e estavam se agarrando na areia molhada, nus e um no outro, unidos aos sexos e beijos... Roberto se masturbava com seu devaneio prazeroso. Agora a imaginação dele os levaram para uma fazenda e ele corria dentro de uma plantação de milharal atrás de Daniela... ela cansou e ele apegou ansioso e tirou suas roupas e deitava ela nos pés de milhos quebrados e caía por cima dela... Roberto continuava na sala, se masturbando de desejo... Agora ele estava acampado numa floresta, e a tarde dava lugar ao crepúsculo do início da noite, ele sem camisa, com o músculo do tórax exposto, e Daniela seminua, seu sutiã só em farrapos e um pedaço de pano no lugar da calcinha, mas ele via as partes mais prazerosas que seu órgão ansiava em possuir. Daniela estava assando uma lembre no espeto, seu rosto sujo de poeira de carvão, os cabelos embaraçados, mas sexy. Ela se levantou e tirou os panos que cobriam seus seios e seu sexo, e o chamava com a mão por de trás do fogo que assava a caça.

Roberto estava adorando aquele momento de fantasia em pensamentos e começou a gemer quando sentiu o espermatozoide subir sem controle e explodir no ar. Roberto urrou e despertou assustado, mas estava ainda sozinho na sala. Limpou a mão no estofado do sofá e recolheu o pênis molhe para dentro da cueca. Suspirou e olhou para o relógio e marcava cinco pra uma da tarde.

- Não... eu não vou mais me encontrar com ela... não vou deixar mais minha casa, minha doce esposa... - disse para si próprio, e estendeu a mão e apanhou o porta-retrato e beijou a foto dela. O telefone tocou e ele se levantou e atendeu.

- Alô! – grunhiu a voz áspera do outro lado da linha. Roberto sentiu as boas emoções desaparecer num passe de mágico quando soube de quem pertencia aquele timbre de voz.

- Oi, Valter...

- Roberto? Porque está com essa voz? Parece que está cagado nas calças! - e riu na orelha de Roberto. Ele por sua vez sentiu uma desconfortável dorzinha na barriga.

- O que você quer Valter?

- Nossa, Roberto, isso são modo de falar com seu sogro querido? - repreendeu-o rindo. - Eu estive pensando aqui e achei que seria uma boa idéia você der um pulo aqui agora.

Roberto sentiu a mente o levar em outras dimensões... e o seu passado sombrio retornou. Viu Valter pela primeira vez arrombando a porta de seu quarto com seus capangas e o tirar da cama com um puxão de orelha e jogá-lo no sofá. Ele era um rapaz que mal compreendia o que estava acontecendo, mas teve a calça arrancada pelos capangas uniformizados a mando do velho gordo. Ele esperneava aos gritos por socorro, mas ninguém aparecia. O velho sorriu maliciosamente enquanto pegava um carimbo e esquentava-o na chama acesa de um isqueiro e o metia na sua bunda branca e magrela, o fazendo gritar de dor. A marca que ficou na pele de sua bunda era a letra V, e significava que ele era propriedade de Valter, e ele seu dono a partir daquele momento. Roberto soube que aquele velho sádico era o pai da moça que nas duas noites passada comera no banco de trás de seu carro e bêbado revelara que estava apaixonada por ela... As lembranças o levaram para a primeira vez quando ele visitou a sala de Valter, onde olhou a estranha coleção de fotos que ele colecionava. Eram fotos de homens capados e ele sabia que todos aqueles homens tinham sido capados porque tentaram se dar bem com sua amada filha. Mas a pior lembrança daquele lugar foi quando os capangas a mando de Valter tirou sua cueca e colocou formigas africanas em seu pênis, e ele gritou de dor quando as formigas picaram sem piedade enquanto Valter registrava a cena de tortura com uma filmadora. Roberto ficou uma semana com o pênis latejante de dor. E sem pensar duas vezes aceitou se casar com Daniela. Mas ele foi trazido de volta para a presente realidade, para aquele maldito telefonema.

- E então Rober? Vem para cá? - ele dizia sarcasticamente, pois sabia o quanto era poderoso sobre as decisões do genro.

- Sim... - respondeu ele por fim.

- Estou te esperando. Mas não trague a Daniela, é um assunto de negócios, você entende não é?

- Sim Valter... - murmurou ele, e a ligação foi desligada.

Daniela chegou até ele.

- Quem era amor?

- Seu pai. Terei que vê-lo agora.

- Posso ir com você? Só tenho que me arrumar rapidinho e aí podemos ir...

- Não, desta vez não... é um assunto de política, desculpe, mas não é bom você ir.

- Ah, tudo bem, então... - ela sorriu sem graça. - Papai e seus negócios! - e ela deu um beijo nele e subiu as escadas.

Roberto olhou para o relógio e pegou a chave e o documento do carro e saiu.

Ele chegou e encontrou Juliana sentada se distraindo com uma cruzadinha. Ele sentou de frente para ela.

- Não pretendia vir... - disse ele.

Juliana tirou a ponta da caneta entre os dentes e fechou a revista de passa-tempo, e enfiou na bolsa.

- Mas enfim veio – retrucou-a e acrescentou. - Eu ficaria o dia todo te esperando.

Roberto ergueu as sobrancelhas.

- Meu Deus! Será que nossa conversa é tão importante assim?

- É. Você sabe que é. Tanto para você como para mim.. - ela viu a reação nos olhos deles e antes que a conversa se iniciasse ali ela se levantou. - Me segue com seu carro.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora