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Daniela limpou a sala e era 01h30 da manhã quando acabou e foi morta de cansaço para cama. Deitou e deu um beijo suave no rosto do marido. Apagou a luz do abajur e se rendeu facilmente ao sono. Mas foi por pouco tempo e acordou com Roberto vomitando nos lençóis. Ela sonolenta foi fazer um chá para seu estômago e trocou o lençol da cama. Era três e dez da manhã quando Roberto a procurou e não a deixou dormir e transando acabou dormindo em cima de seu corpo, seu peso sobre ela, e machucando suas costelas. Daniela só conseguiu dormir um pouco mais depois das quatro da manhã e despertou do sono totalmente arrasada com o sol iluminando o quarto pela janela aberta.

Daniela mal conseguia parar em pé, e sentindo dores em toda região no abdominal foi direto para debaixo do chuveiro e um forte banho frio fez ela reagir um pouco mais. Foi para a cozinha e nem viu direito no que estava fazendo com o pudim de leite-condensado pela fome que estava. Tomou uma aspirina para a dor e preparou o café do jeito que Roberto gostava pela manhã.

Roberto acordou e foi direto para o banho. Entrou na cozinha.

- O café está pronto?

- Sim. Do jeito que você adora – ela serviu o seu prato. Ele deu uma dentada no pão com bacon fritos e cuspiu de volta para o prato, afastando ele com violência.

- Que merda é essa?!

- O que houve, amor? Está quente demais?

- Está de putaria comigo? Esse bacon está repleto de sal!

Daniela experimentou um pedaço. Para ela estava normal, como sempre fizera para ele.

- Está bom, querido... acho que você... quero dizer, talvez seja por causa da ressaca... Você bebeu muito ontem... - tentou justificar.

- Só me faltava isso agora... Você não tem desculpa melhor? Bebi apenas umas latinhas e você faz essa merda para eu comer achando que eu não ia notar, não é? E a desculpa é essa: ressaca. Você é uma relaxada! Me desapontou muito, sabia? - repreendeu ele.

Daniela virou para ele não ver suas lágrimas.

- Não comece com essa frescura agora. Nada de choro. A cagada tá feita. Em vez de ficar aí parada porque não me serve o pudim de leite?

Daniela enxugou a rosto com as mãos e pegou o pudim da geladeira. Roberto riu de ironia ao ver o estado do pudim na sua frente.

- Mas o que aconteceu por aqui? - olhou o pudim pela metade.

- Eu... eu comi um pedaço. Estava tonta de fome e...

- Quantas bocas você tem, afinal? - surpreendeu ele. - Um pedaço, só isso? Me responda uma coisa: estou sustentando uma mulher ou uma vaca?

- Você não precisa se preocupar... por que papai está bancando com tudo... - ela parou de falar quando percebeu que não devia ter falado aquilo para ele. Ela tentou consertar sua colocação. - Não, eu não quis dizer que você não ajuda... não foi essa minha intenção, Roberto...por favor...

- Você acha que eu não queria estar trabalhando para te dar do bom e do melhor? Acha que eu me acomodei nos ombros de seu pai? – ela então começou calmamente:

- Claro que não, amor... eu só falei que papai... - Roberto se levantou aos gritos.

- Pro inferno o seu pai e seu dinheiro! Não vou admitir que você me falte com respeito, sua vadia! Você não é mais aquela garota mimada de sete anos atrás. É minha esposa e me deve honra, sua puta! Tudo que espero de você é uma pequena atenção e não consegue cumpri-la. Então porque se casou comigo? Achou que seria uma esposa como essas por aí que acorda a hora que quer e morre de preguiça de frente para as novelas, é?

Daniela estava perplexa e pediu perdão.

- Eu sinto muito Roberto... não quis ofendê-lo. Por favor, me perdoe...

Roberto aceitou suas desculpas.

- Tudo bem. Espero que essa seja a última vez que me taca na cara os caprichos louco de seu pai.

- Sim, querido... obrigada. Vou refazer o seu café da manhã... tomarei mais cuidado desta vez. - disse ela se adiantando para começar novamente, mas Roberto disse:

- Vou sair.

- Pra onde vai?

- Para qualquer lugar, sei lá. Tenho que contar para você para onde vou ir?

Daniela sorriu sem graça.

- Não, claro que não... é que eu queria saber se vai voltar para o almoço...

- Acho que não. Mas não aproveite a minha ausência enquanto eu estiver fora. A última coisa que eu quero nessa vida é uma esposa desobediente e gorducha para me amolar. Até mais tarde.

Ele saiu batendo a porta com força e deixou Daniela chorando até não poder mais.

A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora