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Quarenta minutos depois.

Roberto e Juliana estavam se acomodando em seus lugares no avião. Juliana olhou por cima do ombro e viu o homem de quem estava perdidamente apaixonada. Ela riu quando Roberto sentado ao lado de uma senhora gorda fez um gesto de que ia estrangular a mulher ao seu lado. "como é bobo ele... uma criança ingênua... mais eu amo tanto..." – pensou sentindo o peito se encher de emoção, e teve que se controlar pra não se ver em lagrimas de felicidade por estar ali com ele. Mesmo com tudo que passara ao seu lado, as coisas ruins que tivera que passar, mas ela sabia que tudo aquilo era uma ausência de amor e afeto que ele nunca sentira na vida, mesmo que tivesse vivido com sua esposa por tantos anos... agora ela estava ali, fugindo com ele... pra onde? Eles ainda não tinha certeza que lugar ia fixar residência. Mais o importante era que eles iam tentar ser felizes...

O avião começou a se mover. Os passageiros ajeitavam os cintos de segurança em suas cinturas e alguns aceitavam drinques das aeromoças pra se aliviar da sensação de estar saindo do chão. Roberto se ajeitou na poltrona satisfeito. Mas por um breve instante pensou em sua esposa que deixara para trás. "Será o melhor pra ela".

O avião parou de se movimentar. Roberto estranhou. Alguns passageiros ficaram curiosos com o silêncio que reinou seguinte, alguns cochichavam preocupados, alguns tentando não entrar em pânicos. Porque o avião parara de se movimentar? Seria algum passageiro importante que fez o avião esperar? Teria tido algum problema técnico? Cadê as aeromoças pra dar explicações? O que teria realmente acontecido?

Juliana olhou pra Roberto com um olhar assustado, preocupado. Roberto sorriu pra ela pra acamá-la.

A porta se abriu e vários homens de uniforme e com revolveres adentrou pelo corredor, passando rapidamente pela segunda-classe, com as aeromoças atrás acalmando os passageiros que entravam em pânicos. Roberto escutou a agitação de pessoas lá atrás e quando olhou viu cinco agentes do aeroporto e mais alguns policiais apontando a arma pra ele.

- Roberto o senhor é suspeito do envolvimento do assassinato de Marcelo Remos e será detido até ao fim das investigações da polícia. – disse o porta-voz daquela operação oficial.

Juliana se levantou e os policiais apontaram a arma em sua direção.

- Parem não atire! – pediu Roberto depressa, enquanto os passageiros estavam apavorados e alguns precisavam ser atendidos pelas aeromoças.

- Roberto... – dizia Juliana com lágrimas escorrendo dos olhos. – Marcelo morto?... Diga que isso não é verdade... pelo amor de Deus...

- Eu juro que não tenho nada com isso Juliana! Juro por Deus! – disse ele, enquanto alguns homens se aproximavam e o seguravam pelo braço. Roberto não reagiu. O porta-voz dirigiu-se a palavra a mulher que estava em pé.

- A senhora é a Juliana, ex-companheira da vítima? - Ela o olhou e balançou a cabeça somente. - Também será detida por suspeita de cumplicidade do assassinato de Marcelo. Acompanhe-nos sem reagirem se não usaremos a força.

Um dos policiais também a segurou pelo braço.

Os dois suspeitos na morte de Marcelo foram saindo pelo corredor aturdidos com os inesperados acontecimentos. Desceram a escada de desembarque e dois carros de viatura estavam vinte metros do grande avião esperando-os.

Roberto foi colocado pra dentro de um veiculo e Juliana no outro.

- Espere porque eu e ela não vamos juntos? – o indagou preocupado para um dos policiais que entrou juntou com ele no carro. Roberto achara estranha aquela atitude, geralmente algemavam os suspeitos, mas aqueles homens de uniforme de policiais não estavam se portando de fato verdadeiros oficiais da lei. E foi quando teve a terrível certeza. Aqueles homens estavam a serviço de Valter, seu sogro.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora