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Foi um beijo que mexeu de tal forma a estrutura emocional e física dele, que abalou seu coração e sua alma. Roberto sentiu o peito se encher e apertou ela junto ao seu corpo, e caíram juntos no mesmo sofá.

- Por favor, diga que esse beijo é de verdade... - sussurrou ele, olhando diretamente em seus olhos.

- Esse beijo é de verdade... eu te quero Roberto, mas para vida toda...

- Por favor, Juliana, não me use como eu te usei... - implorou ele, deslizando os dedos no rosto feliz e de ternura da mulher que lhe olhava.

- Não vou usá-lo... confie em mim desta vez... eu estou apaixonada por você, mas eu não quero uma paixão, quero amor... - eles voltaram a unir os lábios desejosos e as roupas dele ia saindo facilmente de seu corpo. Suas vontades de amar os empurraram um contra o outro, e Roberto a pegou no colo.

- Onde é o quarto?

- Sobe as escadas. Eu te oriento.

Na cama do andar de cima dois corpos se exploravam de uma maneira espetacular; com muitas carícias, e beijos pelo infinito corpo de ambos... havia risos entre eles, gemidos prazerosos e cheio de sentimentos... abraços apertados, exalando calor e suores de um amor que poderia durar eternamente ali, sem que os preocupassem com o mundo de lá de fora. Roberto protegia Juliana entre seus braços e murmurava em seu ouvido juras de amor, promessas de amá-la sempre, enquanto novas lágrimas de felicidade marcavam aquele momento especial...

Depois de um tempo, Roberto suspirou preocupado.

- Como vai ser agora?

- Ainda não sei... - ela disse.

- Pelo menos gostou dessa vez?

- Desta vez sim... - ela virou na cama para vê-lo. - Sabe, Rober, acho que temos que fugir.

Ele escutou atentamente e afastou umas mechas de cabelo que estavam no rosto dela.

- Seria um jeito, não é? Mas mesmo assim nós seríamos perseguidos. Eu pelo meu sogro e você pelo Marcelo. A gente não teria sossego aonde quer que fôssemos...

- Eu não teria sossego mesmo assim se não o tivesse comigo em todas as noites, e dias... - disse ela, e subiu em cima dele. - Rober.

- Sim.

- Quer se casar comigo?

- Quero... - ele não pensou duas vezes em responder. Se tudo aquilo fosse uma fantasia, ele queria passar cada momento naquela deliciosa ilusão... - Você promete que se acaso não conseguir deixar de ser uma prostituta... vai ser somente a minha prostituta? - sorriu ele.

Juliana fez ar de pensativa e retrucou.

- Só se você prometer que não vai me torturar com pênis de borracha apimentado e me enfiar gelo para aliviar seu ego sádico toda a vez que se magoar comigo.

Eles riram.

- A única coisa que vou enfiar em você agora e por diante será meu pênis, mas será com carinho, para não sentir dor... - disse maliciosamente.

- Então é melhor começar a enfiar outra vez, estou com saudade... - provocou ela mordendo de leveza a ponta de sua orelha. Roberto se comprimiu com ela novamente e a erupção do prazer explodiu outra vez, e aquela tarde pareceu ser a mais longa de todas que já tiveram na vida.

Era começo de noite, e Juliana se virou na cozinha, e fez uma macarronada apetitosa, e eles jantaram, mas deixaram o vinho de lado, pois iam dirigir e não queriam ser parados para o teste do bafômetro na volta para casa. Eles riam e parecia que se conhecia há anos. Quando o relógio marcou 20:00 Juliana se levantou da mesa.

- Temos que voltar...

- Eu não queria nunca mais sair daqui... - comentou triste por ter que voltar.

- De jeito nenhum. Minha amiga volta para cá daqui a um mês e para ser franca ela é muito linda. Não quero outra concorrente – censurou-a, fazendo uma expressão severa.

Roberto caminhou até ela e apertou suas bochechas.

- Eu não me ousaria olhar para outra mulher... mas a Daniela... - ele perdeu as palavras.

- Continue com ela, assim como vou continuar com Marcelo.

Roberto não conseguiu disfarçar o momento de irritação na sua voz, quando disse.

- Só de pensar que você vai deitar com ele, ele lhe colocando as mãos em cima de você...

- Não se preocupe, ele será como um cliente qualquer... E você acha que eu não irei sentir a mesma coisa quando estiver abraçado com... com ela? - Juliana fez força para não chorar. - Coitada... acho que ela nunca vai me perdoar...

Roberto a abraçou carinhosamente.

- Mas eu a perdoo em seu lugar. Não se sinta culpada. Não quero vê-la triste nunca mais. Você tem um rosto muito lindo para se manifestar tristeza... - e beijou seu rosto.

- Vamos nos reencontrar amanhã novamente? - a sugeriu ansiosa.

- Seria um demente se recusasse esse maravilhoso convite!


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora