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Juliana estava na janela do seu quarto quando viu os vizinhos saindo. Daniela ia abraçada feliz com Roberto para o carro. O carro partiu. Juliana olhou para o porta retrato do seu marido e pegou, beijando a foto suavemente. Lágrimas escorreram de seus olhos quando abriu a bolsa e tirou o caderninho preto e jogou na lata de lixo.

O carro de Roberto parou diante de um portão grande e protegido por câmeras de segurança e dois seguranças armado um de cada lado do portão. O homem reconheceu Roberto e fez sinal para a câmera, e o outro homem que monitorava a segurança da propriedade abriu o portão automaticamente. O carro entrou para dentro e seguiu numa estrada que subia para a enorme casa do pai de Daniela. Havia diversos carros estacionados ali, e muita algazarra.

Roberto se perguntava de onde o seu sogro tirara tanto dinheiro para construir aquela mansão. Mas ele sabia como seu sogro era corrupto e vingativo.

Roberto estacionou o seu carro perto da estátua de Vênus. Ele notou que havia muitas pessoas ao redor da casa, e a piscina estava cheia de lindas garotas de biquíni. Garçons serviam as pessoas com champanhe num delicioso coquetel ao ar livre.

- Nossa papai deve estar dando uma festa! - comentou Daniela saindo do carro. Daniela viu o pai conversando com três homens bem vistosos. Eles bebiam champanhe. - Papai! - gritou ela. O velho que conversava animadamente, fumando seu charuto cubano virou pro lado.

- Daniela! - e a filha correu para ele alegre enquanto Roberto demorava os passos até eles. O velho abraçou ela com cuidado para não queimá-lo com seu charuto. - Nossa como você está linda!

- Que saudade papai...

- Feliz aniversário de... casamento? - esqueceu ele. Ela explicou.

- São sete anos hoje que eu conheci Rober, papai...

- Mas é quase a mesma coisa! - riu ele. - Mas o que há com você? - observou ele.

- Comigo? - estranhou ela.

- Ainda não engravidou?!

- Papai!... - Daniela ficou vermelha diante dos amigos de seu pai que reprimiam risos.

O velho virou-se para os seus convidados.

- Companheiros, essa é minha querida filha. Daniela, filha do meu primeiro casamento. Infelizmente a mãe dela faleceu quando essa gatinha aqui nasceu... mas me deixou essa princesa para mim... - e beijou a testa dela.

Os homens a cumprimentaram formalmente.

- Prazer, sou o senador Ulisses Ferrari.

Os demais se apresentaram também como políticos.

- Eu te vi na semana passada dando uma entrevista na televisão! - disse Daniela surpresa com o tipo de amigos que seu pai tinha. O velho riu, informando todo orgulhoso.

- Filha, a maioria das pessoas que seu pai conhece são pessoas famosas e está aqui uma boa parte delas. Só não mandei trazer o Papa Bento aqui hoje porque não gosto de velhos usando saia! - os senadores riram da piada.

- Onde estão a Mary e as crianças? - mudou de assunto ela.

- Está lá dentro. Vai vê-los minha filha, e você irá ter uma surpresa! - garantiu ele sorrindo.

Daniela pediu licença para eles e correu até a casa. O velho virou para trás.

- Roberto! Não fique aí parado, venha cá. Já mandei prender os poodles! Aproxime-se! - gritou o velho fazendo seus convidados rirem da cara de Roberto.

Roberto queria mesmo passar despercebido, mas não teria esse privilégio.

- Olá Valter – lhe apertou a mão sem muito entusiasmo.

- Que porra é isso, rapaz? Que animo é esse? Dê um abraço no seu velho feito um macho de verdade! - e Valter o abraçou com força. Roberto teve que fazer um esforço para sorrir. - Pessoal esse é Roberto, o afortunado que casou com minha filha! - apresentou-lhe aos seus amigos. Eles se cumprimentaram. Valter pousou a mão em seu ombro, dizendo. - Rober estou decepcionado com você, sabia?

- Por quê? - tentou esconder seu nervosismo.

- Sete anos juntos com minha filha e ela não pariu ainda? Não está dando mais no coro? - os homens disfarçaram as risadas.

- Pode ficar sossegado em quanto a isso, Valter. Está tudo em cima – respondeu Roberto de má vontade.

- Pois não parece, mas caso acontecer... tome viagra, só não posso garantir que funciona, nunca precisei! - e gargalhou com os amigos. Umas moças de biquínis passaram perto dos homens e sorriram para eles, que logo retribuíram com um outro sorriso comprometedor.

O velho percebeu.

- Vamos Rober, estamos sobrando aqui... - e se afastou com o genro. Olhou para os amigos e avisou. - A casa do caseiro está disponível no momento rapazes...

Os amigos do ex-delegado levaram as moças até lá para uma diversão.


A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora