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Juliana acordou 10h00 da manhã. Daniela despertou minutos antes dela. Tomou um banho e vestiu uma roupa emprestada. Tomou café e comeu um pedaço de bolo. Ela estava ansiosa para voltar para sua casa e quando estava pronta se despediu de Juliana emocionada, como se tivesse de partida para o Japão e nunca mais fosse revê-la.

- Embora a gente more uma ao lado da outra, parece que vou para bem longe de vocês... - elas largaram-se uma da outra. - Só espero que Roberto deixe que eu venha de vez em quando aqui e vocês venham me visitar.

- Não se preocupe, tenho a impressão que vamos nos encontrar muito ainda. E lembre-se do que te falei: nada de relembrar dos acontecimentos ao clube.

- Está bem... eu agradeço por ter me aguentado nesses dias em que estive aqui...

- Eu queria mantê-la sempre aqui se eu pudesse, mas você tem que ir. Boa sorte, amiga.

Juliana sorriu e deu a mão ao marido que a puxou para um abraço.

- Cuide-se garota, e qualquer coisa pode nos procurar. Estaremos de porta aberta para você e se for caso, ao seu marido também.

- Obrigada senhor... quero dizer, Marcelo.

Daniela saiu e retornou para a sua casa ao lado. Respirou fundo e abriu a porta. Encontrou o marido sentado no sofá assistindo televisão. Daniela ficou parada e tentou se manter calma. - Bom dia, Roberto.

Ele não se moveu e não disse nada. Ela esfregava as mãos na calça jeans emprestada.

- Vou preparar o almoço, tá? Vou fazer carne com batata e... - dizia ela, mas resolveu não incomodá-lo e foi para a cozinha. Três minutos depois Roberto apareceu na cozinha. Daniela levou um susto, mas disfarçou bem no momento. - Oi, querido. Quer alguma coisa?

- Vim ver se queria ajuda.

Ela ficou olhando para ele e demorou para entender que ele queria ajudá-la.

- Quer me ajudar? - ela perguntou tentando sorrir.

Ele se adiantou e pegou uma faca e começou a descascar as batatas, e cortou-nas em pedaços.

- Em qual panela eu as coloco?

Daniela estendeu a panela de pressão a ele. Roberto não se incomodou com a reação surpresa da esposa. Daniela pegou a carne e temperou-a e jogou na panela com as batatas, e levou ao fogo.

- Obrigada, querido... por me ajudar... - disse ela, enxugando as mãos no avental.

- É minha obrigação como... como marido. Mas eu fiz isso por puro prazer e não porque me senti obrigado.

Ela lhe deu um sorriso encantador. Ele se chegou mais perto dela.

- Resolvi dar mais uma chance para o nosso amor... - começou ele. - Eu sei que exagerei naquela noite. Estava possesso por um ciúme que não me deixou pensar direito... não resisti ao vê-la com aquele cara, mas sei que não teria feito aquilo se não estivesse bêbada. Então, vou tentar esquecer o passado...

Daniela já estava com os olhos marejados de lágrimas quando o abraçou feliz. Roberto correspondeu seu abraço e beijou-a.

- Muito obrigada, amor, obrigada por me querer de volta! Eu lhe amo do fundo do meu coração.

- Espero que você também possa esquecer o quanto fui mal para você naquela noite...

- Eu já esqueci a tempo! Eu lhe amo muito para sentir qualquer gota de mágoa de você!

A chantagem do vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora