A Briga

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   Eu estava atrasado. Corro até a entrada do colégio, o tio da portaria já estava quase fechando o portão, até que finalmente eu consigo passar pela entrada, e foi por pouco. Ando pelo corredor indo em direção a minha sala. De longe já consigo observar Carol me esperando, asceno para ela. Acho que ela estava brava. Seus braços estavam cruzados, seus cabelos encaracolados estavam em seu ombros, seus óculos grandes mostrava o quão nerd era ela mesmo sem perguntar para ela. Sorrio para ela ao chegar perto, coloco a mão na nuca, tento falar algo, mas Carol fala primeiro.

— Você está atrasado mocinho! Você deveria estar aqui a uns 10 minutos atrás. Sim, pode ser pouco, mas eu queria falar com você. — Carol diz para mim com um olhar matador.

— Desculpa é que... — Digo, porém sou interrompido por um voz vinda de atrás dela. Olho para uma garota atrás de Carol, e sorrio amigavelmente. Era Elisa. Seus olhos azuis brilhavam, seu cabelo loiro era jogado para trás com o vento e sua pele era bem branca. Ela se enfia na frente da Carol.

— Deixa o garoto em paz! Seja um pouco mais relaxada por favor. Não vamos fazer tempestade em copo, ou é o copo em tempestade. Algo assim! —Elisa sorri após falar.

   Vejo que Carol fez aquela cara de repulsão. Seguro uma risada, ajeito melhor minha mochila nas costas. A professora estava vindo para sala, então empurro elas para dentro. Vou até o meu lugar que era atrás de Carol, sentava na terceira carteira, coloco minha mochila no chão e olho atentamente para professora, que entrava na sala. Apoio minha cabeça sobre minhas mãos observando atentamente os movimentos dela. Mais uma aula chata! Pensava comigo mesmo toda hora. Que horas vai ser o intervalo? Ouço uns cochichos e me viro para o lado. Observo um grupo olhando para mim e desviando rápido. Encaro eles. Não gostava nada deles pois eles eram uns alienados, uns Hitlers da vida. Fecho a cara, desvio o olhar e volto minha atenção a aula.

   As três aulas foram um tédio. Duas de português com uma professora pedindo para estar morta e uma aula de matemática com um professor que falava mais rápido que o Flash. Finalmente após passar por essa onda de tédio, bate o sinal. Levanto pegando meu celular no bolso, indo com Carol e Elisa para o pátio. Sento em um degrau com as duas, até que os Hitlers da minha sala passam por mim quase me levando. Levanto com rapidez e olho para eles.

- Vocês são cegos ou não tiveram uma boa educação? -Encaro eles com uma cara fechada.

   O maior deles vira para mim, e em seguida os outros dois. Ele se chamava Davi, era loiro, com um corpo atlético, sempre vivia com a cara fechada e era um pouco inteligente. Tinha um gordinho e baixo, ele se chamava Matheus, vivia falando de vídeo games e era um pouco esperto. O outro garoto, alguns centímetros maior que o Matheus, era o Lucas. Lucas era o pior deles. Um manipulador barato, se achava por qualquer coisa, vivia falando de Rock e besteiras em inglês. Engraçado que ele falava algumas para mim como se eu não soubesse inglês. Lucas foi o primeiro a falar.

— Minha mãe me deu educação sim! Mas não para usar com viadinho. — Diz ele dando uma risada junto com os seus amigos.

   Fito Carol. Meu sangue começo a ferver, ela tenta me segurar. Vou até o Lucas, fecho a mão, levanto com rapidez e acerto a cara dele. Na mesma hora o garoto caiu.

— Quem é você para dirigir-se desde jeito a mim? Seu idiota, viadinhos também podem bater sabia? — Digo para o garoto caído no chão.

   O garoto levanta. Um fio de sangue escorria pela sua boca, ele passa a mão em sua boca e limpa olhando para mim. Eu ergo minha mão para ele, mas alguém segura ela. Me viro, abaixo a mão, olho para o chão e mordo meu lábio. A diretora me encarava, eu continuava olhando para o chão.

— Os dois, para minha sala agora! — Ela diz se virando e passando pelo pátio indo a sua sala. Sigo atrás dela.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora