O Garoto (Romance Gay)

As Duas Mães

   Sinto o corpo de Emanuel colando no meu. Estávamos nus, suados, estava olhando nos olhos dele, nariz com nariz, minha mão sobre suas costas, a outra em seu cabelo, eu sorria para ele e ele para mim.

— Queria ficar o tempo todo assim, só te admirando. — Emanuel diz sorridente.

— Eu também. Você é real ou isso é apenas um sonho? — Digo a ele.

— Acho que sou um sonho, difícil de acreditar. — Ele diz dando uma risada.

— Idiota. — Digo empurrando ele de leve.

— O seu idiota. — Ele diz me dando um beijo e levantando.— Acho melhor nós tomarmos um banho né? Imagina descer cheirando a suor. — Ele diz vestindo o seu calção.

— Ah, para você não faz mal. Passa bastante perfume, que deve suar apenas a fragrância. — Digo a ele. Ele me ajuda a vestir um calção apenas para podermos ir ao banheiro sem ir pelados.

— Ah seu bobo. Cara, nada a ver! — Ele diz pegando duas toalhas e escolhendo roupas para nós.

— Voltou a falar gírias comigo? — Digo a ele.

— Desculpa. Eu tento evitar perto de você, mas não dá sabe. Tipo... Tipo... É...  Não dá para explicar mano. — Ele diz dando uma risada, sai do quarto e leva as coisas até no banheiro. Em seguida volta.

— Sei cara,  sei muito bem cara! — Digo a ele enquanto ele me levanta.

   Tomamos o banho, nos trocamos, Emanuel me ajuda a descer, me põe eu cadeira de rodas, volta a subir ao quarto para pegar nossos celulares. Olho para todos que estão na sala e sorrio.

— Vocês formam um lindo casal. — A mãe de Alice diz, era morena, de cabelos encaracolados, a que era a nossa advogada, a Júlia.

— Sim muito obrigado. — Digo um pouco sem jeito para ela.

— Bom dia a todos! — Letícia diz sorridente para todos.

— Bom dia Lê! Dormiu bem? — Minha mãe diz a ela.

— Dormi sim tia. — Ela diz.

— Que bom. Essas duas são as mães dessa menina linda, a Alice. — Minha mãe diz e elas apenas sorriem.

— Ah sim, que legal. Prazer em conhecer vocês. — Letícia diz.

— Desculpa a demora! Está aqui o seu celular. — Emanuel diz entregando o celular para mim.

— Obrigado. Alice, quer ir no quintal conosco? — Pergunto a ele.

— Pode ser. — Ela diz sorridente.

— Acho melhor não irem. O almoço já está pronto, só falta eu arrumar a mesa para nós. — Minha mãe diz.

— Não precisa tia, deixa que eu arrumo. — Letícia diz indo em direção a cozinha.

   Ouço a conversa de minha mãe descontraída com as duas mães de Alice. Olho para a cozinha, Letícia estava terminando de arrumar a mesa. Minha mãe convida elas se assentarem a mesa, Emanuel me ajuda ir até a mesa e nos servimos.

— Está muito bom senhora Albuquerque. — Júlia diz se dirigindo a minha mãe.

— Muito obrigado. Mas pode me chamar de você. Somos amigas, não precisa dessa formalidade. — Ela diz a Júlia.

— Desculpa, estou acostumada com isso. — Ela diz dando uma risada.

— Emanuel, faz o favor de pegar o suco para mim. — Digo a ele.