A Semana

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   Ainda acho aquele momento um dos melhores da minha vida. As minhas amigas ficaram loucas ao me ver de aliança, foi um choque para quem não gosta e até recebemos elogios de pessoas que nem conhecíamos no colégio.
  Eu havia feito os trabalhos de inglês e matemática, entreguei para os professores. Não queria acumular muita coisa. Os trabalhos eram para daqui um mês, que na verdade seria quando eu voltasse das férias. Não queria ficar preocupado com isso nas férias.
   O Paulo fez a reunião com o grêmio. Com a primeira venda já  poderíamos fazer a formatura. Eles faturaram muito, mas continuaremos vendendo, pois quanto mais dinheiro, melhor será a formatura.
   Conversei com o diretor sobre o meu projeto de cultura que era fazer um festival de talentos, onde haveria premiação. Ele gostou, marcamos até o dia certo, que seria entre dia 16/10 à 20/10, com a premiação no último dia. Eu ainda teria que achar algumas pessoas para serem jurados. Emanuel irá fazer um projeto também: os jogos estudantis, que seria entre 11/09 à 15/09, além  do que a sala que tivesse ganhado em maior número de modalidades, ganharia um prêmio. Nós iríamos começar a divulgar semana que vem.
   As fisioterapias estavam indo bem. Quer dizer, eu já queria estar andando, mas nada acontece da noite para o dia, mas estava dando ótimos resultados. Queria estar andando antes das férias, mais o fisioterapeuta disse que se eu continuar tendo esses resultados, em dois meses eu volto a andar. Meu Deus, mais dois meses, não vejo a hora de sair da cadeira de rodas.
  Emanuel e eu estávamos com o nosso namoro indo muito bem. Saímos mais algumas vezes, ele sempre cavaleiro e gentil comigo. Eu gostava disso, mais não gostava muito da melação, vou culpar meu signo como sempre. Aquário, maldito seja tu.
   Minha prima chegou no sábado, tive que aguentar ela dando em cima de Emanuel. Na verdade estou aguentando ainda, ela vai ficar as férias inteiras aqui. Pena que errou o pulo, só tenho que aguentar ela duas semanas, só duas, aí não veria mais a cara dela por quase um mês. Ela teve a audácia de postar no Facebook a foto com o Emanuel e ainda se achou com as amigas dela que comentavam na foto que eles formavam um lindo casal. Minha mãe havia feito o vídeo do momento que Emanuel me pediu em namoro, eu postei no Facebook  para todos verem. Marquei Letícia, isso fez com que fosse parar em seu feed. Queria só ver a cara dela e das amiga delas no dia em questão.
   Mamãe ainda estava processando o colégio, ela falou que ia até o fim nisso. A audiência foi marcada para agosto. A advogada disse que essa causa já está ganha, que minha mãe ganharia um bom dinheiro do estado. Eu poderia estudar em uma escola particular, mas eu não gostava do povo da escola particular pois a maioria eram pessoas metidas, com o nariz empinado mas também o colégio era perto e era bem lindo. Mesmo ela ganhando a causa, eles não podem me tirar do colégio, é contra a constituição educacional.
   Hoje era terça, dia vinte de junho. Eu estava em casa, já havia ido ao colégio e na fisioterapia. Estava assistindo Supernatural. Emanuel descia as escadas e vinha em minha direção.

— Nico, eu fiz um poema para você ontem de noite. Eu guardei para te entregar hoje. Não sou bom com isso, mas espero que goste. — Ele diz mostrando o papel.

Uau! Um poema, deixa eu ver. Cuidado, que se você for um bom poeta, Beyoncé vai querer te por no cativeiro. — Digo dando uma risada e pegando o papel da mãos dele.

— Sei, mais acho que não. Espero que somente você goste. Aliás os bebês dela já nasceram né? — Ele diz pensativo.

— Sim, já nasceram. — Digo abrindo o papel e sorrio.

— Espero que goste. — Ele diz.

— O quê? — Digo olhando o papel e virando ele.

— Que foi? — Ele diz.

— Não tem nada! O papel não tem nada, está em branco. — Digo virando o papel.

— Como assim? Deixa eu ver. — Ele diz pegando o papel e conferindo. — Mas não tem mesmo.

Ué, você fez mesmo? — Eu digo para ele.

— Claro que eu fiz. — Ele diz.

— Então... — Digo olhando para ele e ouvindo alguém descer.

— Olá para os dois. Como vão? — Ela sorri. Seu cabelo estava amarrado tipo chiquinha. Estava com a mesma roupa, só muda a cor e a marca, um short curto e uma camisa feminina.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora