O Suicídio

2.4K 227 63
                                    

     — Oi, poderia me emprestar a tesoura. — O garoto diz para a garota de óculos grande.

— Oi, posso sim. — Ela diz pegando a tesoura e me entregando.

— Obrigado, aliás, meu nome é Nicolas. — Ele diz.

— Ah, meu nome é Carol. — Ela sorri.

— Parabéns por ter ganhado uma medalha na Olimpíada de Matemática e de Português. — Nicolas diz para ela.

— Obrigado. — Ela diz.

— Você é muito inteligente. — Ele diz.

— Obrigado, mas ser alguma coisa tem o seu preço. Quase não tenho amigos e a maioria que vem falar comigo, vem para que eu ajude em algum conteúdo. — Ela diz.

— Eu vim pedir uma tesoura, não é uma ajuda, já comecei com o pé direito. — Nicolas diz sorridente.

     Nicolas lembra dessa cena perfeitamente, isso remoei em sua cabeça, como um gif, mas não só ela, outras também. Ele desvia dos pensamentos de Carol, lembra de sua avó, mal se passou um mês, agora fora sua amiga, na flor da idade.

— Creio eu que você não irá na guarda dela, certo? — Emanuel diz, trazendo um copo de água.

— Não, você sabe os motivos. — Nicolas diz.

— Eu também estou muito triste, pensando melhor, nós esquecemos dela. — Elisa diz limpando suas lágrimas que não paravam de cair.

— Acho que sim. — Nicolas segurando o copo de água.

— Não se encham de remorso, isso não é o certo. — Emanuel diz sentando ao lado de Nicolas.

— Eu me sinto super mal. — Elisa diz.

— Como ela pode fazer isso? Ela parecia estar tão bem. — Nicolas diz.

— Talvez, não tivéssemos visto mais claramente os sinais, nem sempre sorrir significa estar bem. — Elisa diz.

— Me senti culpado agora, eu tirei a vida de Carol. — Ele diz abraçando Emanuel.

— Por favor, pare, não foi a culpa de ninguém, ela se foi, porque achou preciso. — Emanuel tenta animar eles.

— Ela se foi, porque não fizemos o que amigos fazem, ajudar uns aos outros. — Ele diz.

— Aí meu Deus, nós matamos ela mesmo, ou contribuímos para isso. — Elisa diz ao soluços.

— Desculpa atrapalhar a melancolia de vocês, mas Nico, empresta o seu computador? — Letícia diz.

— Meu Deus, o que você está fazendo aqui criatura? — Nicolas pergunta.

— Ué, estou aqui desde cedo, você que não me viu, me empresta por favor o seu computador. — Ela diz.

— Pode ir naja, depois limpa o seu veneno de cima do meu computador. — Ele diz.

— Obrigado primo que eu amo. — Ela diz.

— Sai daqui filha de Taylor. — Ele diz.

     Os três ficam na sala conversando na sala, Emanuel tenta consolar os dois. Letícia sobe até o quarto, o computador já estava ligado e aberto. Ela abre o navegador, entra em seu Facebook, mexe nele, até que chega uma mensagem no computador, na mesma hora chega uma mensagem no celular de Nicolas.

— Quer que eu pegue o seu celular? — Emanuel diz.

— Não, muito obrigado, depois eu vejo isso, não é importante agora. — Ele diz.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora