O Ônibus

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    Acordo cedo, visto meus chinelos, vou quase com os olhos fechados até o banheiro, escovo os dentes, jogo uma água na cara para acordar. Desço até a cozinha, pego uma tigela e coloco cereais, coloco o leite, pego uma colher e começo a comer.
    Termino, vou correndo até o meu quarto, abro o guarda-roupa, pego uma calça jeans azul escuro rasgada, uma camisa básica e minha blusa. Ajeito meu cabelo colocando uma faixa, pego o perfume e jogo bastante em mim. Sorrio, pego meu celular, um dinheiro no criado-mudo e saio do quarto em seguida. Desço as escadas, abro a porta e fecho-a após sair. aro para colocar os fones por baixo da blusa, ponho nos ouvidos, aperto o play no celular e vou até o portão. Abro o portão, saio e em seguida fecho-o. Coloco minhas mãos na minha blusa e vou em direção ao ponto de ônibus. Estava tocando uma música antiga, mas era legal, uma música de 1995, acho que meus pais nem pensavam em me ter. Acho que eles dançavam essa música nas baladas do tempo deles, vou cantando baixinho.

The phone rings in the middle of the right. My father yells what you gonna do with your life. Oh daddy dear you know you're still number one. But girls they wanna have fun.— Canto olhando para os lados. Canto bem suave. — Oh girls just wanna have.

    Vejo o ônibus vindo de longe, pego uns 5 reais do meu bolso, entro no ônibus após ele parar na minha frente, vou até o cobrador, sorrio e entrego o dinheiro para ele. Ele me devolve umas moedas, passo a roleta, guardo o dinheiro no bolso e vou até lá trás. Pego meu celular, entro no WhatsApp e fico olhando para foto de Emanuel. Eu tinha salvo o número dele de noite, ainda não chamei ele, entro na conversa que ainda estava em branco, mando um "Bom dia" para ele, saio da conversa indo até a tela principal. Travo meu celular, encosto a cabeça no vidro e fico olhando para ele enquanto ouço música.
     O ônibus chega no terminal central, saio, olho para a plataforma do ônibus que eu ia pegar. Ele estava lá, corro até ele, paro na porta e o motorista fecha na minha cara. Bato com força na porta, o motorista abra a porta onde eu estava, entro e sento no fundo. O povo que estava no ônibus olha com uma cara estranha para mim, desvio dos olhares deles. Olho pela janela, pego meu celular, vejo que tinha umas mensagens, destravo e vou até o WhatsApp.

              "Bom dia 😄"

Respondo rapidamente.

            "Tudo bem?"

Vejo aparecer digitando e em seguida aparece a mensagem.

      "Estou bem sim e você? "

Sorrio e respondo:

       "Estou bem tɑmbém."

Vejo ficar azul a mensagem e ele responde.

      "O que está aprontando?😏"

   Dou uma risada, desvio o olhar para a janela, levanto observando bem o ponto e olho para o motorista. Aperto a campanhia, o ônibus para e eu desço. O ônibus tinha passado uns quatros pontos da onde eu ia descer. Coloco o celular no bolso, as mãos no bolso também e vou andando de volta para meu ponto.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora