O Garoto (Romance Gay)

O Psicólogo

     — Todos temos pesadelos, mas o aumento gradativo dos pesadelos gerando assim um mal a pessoa, isso deve ser tratado. — O psicólogo diz olhando para ambos.

— Então, o que eu tenho? — pergunto a ele.

— Vários estudos revelam que muitos problemas médicos podem causar perturbações no sono. Pesadelos regulares podem, por exemplo, ser um sinal de apneia do sono. Frequentes pesadelos podem fornecer pistas sobre a saúde, às vezes anos antes de sintomas da doença aparecerem. — Ele diz fazendo umas anotações.

— O que é uma apneia? —  Digo olhando para o psicólogo.

— É o distúrbio que causa interrupções no sono e reduções perigosas dos níveis de oxigênio. — Emanuel diz.

— Acho que temos um Aurélio aqui. — Digo olhando para Emanuel.

— Isso mesmo, mas, em seus sonhos, após eles, você acorda como? — Ele pergunta.

— Em que sentindo, físico ou a parte do assustado? — Digo a ele.

— O que você faz assim que abre os olhos, quais são as coisas com mais frequente você faz ou sente após acordar? — Ele diz.

— Sinto uma palpitação, coração acelerando, calafrio, algumas vezes eu grito após acordar. — Digo.

— E você se debate muito ao dormir? — Ele diz.

— Eu estou dormindo, não sei lhe dizer isso. — Digo.

— Nico. — Emanuel diz.

— Que foi? — Digo olhando para ele que colocava a mão em seu rosto.

— Entendo, pessoas que gritam e chutam durante o sono correm mais riscos de sofrer doenças neurológicas, como demência e mal de Parkison. — Ele diz.

— Você está falando que eu vou ficar louco? — Digo a ele.

— Não, apenas falando o que pode, são hipóteses, nada a confirmar sem ter uma análise profunda. Não somente os pesadelos podem indicar a doenças na cabeça, como podem indicar o estresse, ansiedade, eventos traumáticos, privação de sono, medicamentos, abuso de sustâncias, entre outros. — Ele anota mais algo. — Me conta qual o sono te deu mais medo.

— Acho, que talvez, seja o que eu perco as pessoas que mais amo. — Digo.

— Como você os perdia? — Ele diz.

— Através de mortes sangrentas. — Digo.

— Em que parte você frequentemente acorda durante seu sonho? — Ele diz.

— A parte que sobra para mim. — Digo.

— Entendo. Fuma? Bebe? Drogas? — Ele pergunta.

— Não para todas as alternativas, por acaso eu tenho cara de quem faz isso? Olha para mim, sou um bebê. — Digo dando uma risada de leve.

— Parou neh, sério. — Emanuel diz enquanto seguro um sorriso bobo.

— O que Emanuel é seu? — Ele diz.

— Eu sou namorado dele. — Emanuel diz por mim.

— Ah sim. — Ele diz anotando algo. — Com que frequência vocês são perseguidos? Sofrem bullying frequentemente? Já foram humilhados em público?

    Ouço o que ele diz, o meu coração acelera, não consigo dizer nada, abaixo a cabeça, ele conseguiu atingir no meu interior, algumas lágrimas rolarem, sinto a mão de Emanuel sobre a minha, ergo meu rosto, me viro para ele, sorri, ele estava sendo forte, coisa que eu acho que nunca fui, mas eu sei, que no fundo ele está mal também.