O novo melhor amigo de Emanuel

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     Caminhava com Emanuel pelo parque, tomo meu sorvete, sento em um banco em baixo de uma árvore, pego meu celular, destravo, mando umas mensagens para as minhas amigas, até que eu ouço uma voz, sorrio para o rapaz em minha frente e em seguida volto atenção ao meu celular.

– Nico, cumprimenta o Felipe. – Emanuel disse.

– Olá Felipe, desculpa a minha falta de educação. - Digo a ele.

– Foi nada, como estão? – Ele diz.

– Estou bem sim. – Digo a ele.

– É estamos bem, o que está fazendo por aqui? – Emanuel diz.

– Vim dar um rolê de skate. – Ele diz.

– Poxa cara, eu me amarro em andar de skate. – Emanuel diz.

– Isso é verdade. – Digo.

– Poxa, o que acha de nós três andarmos? – Ele diz.

– Eu não sei andar. – Digo.

– Podemos te ensinar. – Ele diz.

– Emanuel já me ensinou uma vez, mas foi um desastre. – Digo.

– Podemos te ensinar de novo se você quiser. – Emanuel diz.

– Não, muito obrigado, mas se quiser, pode ir você. – Digo a ele.

– Sério? – Emanuel diz.

– Sim, não nascemos grudados, certo? – Digo sorridente.

– Obrigado amorzinho. – Ele diz. – Vou ir ali em casa pegar meu skate, aí eu já volto.

– Pode ser. – Digo dando um beijo nele.

Emanuel vai até a sua casa, não ficava tão longe do parque, sorrio para Felipe que estava em minha frente, em seguida para o meu celular, ele senta ao me lado, não tiro os olhos do meu celular, Elisa estava mando memes no grupo nosso, eu estava rindo sozinho, era muito engraçado.

– Do que você está rindo? – Felipe pergunta.

– Desse meme aqui, olha. – Mostro para Felipe que começa a rir.

– Isso foi engraçado mesmo. – Ele diz soltando umas risadas.

– O que vocês estão rindo? – Emanuel pergunta.

– Disso! – Digo mostrando a ele.

– Meu Deus, socorro! – Ele diz dando uma risada.

– Hilário, neh?! – Digo.

– Muito, então bora lá? – Emanuel diz.

– Bora. – Felipe responde pondo o skate no chão.

Fico observando os dois andando no skate, eu achava o skate legal, mas não sabia andar mesmo, comprei mais um sorvete para mim, tomo enquanto observo os dois andavam, estava muito quente, eu estava com vontade de ir embora, tomar um refrigerante e dormir um pouco. Levanto, vou até Emanuel, digo a ele que eu iria embora, ele quis ir junto, mas insisti que ficasse, poxa, ele não tinha amigos, finalmente achou alguém que possa ser seu migo, que seja igual eu, não iria acabar com a graça dele. Quem derá eu poder prever o futuro e perceber que aquela amizade era uma bomba de afastamento.
Eu tentei deixar um espaço para Emanuel, para não sufocar ele, mas ele foi gastando esse espaço com Felipe, até aí tudo bem, mas, quando eu o convidava para sair no final de semana, ele dizia que já tinha programado algo, com o Felipe. Foram apenas três semanas que se passaram, eu já me senti afastado de Emanuel, muito afastado, eu fiquei com medo de cobrar ele, Emanuel sempre foi um amorzinho comigo, proibir ele de ter amigos, isso não é um relacionamento saudável, mas o problema que ele estava se afastando de um modo, que ele mal me respondia no WhatsApp. Além que a partir de Felipe, ele estava conhecendo novos amigos, amigos que eu não gostei de conhecer.

– Faz tempo que não vejo Emanuel vindo mais aqui em casa, vocês terminaram? – Ela diz servindo a mesa para o jantar.

– Não mãe, na verdade eu não sei. – Digo a ela.

– Ah sim. – Ela diz.

    Janto calmamente com meus pais, até ouvir uns barulhos lá fora, claro que eu pude identificar de quem era voz, fui até a janela, encaro, peço licença para os meus pais, saio até lá fora, olho Emanuel conversando com umas pessoas no portão, eu pude vê que eles estavam com bebidas nas suas mãos, eu já imaginei várias coisas.

– Emanuel, podemos conversar um pouquinho a sós. – Digo a ele.

– Oi amor, agora não posso, podemos conversar depois? Eu estou saindo agora. – Ele diz abrindo o portão para sair.

– Não Emanuel, eu preciso falar contigo agora. – Digo a ele.

– Ah por favor, depois conversamos. – Ele diz se virando.

– Quer saber de uma coisa, deixa para lá, vai embora mesmo e leva essa porcaria de aliança mesmo, porque ela não presta para nada mesmo, isso significava união, nem unidos estamos mais, toma. – Digo jogando nele.

– Pare de ser criança Nicolas, que custa conversar depois? – Ele diz juntando a aliança do chão.

– Que custa maturo Emanuel? Eu quis te dar um espaço para não te sufocar tanto, mas menos de um mês, você já se juntou a esse pessoal, pelo jeito já bebe e só Deus sabe o você faz, o Emanuel que eu conheci antes está morrendo, ou é apenas impressão minha? – Digo a ele.

– Não seja dramático, poxa, eu ainda te amo e muito. – Ele diz.

– Ah, então, deixe eles e vem ficar comigo, prove. – Digo.

– Eu já te provei tantas vezes que eu te amo, não precisa de mais uma. – Ele diz.

– Para Emanuel, volte a ser o bom Emanuel que eu conhecia, aquele que ficava ao meu lado, que conversava comigo direto, não bebia e outras coisas. – Digo.

– Eu não, eu ainda tenho tempo para você, vem com nós então. – Ele diz.

– Não, não é esse tipo de amigos que eu quero para mim, gosto de amizades saudáveis, tchau, quando você pensar melhor, nós conversamos. – Digo a ele e entro.

Subo até o meu quarto, respiro fundo para não chorar, me ajeito na cama, pego meus fones de ouvido, ponho Scientist para ouvir, olho para a tela do celular, sorrio enquanto choro ao ver a foto de eu e Emanuel.

– Poxa cara, você está bem? – Felipe pergunta.

– Vou entrar, desculpa, te vejo amanhã Felipe, o resto, adeus. – Emanuel diz entrando, caminha em direção ao seu quarto, põe a aliança em cima do criado-mudo, pegou seu celular, manda uma mensagem para Nicolas e começa a surtar no quarto.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora