O Pesadelo

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   O quarto estava todo escuro, olhava para o meu celular, não conseguia dormir, conversava com o Emanuel, até que sinto uma presença, olho para frente e dou um pulo para trás.

— Olha o que você me fez fazer, olha o que você me fez fazer... — Dizia enquanto mostrava os pulsos sangrando.

   Olhei para o rosto da pessoa, era eu, me encosto cada vez mais na parede, grito bastante, mas ninguém me escuta, fecho os olhos, a pessoa, ou melhor eu, fica quieto, olho para frente e não tinha ninguém mais. Olho em volta a procura do meu celular, estava no chão, me agacho com cuidado, levo a mão até o celular, pego-o mas uma mão aparece e segura meu braço.

— Olha o que você fez eu FAZER. — Ele grita.

    Levanto com um pulo, olho para Emanuel em minha frente que estava com os olhos arregalados para mim, eu estava suando, olho para meus braços e em seguinte para Emanuel.

— Você está bem? Não parava de se virar em meu colo. — Emanuel diz preocupado.

— Acho que eu tive pesadelo, dos horríveis de se imaginar. — Digo.

— Conta, o que sonhou? — Ele diz passando a mão em meu rosto.

— Eu sonhei comigo , eu estava sangrando nos braços e dizia "olha o que você me faz fazer". — Digo.

— Hum... Alguém anda ouvindo muito Taylor. — Emanuel diz dando uma risada.

— Para de ser idiota, Deus me dibre. — Digo segurando um sorriso.

—  Está bem, vem cá, já passou. — Ele diz me abraçando.

— Foi horrível. — Digo a ele.

— Já passou. — Ele diz.

— Que horas são? — Digo a ele.

— São 20 horas em ponto, acho que está na hora de eu ir embora. — Emanuel diz.

— Está bem então, até amanhã. — Digo levantando.

— Não é assim que se fala com o seu namorado. — Ele diz me pegando com força.

— Desculpa, então é bye. — Digo dando uma risada.

— Seu bobo. — Ele sorri e me beija.

    Passo minha mão sobre sua nuca, mordo seu lábio de leve, dou uma risada e volto a beija-lo. Ouço um barulho vindo de cima, em seguida descendo as escadas, solto de Emanuel, passo o meus dedos em meu lábios, sorrio ao ver minha mãe passar por nós e ir até a cozinha.

— Eu vou indo, boa noite meu amor e boa noite sogra. — Ele diz sorridente, abre a porta e sai.

   Olho para minha mãe, dou uma risada, passo por ela, subo as escadas, vou até o meu quarto, pego minha roupa de dormir, uma toalha e me dirijo até o banheiro. Tomo um banho rápido, me visto, pego o meu celular, me jogo na cama, olho para a timeline do meu Facebook, em seguida volto atenção para minha frente, lembro da cena do meu sonho, engulo seco e volto atenção ao meu celular.
    Após algum tempo mexendo no celular, coloco-o para carregar em cima do criado-mudo, me ajeito em baixo das cobertas e me viro para dormir.

— Eu já volto então, vou lá em casa, eu te amo. — Emanuel disse para mim.

— Eu também te amo, vou lá em casa também, vou pegar meu celular que eu deixei no quarto. — Digo.

— Está bem, até daqui a pouco. — Ele diz.

    Me viro, abro a porta de casa, entro, fecho-a, olho para a sala, vejo uma pessoa de costas chorando, vou devagar até a pessoa, respiro fundo, olho em volta e ponho a mão em seu ombro.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora