Véspera de Natal

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     Sorrio para a delegada em minha frente, só estava eu e ela na sala. Era manhã, o relógio na parede marcava 9:00 em ponto, a janela estava aberta, vinha um ar gelado dela, o estagiário traz para mim um chocolate quente, ela apenas acena para mim tomar ele.

— Primeiramente bom dia Nicolas, sou a delegada Joana, estou cuidando do caso que ocorreu no prédio, ou melhor dizendo, que ocorreu com você. Gostaria que me contasse da noite primeira, o que aconteceu nesse dia? — Ela questiona.

— Bom dia. Então... e... — Paro de falar.

— Só um minuto, o escrivão está chegando. — Ela diz olhando pela porta.

— Desculpa o atraso. — Ele diz entrando.

— Vamos lá Felipe, temos muito o que fazer hoje. — Ela diz.

— Desculpa, mais já estou aqui. — Felipe diz.

— Vou recapitular a pergunta, está bem Nicolas, gostaria que contasse da noite, o que ocorreu nesse dia? — Ela questiona.

— Então... era formatura, Emanuel e eu cuidava da apresentação e da música, essa era nossa função. Até que na metade do baile de formatura, eu fui ao banheiro e... — Olho para o escrivão digitando, não gostei do seu nome, me remetia coisas que eu não gostaria de lembrar.

— E? — Ela diz.

— Desculpa, me distrai, e... Eu fui ao banheiro... — Continuo contando a história.

Alguma vezes parava para tomar meu chocolate quente, ou para responder alguma pergunta da delegada, ou para encarar Felipe. Queria saber sua reação ao descobrir que tinha um outro Felipe em minha história. Conto detalhadamente o que aconteceu no prédio.

— Então, Lucas matou Felipe, isso? — Ela pergunta.

— Isso, depois ele se suicidou. — Digo a ela.

— Os dois estão morto, não sou espírita para pegar o depoimento deles. — Ela diz olhando para o escrivão.

— Mas tem a Letícia, ela também é cúmplice deles, ela mereci ser punida conforme a lei estabelece. — Digo a ele.

— A lei é muito lerda, farei o possível para esse caso terminar o mais rápido possível, iremos pedir para ela depor aqui. — Ela diz.

— Emanuel é o seu namorado certo? — Ela diz.

— Sim, certo. Alguém mais além dos dois estava lá? — Ela questiona.

— Douglas. — Digo a ela.

— Quem é Douglas? — Ela questiona.

— É o namorado de Lucas, ele parece no final da história, ajudou o meu namorado a achar o caminho para ir aonde eu estava. Como eles sabiam onde eu estava, aí eu não sei. — Digo a ela.

— Está bem. — Ela diz acenando para o escrivão.

— Querem quero digo mais algo? — Digo olhando para minha xícara vazia.

— Por enquanto nada, já disse o necessário e o suficiente, quer mais chocolate? — Ela pergunta.

— Pode ser. — Digo a ela.

— Miguel, Miguel... — Ela chama o rapaz. — Mais chocolate para o rapaz fazendo o favor.

— Sim senhora. — Ele diz sorridente.

— Espera lá fora senhor Nicolas, que agora chamarei Emanuel para depor. — Ela diz.

Levanto, abro a porta da sala, saio, peço para Emanuel entrar, sento ao lado de minha mãe, o estagiário trás o chocolate para mim, eu o agradeço e ele volta a trabalhar. Tomo meu chocolate quente, enquanto olho pela vidro da sala da delegada, vejo mexer seus lábios e algumas vezes Emanuel balançar a cabeça negativamente ou positivamente.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora