Ficando a par das coisas

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   Abro a porta do carro, Emanuel pega eu no colo, me põe na cadeira de rodas, pega minha mochila, coloca em cima do ombro direito, no ombro esquerdo estava a sua. Me despeço da minha mãe, Emanuel empurra devagar a cadeira e eu respiro fundo.

— Nossa... — Digo olhando o pessoal me observando.

— A maioria ficou triste ao saber de você. Foi um choque para todos e é um pouco normal que eles vejam você assim. Acho que hoje saiu a notícia de sua alta. — Emanuel diz subindo a rampa e entrando no colégio.

— Ah, eu não dei entrevista. Ficar respondendo perguntas e sempre a mesma, isso me cansa. — Digo a ele.

— Sem problemas, você não é obrigado a nada mesmo. — Ele diz.

— Verdade e... — Paro de falar e um largo sorriso floresce.

— NICOLAS1 MEU MIGO! — Elisa corre e me abraçar.

— Aí meu Deus. Que saudades de você. Muita saudades, eu te amo minha praga. — Digo abraçando ela forte.

— Também te amo muito meu querido, meu filho, meu bebezão! — Ela diz chorando.

— Não vamos chorar, por favor. — Eu digo a ela quase chorando.

— Está bem. — Ela diz me soltando, limpando o rosto e respirando fundo.

— O importante e que eu estou bem. — Digo para ela.

— Sim, isso que importa. — Ela diz.

— Só espera eu sair dessa cadeira e voltarei a estar cem por cento. — Eu digo a ela.

— Você vai ficar bem. Vai sim! — Ela diz.

— Oi. — Olho para o lado e vejo Carol.

— Olá. Como vai? — Digo sorrindo para ela.

— Vou bem. Acho que vou bem. E você? — Ela diz.

— Vou bem sim. Para de enrolação e me abraça. — Digo estendendo os braços para ela.

— Desculpa. Desculpa, eu fui muito egocêntrica, sua amizade é muito valiosa para mim, muito mesmo. — Ela diz me abraçando forte e chorando.

— Por favor. Cala a boca, eu te amo também, amo vocês três e eu perdoo você. Nunca esqueci de você, mesmo tentando. — Eu digo chorando também.

— Desculpa. Desculpa. — Ela diz abraçando mais forte.

Shiuuu... Passou, não vamos chorar, por favor. — Eu digo para ela.

Okay. — Ela diz me soltando e limpando seu rosto.

— Fortes emoções hoje. — Digo dando risada e limpando meu rosto.

— Acho melhor irmos para a sala. — Emanuel diz.

— Também acho. Até depois. — Carol sorri, se despede e vira indo em direção a sua sala.

— Tchau Carol. — Digo a ela.

— Agora vamos. — Digo. — Ai Jesus. E pensar que perdi várias provas e trabalhos. Não sei nem por onde eu começo.

— Verdade. Perdeu muita coisa. — Elisa diz caminhando ao meu lado.

— Mas não se preocupa, sei que os professores darão um jeito de você recuperar o que perdeu. — Emanuel diz me empurrando.

— Vou conversar com a diretora, quem sabe ela sabe algo e tenha algo a me dizer. — Sorrio para Elisa vejo Elisa olhando para Emanuel.

— Ele não te contou? — Elisa encara Emanuel.

— Desculpa, eu... — Emanuel tenha falar.

— O que foi? Contem. — Digo olhando para eles.

— A diretora foi afastada do cargo. Agora quem cuida é um novo diretor. Até o vice foi afastado. — Elisa diz.

— Mais sabemos que a culpa não foi dela. FOI ELE. — Grito com Elisa.

— Infelizmente, vocês estavam pisando na quadra do colégio, então era obrigação do colégio manter vocês em segurança. Além disso ela sabia que você estava sofrendo, foi negligente e aliás, processaram o colégio, ela que sofreu as consequência por negligência. — Elisa diz com calma.

— Ele, ou melhor, eles deveria pagar por tudo isso. E aliás, quem denunciou? — Digo olhando para os dois. Ambos trocam olhares.

— Foi sua mãe, Nicolas. Foi ela. — Emanuel diz.

— Sério? — Olho para eles.

— Sim Nicolas e a advogada é minha mãe. — Alice aparece, para em minha frente e sorri.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora