A Faxina

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      Vou até a cozinha, pego um balde com água, um pano molhado e um seco. Vou até a estante, pego o pano molhado, passo na estante, em seguida coloco na água, torço e volto repetir a mesma ação. Após terminar de passar o pano úmido, passo o pano seco rapidamente, pego em seguida um produto  para deixar a estante brilhando e passo sobre a ela. Olho para a escada. Que demora de Emanuel para descer. O que será que está acontecendo?
     Deixo minhas coisas, subo as escadas, vejo a porta do meu quarto aberta, paro nela e observo Emanuel sentando em minha cama com uns papéis na mão. Vou até ele e tomo rapidamente os papéis de suas mãos.

— O que você está fazendo? Você veio me ajudar ou mexer nas minha coisas? Por acaso você é um espião da CIA? FBI? Era só para você varrer e não pegar minha coisas. — Digo juntando todos os papéis e coloco sobre a escrivaninha.

— Desculpa cara, eu só estava lendo. Aliás você escreve muito bem! Linda a história dos dois caras. — Ele diz levantando da minha cama.

— Não! Isso não é certo. Se você fizer isso de novo, você vai ter que se retirar daqui. — Digo.

— Desculpa. Não vou fazer isso de novo, vou terminar de varrer aqui. — Ele balança a vassoura, volta a varrer. Dou as costas e volto a terminar de limpar a estante.

    Pego a água do balde e jogo na grama. Termino a parte da estante, vou até o banheiro, coloco para encher o balde em baixo do chuveiro. Havia colocado no modo desligado e enquanto isso jogo sabão em pó no chão. O balde termina de encher, jogo a água no chão e olho para Emanuel na porta.

— Eu já terminei de varrer. O que mais precisa? — Emanuel se encosta na porta olhando para mim.

— Acho que não preciso de mais nada, só vou terminar aqui. — Seguro o balde ando mais um passo, e como estava descalço, acabo escorregando e caindo no chão. Mordo meu lábio de dor, olho para cima, vejo Emanuel todo molhado, eu só não rio pois estávamos nos dois no mesmo buraco.

Eita! Deixa eu te ajudar. — Emanuel diz levantado a mão para mim. Seguro em sua mão e ele me puxa.

  Olho para ele molhado, sua camisa colava em seu corpo, seu calção branco estava todo molhado, mostrava um volume que eu tentava desviar. Mordo meu lábio olhando para cima.

— Acho melhor você vestir algo. — Digo a ele.

— Me empresta uma roupa? Depois eu te devolvo. — Ele diz puxando sua camisa molhada que estava colado em seu corpo.

Okay então! Só não digo que vai ficar boa, acho que vai ficar meio apertada. — Digo passando por ele indo até o meu quarto. Abro o guarda-roupa e olho para o mesmo.

   Pego uma calça preta que era um pouco grande para mim, uma camisa que eu adorava que ficava meio grande e pego um pacote de cueca, tiro uma nova branca e dou para ele.

— Eu vou sair daqui, fique a vontade. Claro sem mexer nas minhas coisas. — Digo saindo e fechando a porta.

     Volto ao banheiro, pego a vassoura e passo pelo banheiro com força. Jogo água sanitária em tudo. Em seguida passo água limpa e puxo com o rodo. Saio e fecho a porta. Bato na porta do meu quarto.

— Posso entrar? Não está mexendo na minhas coisas né? — Digo batendo na porta de novo e imaginando mil coisas que ele poderia estar fazendo.

— Pode entrar sim, não estou mexendo em suas coisas. — Ele diz.

Okay! — Abro a porta, olho para o garoto que está olhando para o espelho. Ele vira para mim e sorri. Observo ele com minhas roupas, ficou bem colado nele. Vou até ele, coloco a mão em seu cabelo e faço o topete. — Acho que agora ficou bonito, quero dizer, ficou bom. — Falo meio sem graça.

— Fiquei sim! Obrigado mesmo. — Ele diz olhando para o espelho.

Okay. Eu vou descer na cozinha comer algo, se quiser, só vem. — Digo me virando indo até o corredor.

   Desço até  a cozinha. Pego um bolo de dentro da geladeira, era o meu favorito, bolo de chocolate, quem não ama esse sabor? Pego dois copos e o litro de refrigerante. Corto um pedaço para mim e em seguida olho para Emanuel em minha frente. O som ainda tocava, acho que era a nova música da Lorde, a letra era bem bonita, eu sempre era envolvido pela a música. Sorrio sem mostrar os dentes para Emanuel, ele faz o mesmo. Seus olhos verdes brilhavam. Comemos em silêncio apenas trocando olhares, a única coisa que quebrava o silêncio eram as músicas que tocavam. Havia reduzido pela a metade o volume.
    Terminamos de comer. Lavo os poucos talheres, pratinhos e copos que usamos, e ele seca em seguida.

— Então... Quer fazer o quê? — Digo me virando para ele após terminar a louça.

— Acho que já é tarde, melhor eu ir para casa, meus pais já devem ter chegado. Foi muito divertido hoje com você! Obrigado por me emprestar a roupa. — Ele diz com um grande sorriso aparecendo.

— Ah sim! Sem problemas! Pode deixar sua roupa molhada aqui e quando eu for lavar a roupa na lavandaria eu levo elas e a cueca pode ficar contigo. — Digo meio envergonhado e dou uma risada.

— Ah, okay então. Eu poderia levar a minha casa é aqui no lado mesmo. Valeu por tudo! — Ele diz se dirigindo até a porta.

— Obrigado por me ajudar, obrigado mesmo. — Digo indo até o rádio.

     Vou com ele até a portão, abro e dou espaço para ele sair. Sorrio, vejo sua mão estendida para mim, pego ela e balanço. Solto erguendo meu rosto para olhar o dele, fecho o portão devagar, tranco e me afasto um pouco.

— Até amanhã. Tenha uma ótima noite. — Ele diz.

   Apenas sorrio, abaixo a cabeça e vou em direção a minha casa, entro e fecho a porta. Ligo a TV, aumento o volume consideravelmente e subo até o meu quarto. Abro a porta, vou até o espelho, ajeito minha faixa e sorrio. Viro meu rosto para a escrivaninha, vou até ela e pego um papel.

"Gostei de pɑssɑr o diɑ com você! Você é bem legɑl!
7648-8897 ;)"

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora