O Professor de Física

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  Era quarta-feira de manhã, estava com Emanuel e minha mãe em volta da mesa. Eu terminava de comer um pedaço de pão com presunto e tomava um achocolatado.
  Escovo meus dentes, pego minhas mochila, Emanuel sempre me ajudando, me põe na cadeira de rodas. Caminhamos em direção ao colégio. A primeira aula era de física, do professor que a Carol amava, o Henrique. Ele era bem lindo. Acho que formariam um casal legal.

— Bom Dia a todos! — Ele diz pondo suas coisas em cima da mesa e fazendo a chamada.

— Tem hoje algo para física? — Pergunto para Emanuel.

— Que eu saiba não. — Ele diz abrindo seu caderno e olhando em seguida para mim.

— Hoje é o último dia de aula comigo nessa sala, não tenho nada a passar, então resolvi debater um assunto na sala. Como hoje é dia 28 de junho, considerado o dia do Orgulho LGBT falaremos sobre esse tema. — Ele diz.

— Fiz uma playlist especial para hoje. — Digo para Emanuel.

— Já não aguento ouvir esse tema! Mas o senhor é gay? — Lucas diz olhando para o professor.

— Não, eu não sou gay. Apenas um simpatizante, luto pelos direitos iguais. Não importa se é religioso ou ateu, heterossexual ou homossexual, branco ou negro, ambos tem que ter o direitos iguais! — Ele diz levantando.

— Gays querem privilégio. — Lucas disse.

— Desde quando lutar por direitos iguais é ter privilégio. Agora só porque é gay, a pessoa tem que sofrer? — Ele diz olhando para eles.

— Eles so pensam em putaria e safadeza. Uns vermes da sociedade. — Lucas diz em um tom alto.

— E os heterosexuais pensam só em romance e amor? Por favor, querer generalizar todos a um patamar é errado. — Henrique diz olhando para Lucas.

— Você é gay, só pode! — Lucas diz para o professor.

— Sou um simpatizante, e se fosse gay, você não teria haver com minha vida. Por pessoas com pensamentos iguais ao seu que eles lutam. — Henrique diz.

— Isso é falta de ida para igreja, sabia? Posso te levar para uma. — Lucas cerra o olhar para Henrique.

— Não precisa, eu já vou na minha. Acho que vou levar você na minha, para aprender os ensinamentos, o principal de todos, "amai-vos uns aos outros". Você tem mais amado ou odiado Lucas? — Henrique diz indo até a a porta. — Eu tenho amigos que não apoiam, mas respeitam e acolhem esse tipo de pessoa. Se Deus é amor, por que alguns propagam ódio?

— Pois não sabem ler direito. Se soubessem, talvez entendessem a mensagem. — Emanuel diz. Todos viram a atenção para ele.

— Mês de junho é considerado o mês do Orgulho LGBT, mas o dia é 28. Evidente que pouca coisa se conseguiu, mas já é um grande progresso. — Henrique diz.

— Isso é muito errado. Imagina as crianças vendo essa pouca vergonha? É querer quebrar a família tradicional. — Lucas diz.

— Crianças são inocentes ao contrário dos adultos, cheio de sentimentos ruins. Elas vão olhar e ver o amor, não essa atrocidade que você acha. — Ele diz caminhando até o outro canto da sala. — Ninguém está querendo quebrar nada. Família não significa amor e união? Você acha que um casal heterosexual tem mais isso que um casal homossexual?

— Primeiramente não existe casal com duas mulheres e dois homens! — Lucas diz sorridente.

— Se existe amor e felicidade, se estão namorando ou casados, digo que eles podem sim ser um casal. — Henrique diz.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora