O Garoto (Romance Gay)

A última semana com Emanuel

— Estava realmente deliciosa nossa torta ontem. — Emanuel diz.

— Estava boa sim, comi dois pedaços dela. — Pedro diz levando o café até a sua boca.

— O dia inteiro iremos comer as sobras de ontem, tipo esse panettone de chocolate em minha frente, mas está bom. — Digo dando uma risada e mordendo ele.

— Devemos dar um rolê por aí. — Ele diz.

— Dê um rolê que você vai ouvir, apenas quem já dizia, hoje tenho nada, antes de você ser, eu sou, eu sou, eu sou o amor da cabeça ao pés, eu sou, eu sou, eu sou o amor da cabeça aos pés.. — Canto para eles.

— Amo ela. — Emanuel diz.

— Amamos. — Pedro diz.

— Vamos dar um rolê por aí. — Digo.

— Mas antes de saírem, agradeceria se me ajudasse na bagunça de lá fora. — Amanda diz.

— Claro que iremos senhora. — Pedro diz.

      Tomamos nosso café e fomos ajudar na organização da pôs-festa. Olho os dois trabalhando, fazendo uma coisa, ora outra.

      Depois fomos dar uma volta pelo bairro, conversamos empolgado, sento no banco, enquanto Emanuel e Pedro andam de skate no parque, pego o meu celular em meu bolso, destravo a tela e começa a mexer nele.

— Hey Nicolas. — Elisa diz sentando ao meu lado.

— Olá Elisa, tudo bem? — Digo a cumprimentando.

— Estou ótima. — Ela diz.

— O que acha de irmos naquela sorveteria ali da esquina? — Digo a ela.

— Sim, pode ser, é comida neh? — Ela diz.

— Então vamos. — Digo levantando.

     Aceno para Emanuel, fazendo sinal para a sorveteria, ele só da um sinal de certo, balanço a cabeça positivamente. Ao chegar na sorveteria, peço um sorvete de palito, de saber uva, enquanto Elisa pede um sundae grande para ela.

— Então, o que tem em mente para o ano que vem? — Elisa diz pegando um pedaço do sundae e levando até a sua boca.

— Tenho algumas idéias, são muitas coisas que eu tenho em monte que posso fazer. — Digo a ela.

— Eu estou pensando em entrar na universidade daqui, talvez fazer licenciatura em educação física ou enfermagem. — Ela diz. — Por que não faz música? A universidade daqui tem, seria perfeito para você.

— Quem sabe neh. — Digo a ela enquanto chupo meu sorvete.

— Já se acostumou com a idéia de Emanuel ir embora? — Ela diz.

    Paro de chupar meu sorvete, olho para ela, paraliso por alguns segundos, em seguida viro meu rosto para o parque. Vejo Emanuel andando de skate com Pedro, feliz, ele olha para mim e me acena. Sorrio levemente e aceno para ele, em seguida me viro para Elisa que me olhava fixamente.

— Acho que a resposta é não. — Ela diz.

— Ninguém nunca disse que seria difícil. — Digo a ela.

— Ninguém mesmo disse, é ruim de apegar tanto em alguém e ver ele ir embora, ver ele escorrer por entre seus dedos. — Ela diz.

— Não me faça chorar, okay. — Digo.

— Está bem, desculpa. — Ela diz olhando para o seu sandue. — Quer um pouco?

— Não, muito obrigado. Perdi o apetite. — Digo.