Passei a noite aproveitando cada segundo com ele, fomos dormir 2 da manhã, só não ficamos mais acordados porque ele iria viajar cedo. Durmo abraçado com ele, sentindo o seu cheiro bom, só era um pouco desagradável meu braço atrapalhando. Ele havia acordado primeiro que eu, já havia arrumado suas malas, vou para casa me arrumar e iria com os meus pais ao aeroporto.
Olho a aeroporto através da janela do carro, respiro fundo, viro para Emanuel, meus olhos já estavam começando a encher de lágrimas, ele me abraça e me beija.— Calma. — Ele diz sorridente.
Saímos do carro, ajudo-o a levar suas malas, sento em um canto com ele enquanto seus pais pegam a passagem que já foi comprada, ele segura firme minha mão, em seguida ele passa pela vistoria.
— Atenção passageiros, com destino a New York, favor comparecer ao embarque D. Partiremos em quarenta minutos. — A voz mecânica diz.
— Eu acho que agora é a minha partida. — Ele diz sorridente enquanto alguma lágrimas caiem pela sua bochecha.
— Irei sentir muita sua falta. — Digo a ele.
— Eu muito mais. — Ele diz me abraçando forte e me beijando.
Minhas lágrimas escorrem por minha bochecha, queria poder parar o tempo, não partir dele, ficar lá, parado naquele momento, eu iria sentir tanto a falta dele, mas às vezes temos que deixar quem amamos para eles serem felizes, pois o amor não é egoísta. Devemos deixar que nós amamos livres, livres para serem felizes.
— Muito obrigado, muito obrigado por tudo, por o ano passado ser maravilhoso, por me mostrar o que é o amor e a felicidade. — Digo a ele.
— Obrigado você, você me ajudou muito, me mostrou tudo isso novamente. Eu era apenas um garoto perdido, que não estava preparado para ser encontrado. Você conseguiu me reencontrar e me mudou. — Ele diz.
— Queria pode dizer para você ficar, mas você tem que ir, siga seu sonho, eu estarei aqui, torcendo por você. — Digo.
— Não se esqueça, posso estar longe, mas nunca fui embora. Eu te amo. — Ele diz chorando e tirando uma pulseira do braço.
— Eu também te amo. — Digo a ele.
— Atenção passageiros, com destino a New York, o embarque está sendo feito no portão D, faltam 20 minutos para decolar. — A voz eletrônica diz.
— Quero que você fique com isso aqui, eu gosto dessa pulseira, tenho ela faz alguns anos, toma só mais um pedaço de mim. — Ele diz me abraçando forte e beijando em minha testa.
— Tchau meu amado. — Digo o abraçando forte.
— Vou despedir dos meus pais agora, se não eles irão ficar braço comigo. — Ele diz limpando suas lágrimas.
— Não sei se estou chorado por você ir embora filho, ou se é por causa de cena. — A mãe de Emanuel diz.
— Vem cá mãe. — Ele diz abraçando ela.
Emanuel se despede de seus pais e depois rapidamente dos meus. Olho para a pulseira que ele me deu, uma pulseira rústica, sorrio levemente, passo o polegar sobre ela, até sentir a mão de Emanuel na minha.
— Um último e um último abraço. — Ele diz.
— O último dos futuros primeiros, te aguarda futuramente. — Digo a ele.
— Não importa o quanto eu digo, parece que eu te amo não é o suficiente para dizer o quanto eu sinto algo grande por você. — Ele diz pegando em minha cintura e me beijando, um outro beijo longo e duradouro.
— Atenção passageiros, com destino a New York, o embarque está sendo feito no portão D, faltam 5 minutos para decolar. — A voz eletrônica diz.
— Acho melhor eu entrar, tchau, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, EU TE AMO... — Ele diz indo até a portaria e mostrando seu passaporte.
— EU TE AMO MUITO EMANUEL. — Grito a ele, lágrimas caem e seguro firme a pulseira que eu recebi dele.
Olho o avião de decolar, dou tchau, não sei se ele estaria vendo, mas mesmo assim fiz, igual aquelas crianças quando vê um avião de longe e começa a dar tchau. Tomo um pouco de água, saio do aeroporto caminho com meus pais e de Emanuel pelo estacionamento.
— Você é um grande homem. — O pai de Emanuel diz dando um tapa de leve meu ombro.
— Obrigado... — Ouço uma voz vindo atrás de mim.
— Um grande homem, que perdeu o seu garoto, perdeu a única coisa que tinha nessa vida, voltou a ser uma pessoa solitária. — Letícia diz.
— Achei que você tivesse vergonha na cara, o que está fazendo aqui? — Digo a ela.
— Vim ver com os meus próprios olhos a sua ruína. — Ela diz.
— Acho que a pessoa mais solitária aqui é você. Que não tem ninguém, não tem amigos, não tem nada. — Digo a ela.
— A minha felicidade é baseada na desgraça alheia, estou amando te ver assim. — Ela diz se virando.
— Onde você pensa que você vai? — Digo me avançando até ela, mas meu pai me segura.
— Pessoas do jeito dela, se enforcam sozinho. — Ele diz me segurando. — É minha sobrinha, mas não vale nada.
— Acho melhor você se acalmar, esquecer ela, vamos lá em casa tomar um chá ou algo do tipo. — Michele diz.
— Não, obrigado, quem sabe outra hora, preciso de um pouco de paz para dirigir tudo isso. — Digo abrindo a porta do carro e entrando.
Passo o tempo todo em silêncio, remoendo meus pensamentos, olhando o movimento pela janela. Ao chegar em casa, saio do carro, entro, subo ao meu quarto e me fecho nele. Se ajoelho no chão, me encostando na porta, choro compulsivamente, eu precisava daquele momento, limpar meu coração triste com as lágrimas.
Após passar a tarde inteira chorando, saio do meu quarto, vou tomar um banho, visto algo confortado. Minha mãe passa pelo corredor me convidando para jantar, digo que já descia, pego meu celular, olho a tela dela e sorrio ao ver a foto de nós dois. Respiro fundo, desço as escadas, vou até a sala de jantar, sorrio ao ver meus pai em volta da mesa, sento e me sirvo.
— Tudo bem contigo? — Minha mãe pergunta.
— Sim mãe, está tudo bem. — Digo a ela.
— Que bom, fiz bolo de chocolate para você. — Ela diz.
— Obrigado, amo bolo de chocolate. — Digo a ela.
— Eu sei, por isso fiz. — Ela diz. — Elisa ligou ontem aqui, esqueci de falar.
— Acho que ela está brava comigo. — Digo.
— Não sei, ela estava com uma voz serena pelo telefone. — Ela diz.
— Tomara que não esteja. — Digo segurando um sorriso.
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O Garoto (Romance Gay)
Romansa"Eu gosto de ser diferente, ɑfinɑl, de cópiɑs o mundo já está cheio." Rɑchel Berry *•ೋ••* 🔱O Garoto🔱 *••ೋ•* A Vida não está sendo nada fácil para o Nicolas, a mesma rixas de um estudante do último ano do ensino médio. Mas para ele, talvez, seja...