A Dança

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      O abraçava forte para não cair no chão, skate não deu certo, quem sabe patins? Mesmo nos tombos, eu ria bastante. Talvez, no fundo, eu estava me segurando para não cair mesmo, perder pessoas eram ruins, principalmente quando são três em uma vez só.

— Vem, não é tão difícil, você está indo super bem para um principiante. — Emanuel diz.

   Levanto novamente, tomo fôlego, volto a tentar a andar com a ajuda dele, eu já estava quase pegando o jeito mesmo, o sol estava se pondo, o céu com uma variação do azul para uma cor de laranja radiante.

— Vai, está conseguindo. — Ele diz me soltando.

    Isso! Eu consegui, pelo menos alguma coisa, dou uma volta sem a ajuda de Manu, me viro para ele, sorrio e o abraço.

— Eu te amarei até o fim dos tempos. — Ele diz.

— Eu... eu... eu... — Digo começando a chorar e o abraço mais forte ainda.

— Tudo bem meu namorado. — Ele diz em meu ouvido e passado a mão em meu cabelo.

Segunda-feira, estava sentado, olhando o lugar vazio, o lugar onde Carol sentava antes dela mudar de sala, eu nunca liguei para aquele vazio, porque ela havia mudado de sala, mas agora eu ligo, pois ela se foi para sempre.

— Olá, bom dia, poderia conversar com Matheus e Davi? — O diretor diz.

— Pode sim, estão liberados. — A professora diz.

   Ambos saem da sala, a professora volta com a matéria, olho para Emanuel, que apenas deu de ombros, volto a prestar atenção a aula. Alguém bate na porta, dessa vez era Paulo, queria conversar com Emanuel e comigo. Somos dispensados da aula, saímos da sala, Vinicius, Suzana e Roberta estavam juntos, já soube claramente sobre o que era o assunto.

    Fomos até o auditório, sentamos um ao lado do outro e olhamos para Paulo.

— Já prepararam tudo para a formatura? — Ele pergunta.

— Iremos fazer com dinheiro? — Roberta questiona.

— Com o nosso. — Ele diz.

— Nosso? Não dou nem um centavo do meu bolso. — Ela diz.

— Não sua burra, vamos recuperar, já sabemos que pegou o dinheiro. — Ele diz.

— Quem? — Suzana diz.

— Foi o Lucas. — Ele diz.

— O Lucas? Mas ele não havia sido expulso? — Questiono.

— Ele foi, mas as câmeras pegaram ele entrando na sala. — Ele diz.

— Mas Lucas não vem para o colégio a dias, como vão pegar ele? — Roberta diz.

— A patrulha escolar está resolvendo isso. — Ele diz.

— Duvido que peguem ele. — Ela diz.

— Você de alguma coisa Roberta? — Paulo diz.

— Eu conversei com ele final de semana, ele disse que não aparecia tão cedo no colégio. — Ela diz.

— Mas a patrulha vai visitar ele, não se preocupe. — Paulo diz.

— Se acharem onde ele verdadeiramente está. — Ela diz.

— Desembucha. — Ele diz.

— Ele não está na casa dele, ele está na casa de alguns parentes, eu não sei que parente. — Ela diz.

— Droga. — Ele diz. — Mas você ainda conversa com ele? Pelo menos devolva o dinheiro, precisamos dele.

— Eu posso tentar, se quiser. — Ela diz.

O Garoto (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora