"Ar? Ar? Cadê você?". Penso nisso a cada passo que ele dava, nunca vi uma pessoa tão linda como ele. Dou um sorriso bobo, respiro fundo e não tiro os olhos dele. Seu cabelo era um loiro escuro, tinha feito um topete, sua pele era bem branca, olhos verdes, um sorriso encantador, um corpo atlético e no mínimo uns dez centímetros maior que eu. Eu tinha 1,78 de altura. Sinto uma cotovelada em mim, volto a realidade e me viro para Elisa que estava se segurando para não dar risada. O garoto passa o portão e vem em nossa direção.
— Nossa que demora filho! Estava aprontando o quê? — Michele diz.
— Estava arrumando as coisas lá dentro. Nem demorei muito, para de exagerar, o que houve? Um incêndio? Cara, se for isso, chamasse os bombeiros em vez de mim. — Emanuel diz com um ar sarcástico e engraçado. Ele vira o seu rosto em nossa direção, acho que eu já poderia ter um infarto.
— Nada não! Apenas te chamei para você conhecer eles. Seu vizinho e novo colega de colégio, o Nicolas e essa garota linda chama-se Elisa. — Michele diz trocando olhares ora com Emanuel e ora conosco.
Ele vem em nossa direção nos cumprimentando. Seguro forte sua mão e balanço, por alguns segundos de pensamentos me deu vontade de não soltar a mão dele. Eu sou um bom representante do meu signo. Aquarianos não sentem nada, eu nunca senti nada, até aquele momento. Amor? Quem liga para isso quando se tem chocolate, posso não ser assim tão sentimentalista, mas acreditava que tudo que é pela primeira vez deveria ser especial. Por isso nunca beijei e nunca me entreguei para ninguém.
— Prazer! Acho que vocês já sabem meu nome, mas podem me chamar de Manu ou o que vocês acharem mais conveniente. — Emanuel diz seguindo de um sorriso largo.
— Então... Já estamos apresentados. Agora vamos ao trabalho! Nicolas e eu vinhemos ajudar, outra hora com mais calma sentamos para tomar um chá e conversamos calmamente. Né Nicolas? — Ela se vira a mim após terminar sua fala, balanço a cabeça positivamente aproveitando para desviar o olhar de Emanuel. Me viro para a entrada do caminhão e começo ajudar a tirar as coisas de dentro.
Passamos a manhã e metade da tarde ajudando eles. As vezes alguma coisa era pesada demais para mim, aí o Manu vinha me ajudar. Eu não tirava os olhos dele, mas olhava discretamente. As vezes trombava com ele e nós dois riamos.
— Terminamos crianças! O resto deixa comigo que eu organizo do meu jeito, mas antes de fazer isso, vou fazer uns sanduíches para vocês. Vocês merecem! — Michele termina de falar, se vira e vai indo até cozinha.
Sento no sofá, estava exausto. Elisa senta ao meu lado, ela se divertiu muito hoje também.
— Então... Você gosta do que Manu? — Elisa diz se virando para ele.
— Eu gosto de videoga... — Ele para de falar.
— Videogame não, por favor! — Penso alto. Eu acabei interrompendo sua fala, olho para ele sem graça. — Desculpa! É que eu não sei jogar isso.
— Se quiser, qualquer dia desses posso te ensinar. Sou viciado nisso cara! — Ele diz.
Olho para ele, sorrio e agradeço por ele me querer me ensinar. Minha cabeça começa a encher de pensamentos. Aí meu Deus, será que ele era igual aquele grupo do Lucas? E se ele for igual aquele povinho? Terei um vizinho Hitler?
Paro de pensar quando sua mãe chega com os sanduíches. Como silenciosamente trocando olhares com Elisa e Emanuel. Após alguns minutos de lanche, Elisa se levanta.— Está tudo bom, mas diferente de Nicolas, eu moro um pouco longe. Melhor eu ir antes de escurecer! — Diz ela levantando e indo até Emanuel. Ela abraça ele e em seguida a mim.
— Ah então tá né! Qualquer coisa estamos aí! — Digo abraçando forte Elisa.
— Sim! Assim como você amigos são para ajudar amigos, certo? — Elisa diz soltando de mim devagar.
Balanço a cabeça positivamente com um sorriso para ela. Elisa se despede de Michele, dá um último tchau para nós e vai embora. Eu fiquei na casa do garoto, eu não era muito bom em puxar papo, então decidi ir embora.
— Eu acho melhor ir indo também. — Disse levantando.
— Seus pais já estão em casa? — Emanuel pergunta.
— Não. Não sei quando eles chegam, podem chegar daqui uma semana, um mês, um ano. Eles não ficam em casa. — Digo olhando para Emanuel e em seguida para sua mãe.
— Nossa! Deve ser bem triste ficar sozinho. — Michele diz.
— Pois é! As vezes é um pouco ruim mesmo. — Digo me dirigindo até a porta.
— Então qualquer dia vou posar na sua casa, para você não ficar tão sozinho e te ensino a jogar vídeo game. Cara, você vai adorar! — Emanuel diz.
— Okay então! Vai ser legal acho eu. Melhor eu ir então! — Digo.
— Pode ir, qualquer coisa, dá um grito pelo muro, Emanuel e eu ajudamos você. Pode vim aqui almoçar e jantar a hora que quiser também. — Michele diz.
— Muita gentileza da senhora, venho sim com o maior prazer. — Digo.
— Então até depois Nicolas! E tenha uma ótima noite! — Emanuel levanta, vem em minha direção e se despede de mim. Segura sua mão e balanço.
Já em casa, ligo a TV, mas não fico prestando muita atenção nela, um sorriso e pensamentos bobos surgem. Isso que é a paixão? Ou será que era apenas ilusão?
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O Garoto (Romance Gay)
Romansa"Eu gosto de ser diferente, ɑfinɑl, de cópiɑs o mundo já está cheio." Rɑchel Berry *•ೋ••* 🔱O Garoto🔱 *••ೋ•* A Vida não está sendo nada fácil para o Nicolas, a mesma rixas de um estudante do último ano do ensino médio. Mas para ele, talvez, seja...