Tenho uma família

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Ela...

— Ele é aquilo que você queria? — Vitória perguntou me olhando pelo reflexo do espelho.

Já estava com a roupa que ela havia me mandado vestir, um vestido branco com uma renda por cima, não quis colocar, mas ela me obrigou, Vick colocou um vestido preto todo rendado igual ao meu, ela passou uma maquiagem clarinha em mim, e estava terminando de arrumar o cabelo quando ela me fez tal pergunta.

— Jhon? — viro-me para ela e ela confirma com a cabeça. — Sinceramente, — sorrio abertamente — acredito que sim.

— Você o ama certo? — ela sussurrou.

Abaixo a cabeça ainda sorrindo e logo após volto a olhá-la. Assumir meus sentimentos para dona Tânia não é tão difícil, mas assumir isso para Vick é uma coisa mais séria. Muito mais séria.

— Meu Deus! Liz, você está apaixonada. A última vez que vi você sorrindo assim foi quando ganhou uma coxinha de Thomas.

— É porque eu amava aquela coxinha. — gargalho olhando-a. — Fazia anos que não comia coxinha e...

— E você ama Jhonatan. — ela me interrompe.

— Foi tão rápido... quando cheguei a casa dele, pensei que ele fosse um mimado que estava sendo obrigado a se casar devido à farra.

— Então você seria meio que uma educadora de homem? — ela me olha. — Isso é tão velho. — Vick revira os olhos.

— Acredito que sim, mas me enganei. — dou uma pausa. — Meu pai havia arrumado esse casamento pelo dinheiro e para me irritar ainda mais. — suspiro.

— E como teu pai te irritaria ainda mais?

— Jhon é militar. — digo encarando-a.

— E como você reagiu ao saber disso? — ela se aproxima.

— Muito mal, não imaginei que meu pai, após ter visto meu sofrimento pelas missões de mamãe, iria arrumar um casamento com um militar. — suspiro. — Porém, Jhon está inativo por algum tempo.

— E quando ele voltar à ação? O que vai fazer?

— Eu já pensei nisso. — dou uma pausa. — Vou me esconder na mochila dele e ir junto nas missões. — digo seria, porém, Vitória começou a rir. — Qual foi à graça? — começo a rir com ela.

— Você vai se enfiar na mochila dele? — confirmo com a cabeça. — Enfim, vamos descer, antes que Jhon venha nos chamar?

— Eu estou falando sério, Vitória. — digo novamente.

— Okay, você vai caber numa mochila? — ela pergunta.

— Uma mochila enorme, sim. — respondo. — Mas diga a verdade. — me olho outra vez no espelho. — Estou bonita? — pergunto.

— Está linda, como sempre. — ela disse e me abraçou.

Correspondo o abraço, calço meus sapatinhos confortáveis e coloco um colar qualquer, esperando a madame Vitória terminar de ajeitar o cabelo. Saímos do quarto e descemos a escada conversando sobre qualquer coisa, fomos até o quintal e vimos todos nos esperando.

— Juro que a ideia era fazer algo aqui, já estava até arrumado, não estou entendendo. — sussurrou Vitória.

— Até que enfim, já estava indo atrás de vocês. — disse dona Tânia, sorrio e a abraço. — Já podemos ir?

— Vamos para onde? — disse Vitória.

— Mudamos de plano. — disse Tânia sorrindo. — Vamos?

— Aí está você! — disse Jhon se aproximando.

Solto dona Tânia e abraço meu noivo, Jhon deposita um beijo na minha bochecha e fomos em direção da praia, porém antes de pisar na areia, tiro os sapatos e deixo sobre uma cadeira. Todos estavam ao redor de uma fogueira, ao lado deles estava uma mesa com algumas coisas para comer e beber.

Mesmo estando um pouco longe, consigo ver um prato com coxinhas de frangos, minhas preferidas e o único salgado que eu como. Olho para Jhon que estava ao meu lado segurando minha mão e sorrio, logo passando seu braço ao redor do meu pescoço e meu braço esquerdo ao redor do seu corpo.

— Aquilo é coxinha? — sussurro.

— Você gosta? — sorrio e confirmo com a cabeça. — Vitória disse que você gostava, então pedi para fazerem para você.

— Amo você. — digo me aproximando das coxinhas.

— Eu ou as coxinhas?

— Amo os dois. — pego uma coxinha e levo até a boca.

Jhon me puxou para sentar-se perto da fogueira, mas antes de ir, pego o prato de salgados, me aproximo mais deles e me sento entre as pernas de Jhon, logo encostando as costas em seu peitoral. Todos estavam felizes por estarmos juntos novamente, Vick e Rubbia estavam sentadas ao lado de Thomas, uma de cada lado. Tânia e seu George estavam sentados juntos, papai e Juli estavam conversando sobre algo que até agora não consegui descobrir o que era. É tão bom ver que, novamente, tenho uma família.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora