Já sou sua, baby.

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Três semanas depois...

Ela...

Faltam três meses para o grande dia, e isso me deixa com um enorme frio na barriga. Só de pensar que após desse dia minha vida irá mudar por completo, não serei mais apenas uma Gerard e passarei a ser uma Gerard Bennett. O que é uma grande diferença.

A empresa da minha família está chegando à falência enquanto a rica família de militares, Bennett, está apenas no auge de sua riqueza. Por isso que meu amado pai teve a brilhante ideia de me casar com Jhonatan, apenas por dinheiro, mas acredito que vocês já sabiam disso.

Em dois dias minha sogra irá voltar para me ajudar a preparar as coisas para o casamento, há duas semanas Jhon e eu concordamos de que o casamento será na floresta, perto do lado onde banhou nossa primeira vez. Estou um pouco animada, admito, esse casamento pode ser uma boa coisa na minha vida.

Nada pode dar errado, apenas Juliana poderia estragar tudo, mas pelo que fiquei sabendo ela vai embora antes do casamento, então ela não irá acabar com meu casamento e nem com a minha vida.

Nesse exato momento estou deitada na cama, olhando fixamente o teto branco do quarto, Jhon está em uma reunião com seu pai e alguns homens da sua família, pelo jeito é coisa sobre o dinheiro deles.

Thomas e papai foram até a cidade para buscar uma das minhas madrinhas, Clara era a melhor amiga do meu irmão, quando eu era mais nova ela implicava comigo, sempre pegava minhas coisas e quebrava minhas bonecas, mas em um belo dia ela pediu desculpa e quis ser minha amiga.

Conversei com meu sogro e chegamos ao acordo de que poderia ter apenas duas madrinhas, e então Clara foi escolhida pelo meu pai e a segunda madrinha ainda não deu resposta, mas acredito que ela aceitará.

Levanto da cama, calço meus chinelos e saio do quarto, já cansei de ficar apenas no quarto e na sala, essa casa é tão grande e nem sei quantos quartos tem ou a cor das cortinas de cada um, já que morarei aqui, quero ter conhecimento de cada pedacinho da casa.

Desço as escadas e sinto um cheirinho bom vindo da cozinha, a nova governanta havia chegado hoje de manhã e pelo jeito trouxe algumas receitas consigo. Sigo para a cozinha, vejo dona Julieta virada para o fogão mexendo na panela, sento-me em uma das cadeiras que estavam ali e fico olhando-a, já havia conversado com ela por horas hoje à tarde, antes dos homens chegarem.

— Boa noite, menina Anelize. — disse ela ainda de costas.

— Como sabe que sou eu? — sorrio assim que ela se vira.

— Te vi pelo reflexo da panela.

Olho para a panela no fogão.

— Pelo reflexo. — volto a olhar Julieta. — Me chame de Liz ou de Ane, pode escolher.

— Gosto de Liz. — ela sorriu.

— Eu também. — digo. — Posso fazer uma pergunta?

— Pode. — ela responde e me olha por cima do ombro.

— Não sabia que governantas cozinhavam. — digo baixo. — Não é bem uma pergunta.

— A nova cozinheira chega amanhã cedo, alguém tem que fazer, não é. — ela me olha.

— Enfim, está gostando daqui?

— Sim, é bom estar de volta. — ela desliga o fogo e se senta na cadeira que estava na minha frente.

— Já trabalhou aqui? — pergunto. — Pensei que fosse a primeira vez hoje.

Ela se inclina um pouco sob a mesa.

— Sabe guardar segredos? — movo a cabeça positivamente. — Minha mãe trabalhava aqui, passei minha infância e adolescência toda aqui.

— Essa casa é quase sua, então? — gargalho um pouco. — Mas por que foi embora?

— Acabei misturando as coisas. — ela suspira e me olha.

— Misturando as coisas? — arqueio as sobrancelhas.

— Acabei me apaixonando pelo filho do patrão, e ele também se apaixonou por mim. — ela sorriu abertamente.

— Mas isso é bom, não é? — pergunto.

— Mas essa foi à pior coisa que aconteceu, a mãe dele não aceitava, então ela arrumou uma noiva para ele. — ela dá uma pausa. — No fim, minha mãe e eu fomos despedidas.

— Vocês se amavam muito? — olho para ele.

— Sim, eu amava muito ele, mas era impossível ficarmos juntos. — ela suspirou — Ele era uma pessoa já incluída na sociedade, na alta sociedade, e eu era apenas a auxiliar da cozinheira dos pais dele.

— Ainda tem contato com ele?

Antes que ela me respondesse, senti alguém abraçando minha cintura, viro-me para trás e vejo Jhon sorrindo.

— Boa noite, Julieta. — disse ele sorrindo. — Boa noite, Ane. — ele depositou um beijo em meu ombro.

— Boa noite, Jhon.

Meu noivo se senta ao meu lado, Julieta se levanta e foi em direção da pia lavar algumas louças que haviam ali.

— Julieta, meu pai perguntou se o jantar já está pronto? Meus tios já querem ir embora. — meu noivo olho para a mulher.

— Sim. — ela se virou para nós. — Já posso servir se quiser, é claro.

— Acho melhor arrumar a mesa, eles só estão colocando as novidades em dia. — ele se levantou. — Vou tomar um banho, vem comigo? — sussurrou em meu ouvido, me causando arrepios.

— Amor, ia ajudar Julieta. — digo olhando-o

— Tudo bem, menina, pode ir com ele. — disse ela sorrindo.

— Tem certeza? — ela confirmou. — Até daqui a pouco.

Meu noivo me puxou pela mão e entrelaçou nossos dedos, passamos pela sala de estar e subimos as escadas indo até nosso quarto. Me sento na cama e tiro os chinelos enquanto pego meu celular. Tinha uma mensagem de Clara.

"Liz, ficamos presos no aeroporto. Uma forte chuva começou e não quer parar tão cedo, não se preocupe, até amanhã de manhã chegaremos."

— Tudo bem, amor? — disse Jhon tirando sua blusa.

— Sim. — respondo. — Na verdade, Clara está presa no aeroporto com meu pai e Thomas.

— Minha mãe também está presa no aeroporto, só vai chegar amanhã cedo.

— Rubbia não vem? — olho ele.

— Não, bebê, ela só vem na véspera do casamento.

Fechos os olhos suspirando, menos uma cara feia para olhar.

— Você não gostou dela né? — ele se aproxima.

— Não é que eu não gostei dela. — começo a falar.

— Está tudo bem. — ele dá uma pausa. — Nem eu gosto dela. — ele dá de ombros.

— Mas ela é sua irmã. — digo. — Aposto que se algo acontecer com ela, você moverá mundos e fundos para ajudá-la.

Ele me puxou pela mão.

— Vamos ficar falando dela? — suas mãos vão para minha cintura, enquanto seus lábios se fixam em meu pescoço.

— Melhor nem falarmos. — digo baixo, fecho os olhos enquanto passo as unhas lentamente em seu pescoço descendo pela clavícula.

— Liz? — ouço Julieta bater na porta.

— Oi, Juli! — digo abrindo os olhos, porém Jhonatan continua beijando meu pescoço.

— Senhor George está chamando vocês para jantar. — disse ela.

— Já estamos indo, obrigada Juli. — era assim que eu a chamava. — Mor, vamos ter que deixar para depois...

— Que pena, queria tanto você para mim. — ele me olha.

— Mas já sou sua, baby. — beijo ele lentamente.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora