Dois dias depois...
Ela...
Vejo uma caixa pequena em cima da cama assim que saio do banheiro. Um pouco estranho, não escutei ninguém abrindo a porta e Jhon deve estar em reunião com senhor George.
Vou até o guarda-roupa, visto minhas roupas íntimas e um vestido rosa, calço uma sapatilha e arrumo meu cabelo, me aproximo da cama e pego a caixinha, não tinha nome de ninguém, nenhum cartão nem nada.
Puxo o laço que fechava a caixinha e retiro a tampa, vejo alguns insetos parecidos com formigas, mas formigas não são vermelhas... eles começam a andar e a subir nas paredes da caixa até em entrar em contato com meu dedo.
— Oi bichinho, quem te deixou aqui? — digo olhando para um inseto subindo meu dedo e indo até meu braço. — Já pode voltar para caixa.
Sinto mais dois insetos ficando entre meus dedos, estico meus dedos e acabo apertando um deles, começo a sentir uma dor seguida de ardência, como se estivessem queimando meus dedos. Esse bicho queima...
— Aí! — exclamo.
Tento tirar os insetos, mas eles não paravam de subir nos meus braços e queimavam cada vez que eu passava minhas mãos na tentativa de tirá-los do meu braço. Abro a porta do quarto e desço as escadas rapidamente, chamo por alguém, mas parece que ninguém está me ouvindo. Vou até à sala de jantar e vejo dona Tania com Jhon e Clara.
— Socorro! — exclamo.
— O que é isto? — dona Tânia pergunta.
— Potó! — Clara exclama.
Jhon consegue tirar todos os insetos, que agora tem nome, de cima de mim. Olho para ele com um pouco de vergonha por não conseguir se livrar de simples insetos, sinto meus olhos se encherem de lágrimas.
— Calma, Ane, respira fundo... — disse Jhon colocando uma mecha atrás da minha orelha.
Meu peito subia e descia em uma respiração ofegante e pesada, meu coração batia rapidamente, minhas mãos estavam suadas. Eu tinha agonia de sentir esses insetos andando pelo meu corpo, só de pensar um arrepio passa por todo o meu corpo.
— De onde esses insetos saíram?
— Tinha uma caixinha em cima da cama. — digo baixo.
— O que são potós? — Tânia pergunta olhando Clara.
— São uns insetos da América do Sul, eles liberam uma substância tóxica como um ato defesa que pode causar queimaduras e feridas na pele. — Jhon explica. — Vi um desses quando estava no quartel.
— Mas por que você tem uma caixinha desses insetos? — Dona Tânia pergunta olhando para seu filho.
— Mas quem disse que eu tenho? — Jhon olha minha amiga.
— Ela estava em cima da cama, com um laço vermelho. — digo. — Pensei que fosse um presente seu...
— Você deixou em cima da cama? — ele pergunta.
Jhon vai em direção do quarto. Dona Tânia se aproxima, mas Clara continua sentada à mesa.
— Precisamos cuidar dessas queimaduras. — disse minha futura sogra.
Ela me leva até um banheiro social do andar de cima, passo um pouco de água e lavo com sabão, mesmo doendo e ardendo.
— Quem entrou naquele quarto enquanto Anelize estava tomando banho? — disse Jhonatan se aproximando.
— Ninguém, todos estavam aqui embaixo. — Julieta responde.
— Veja essas marcas que apareceram no braço dela. — disse Tânia mostrando meu braço para Jhon.
— Está doendo muito, meu amor? — Jhon pergunta.
— Está ardendo. — reclamo baixo.
— Ajude ela a tomar outro banho, mas não no nosso quarto. — Jhon pede a Juli. — Vou ver se alguém viu algo de estranho.
— Pode ser no meu quarto. — disse Tânia. — Vou pedir que Camila limpe seu quarto. — ela vai em direção da cozinha.
— Vamos Liz. — Juli me leva até o quarto de dona Tânia, que não era muito diferente do quarto de Jhon. — Mas menina, se achou a caixinha estranha, por que a abriu?
— Pensei que fosse um presente. — dou uma pausa. — De Jhonatan ou de Clara.
— Toma um banho gelado para não arder mais, coloca uma roupa mais leve, não esses vestidos que você usa e depois faço uma compressa de água fria. — disse ela me olhando. — Temos que cuidar muito bem dessas queimaduras.
— Você vai me deixar aqui sozinha? — olho ela enquanto entro no banheiro.
— Quer que eu fique? — confirmo com a cabeça. — Tudo bem, eu fico...
— Está tudo bem agora? — perguntou Jhon.
Estava sentada no jardim, Julieta fez algumas compressas de água fria, o que refrescou a ardência que as queimaduras traziam. Conversei um pouco com Dona Tânia e Julieta e nenhuma das duas conseguia entender como isso foi acontecer.
Thomas e papai estavam estranhos, algo me dizia que eles sabiam algo, Clara comentou comigo que ela acreditava que Jeremy estava envolvido nisso. Não queria acreditar que ele me achou ou que alguém fez isso a mando dele. Íamos começar a ver as coisas para o casamento, mas por causa disso, adiamos para amanhã.
— Está sim. — sorrio para ele, Jhon se sentou no mesmo balanço em que eu estava, encostei minhas costas em seu peito e ele passou seus braços ao redor do meu corpo. — Alguém viu algo?
— Não, ninguém viu nada. — ele suspirou. — E isso me irrita. — ele deu uma pausa. — Essa casa é tão vigiada pelos militares e ninguém viu absolutamente nada.
— Amor, — viro-me para ele. — Clara acredita que Jeremy tem algo com isso.
— Jeremy? Quem é ele mesmo? — ele arqueou as sobrancelhas.
— Aquele ex-namorado que ficou bravo porque vou me casar, e prometeu se vingar.
— Ah, esse aí. — ele me puxou com cuidado para seu peito e me abraçou. — Está com medo?
— Um pouco, e se outra coisa acontecer? E se for mesmo ele? — fecho os olhos. — Ou alguém a mando dele?
— Calma, amor, eu vou te proteger com a minha vida. — olho em seus olhos.
— Promete?
— Prometo.
— Pelo mindinho? — ergo o dedo mindinho.
— Pelo mindinho. — ele entrelaça nossos dedos e me beija lentamente.
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Um Militar em Minha Vida
Fiksi RemajaAneliz é uma moça que está sendo forçada a se casar por puro interesse de seu pai. Jhonatan é um jovem militar, afastado de suas atividades, forçado a deixar sua vida de solteiro para se casar com a moça que seu pai escolheu. Em quatro meses o amo...