Ela...
No dia seguinte, ninguém tocava no assunto, mas o clima estava estranho, dona Tânia estava um pouco inquieta, seu George não estava na mesa do café da manhã, Jhonatan ainda não havia acordado, Thon havia saído logo cedo, Vick estava sentada ao meu lado na mesa, Juli estava nos acompanhando no café da manhã.
— Então Liz, aquele Gibson é teu amigo? — Tânia pergunta enquanto coloca sua xícara de leite na mesa.
— Sim, um amigo de infância. — respondo mordendo uma fatia de pão.
— E irmão do seu ex namorado, certo? — completou ela.
— Sim, irmão de Jeremy. — Vick respondeu por mim.
— Ah, sim. — disse Tânia nos olhando. — Anelize você sabe que Jhonatan apenas quer o seu bem.
— Mas isso não significa que ele pode ficar gritando comigo. — olho para ela. — Dona Tânia, eu realmente amo Jhonatan de todo meu coração, mas não é por isso que ele pode me agredir, nem fisicamente, nem verbalmente.
— Ele te bateu? — Juli me olha espantada.
— Não, ele não me bateu. — suspiro — Mas quase. — sussurro.
— Alguma coisa aconteceu, ele nunca foi agressivo assim. — disse dona Tânia. — Já tentou falar com ele hoje?
— Não, e não quero tentar. — Tomo um pouco do meu café.
— Se você não dormir no quarto com ele, então na onde dormiu? — minha sogra pergunta.
— Ela dormiu comigo. — respondeu Vick mordendo sua torrada. — Sempre fazíamos isso quando éramos crianças.
— Não é bom para o casal dormir separado. — disse Juli.
— Mas do jeito que estávamos ontem, foi a melhor coisa a se fazer. — olho para elas. — Sei que vocês estão preocupadas, eu estou bem. Jhon e eu brigamos, mas...
— Vamos nos resolver, mais cedo ou mais tarde. — Jhon completa minha frase. Ele estava parado na porta da sala de jantar.
— Isso mesmo. — sussurro e sorrio de leve. — Licença.
Me levanto da mesa, pego meu pratinho, minha xícara e sigo para a cozinha. Coloco as coisas na pia e assim que me viro dou de cara com Jhon. Olho em seus olhos e vejo um abismo enorme, parece que algo fora tirado dele, o que deixou um buraco enorme.
— Ane, vamos parar com isso. — ele sussurrou, sinto suas mãos em minha cintura. — Não somos mais duas crianças e nem dois adolescentes.
— Sei disso, Jhon. — suspiro. — Mas se toda vez que brigarmos acontecer isso... — fico quieta.
— Seria melhor nem continuar? — ele sussurra.
Confirmo com a cabeça, Jhonatan puxa meu corpo contra o teu e assim seus braços rodeiam minha cintura, fecho os olhos e passo meus braços ao redor do teu pescoço.
— Prometo não tentar relar um dedo em você se isso for te machucar. Prometo não gritar mais com você e nem ficar te prendendo. Isso é o mínimo que tenho que fazer. — ele sussurrou ao pé do meu ouvido. — Eu amo você, mas isso não significa que você tem que viver exclusivamente para mim.
Uma voz, no fundo do meu ser, manda eu me afastar. Ir embora sem olhar para trás. Não acreditar em suas palavras, quem fez uma vez pode fazer de novo. Mas... eu simplesmente não consigo fazer isso, pelo menos não agora.
— Eu não quero sentir medo de você. — digo baixo. — Não quero...
— Não vai sentir, eu prometo. — ele diz. — Eu vou me segurar, vou me controlar, vou procurar ajuda com essa minha...
— Raiva? — digo baixo.
— Isso. — ele confirma. — Já devia ter feito isso quando me afastei do exército.
— Antes de ficar bravo comigo, ou antes de qualquer coisa, fale comigo. Você já sabe disso, Jhon. — olho em seus olhos.
— Prometo que vai ser tudo diferente, e não digo isso da boca para fora. — ele diz.
Suspiro fundo e sorrio de leve.
— Okay, amor.
— Ainda quer ir embora? — ele pergunta.
— Acha melhor irmos? — pergunto olhando-o.
— Sinceramente? — confirmo com a cabeça. — Acho melhor saímos de circulação rapidamente, Jeremy foi visto ontem à tarde na cidade.
— Na cidade? Ele estava sozinho? — digo.
— Não, tinha mais dois homens com ele. — ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Acha que era teu pai?
— Talvez. — suspiro — Jhon, estou com mau pressentimento. — Sussurro.
— Quer ir embora amanhã de manhã? Ou hoje à noite?
— Hoje à noite? — olho ele.
— Sim, se você quiser.
— Bom, a noite ninguém pode nos ver sair. — digo olhando-o. — Jeremy não saberá que estamos saindo.
— Será melhor assim. Consigo arrumar as coisas até a noite e Juli já pode chamar a moça para ficar no lugar dela. — olho ele.
— Ótimo, só avisar meu pai. — sorrio fraco. — Ane, você ainda não me disse por que ele está atrás de você.
— Já disse sim, por causa do namoro, termino, casar com você. — digo saindo de perto de Jhon.
— Ane, você está mentindo. — ele se vira para mim.
— Por que diz isso? — encosto na mesa.
— Quando mente, você não consegue ficar perto de mim. — ele se aproxima — Por que ele está perseguindo você?
— Promete te falar, mas não agora. — olho ele. — Só confia em mim. — peço enquanto suspiro fundo.
— Confio em você. — ele beija meu nariz. — Com todo meu coração.
Sorrio e fecho os olhos assim que sinto ele me beijar levemente meus lábios, suas mãos seguraram meu rosto enquanto a minhas mãos iam para seus pulsos.
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Um Militar em Minha Vida
JugendliteraturAneliz é uma moça que está sendo forçada a se casar por puro interesse de seu pai. Jhonatan é um jovem militar, afastado de suas atividades, forçado a deixar sua vida de solteiro para se casar com a moça que seu pai escolheu. Em quatro meses o amo...