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Ela...

- Aneliz...acorde, já chegamos. – Escuto uma voz me chamar longe.

Abro os olhos lentamente e resmungo alguma coisa, percebo uma forte claridade no local onde estava e assim pude constatar que não estava mais na casa.

- Na onde estou? – Digo me sentando na onde estava deitada.

- Já chegamos a nossa casa. – Olho Jeremy sentado no banco de trás do carro, onde eu estava deitada há alguns minutos.

- Mas já? – Digo coçando os olhos.

- Sim, você estava dormindo profundamente e eu não tive coragem de te acordar. – Ele sorriu fraco. – Então acabei te trazendo para o carro e você dormiu a viagem toda.

- Já estamos em casa? – Olho pela janela. – Nossa, não mudou nada também.

- Mas agora vai mudar. – Disse ele colocando a mão na minha cintura. – Aneliz, eu quero que dessa vez seja diferente. – Ouço ele dizer. – Me dê uma chance, por favor.

- Eu estava começando a te dar uma chance Jeremy. – Viro-me para ele. – E você quase me bateu, de novo. – Suspiro.

- Liz, eu sinto muito... – disse ele.

- Todos sentem. – Digo saindo do carro e me espreguiçando.

Percebo uma movimentação dentro e fora da casa, várias pessoas levando bolsas e mais bolsas para dentro da casa, outras pessoas tirando algumas sacolas de dentro da casa e jogando dentro de um carro.

- Se livrando da última protegida? – Olho para Jeremy.

- Você foi a última. – Disse ele passando por mim e entrando na casa.

Vou atrás dele, realmente a casa não mudou nada por dentro, os moveis continuam os mesmos, as cores das paredes são as mesmas, a decoração, as fotografias são as mesmas.

- Você manteve bem essa casa em. – Digo olhando ao redor.

- Agora quem vai ter que manter é você. – Ele me olha.

- Vou? – Olho ele – E por que mesmo?

- Essa casa é sua agora. – Ele tira um papel de dentro de uma pasta que estava em cima do sofá.

- Como? – Continuo olhando-o sem entender.

- Eu passei essa casa para o seu nome, Aneliz. – Ele me entrega o papel. – Aí está, a escritura da casa, no seu nome.

- Isso é mais uma armação! – Volto a olhar ele. – O que aconteceu nessa casa? – Jogo o papel no chão. – Assassinato? Festinhas? Tem um cadáver no porão?

- Por que você não acredita em mim? – Ele me olha decepcionado. – Eu te dou a casa que era da minha família e você ainda desconfia de mim?

- Eu não pedi casa. – Digo seca.

Um clima estranho cria entre nós, ficamos nos olhando fixamente até que seu celular toque, ele me olhou mais um pouco e saiu da sala entrando na biblioteca do andar de baixo. Subo as escadas e vou até meu antigo quarto, abro as portas e vejo que tudo continuava no seu devido lugar.

Me sento na cama e pego meu celular, abro o WhatsApp e mando uma mensagem para Jhon.

Liz: Amor, tudo bem?

Liz: Estou com saudades, você sumiu!!

Fecho a conversa com Jhon e ligo para Vick, que logo atende.

"Alô, quem é?" – Disse ela.

"Fada do dente!!" – Respondo rindo.

"Aí que saudade de ouvir sua voz." – Percebo ela sorrir.

"O que você está fazendo?" – Digo me deitando na cama.

"Estava dormindo, e você?"

"Acabei de chegar, vem aqui?" – Olho para o teto.

"Aqui onde?"

"Na casa do Jeremy, bom na minha casa né." – Digo me sentando na cama. "Vou falar com Jeremy e ver se você pode dormir aqui hoje."

"Vê com ele e me manda a resposta por mensagem" – me levanto da cama.

"Okay, estou com saudades!"

"Eu também Ninha, até depois."

"Beijo leãozinho."

Desligo o celular e saio do quarto indo atrás de Jeremy, vou até a biblioteca e entro sem bater na porta, vejo Jey reunido com uns homens, assim que entro na sala todos me olham e param de conversar.

- Desculpa, volto depois. – Digo abrindo a porta para sair dali.

- Liz, espera. – Ele se levanta. – Licença senhores.

Saio da biblioteca junto com Jeremy e ele me encara.

- Desculpa mesmo, eu não sabia que você estava ocupado. – Digo baixo.

- Tudo bem pequena, queria alguma coisa? – Confirmo com a cabeça. – O que era?

- Vick pode dormir aqui hoje? – Olho ele.

- Ela já está aqui na cidade? – Confirmo com a cabeça novamente. – Sabe que não gosto quando você não me responde com palavras.

- Desculpa novamente, vou para o quarto. – Digo indo até as escadas.

- Pede para a Vitória trazer sorvete de flocos. – Disse ele.

- Ela pode vir então? – Viro-me para ele sorrindo.

- Claro, lembra que a casa é sua. – Ele sorriu. – Mas só te peço uma coisa, não façam muito barulho, por mais que você é a dona, estou em reunião com alguns homens importantes para meu novo negócio.

- Novo negócio? – Olho ele.

- Sim, depois te conto as coisas certinhas. – Vou até ele e o abraço.

- Obrigada novamente. – Dou um beijo na bochecha dele e subo as escadas já mandando mensagem para Vick.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora