Vamos nos casar.

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Ela...

Eram umas sete da manhã e já estava de pé, parecendo um zumbi, mas estava de pé. Hoje seria o grande dia e todos da casa estão ansiosos para isso. Os parentes de Jhon chegaram ontem, tios, tias, primos, primas, avôs, minha família também foi convidada, mas até agora nenhuma notícia deles, nenhuma confirmação nem desistência. Vitória deu um sinal de esperanças quando recebeu uma mensagem de sua mãe dizendo estar animada para conhecer Jhon.

Tânia acabou de expulsar os homens de casa devido à tal tradição de que o noivo não pode ver a noiva antes do casamento, que seria na final da tarde. Tudo está praticamente pronto, a arrumação na floresta, o bufê, as flores acabaram de chegar, os docinhos estão sendo feitos ainda, o cabeleireiro está a caminho com seu exército de ajudantes, alguns vestidos estão prontos, a única coisa que falta é o meu vestido.

— Liz? — disse Juli assim que me vê entrando na cozinha. — O que faz aqui, menina?

— Estou ansiosa. — olho para ela e vou em direção da geladeira.

— Você não deveria estar com roupas? — olho para ela e ela estava olhando para mim, e só então percebo estar apenas de pijamas.

— Ai meu Deus. — gargalho enquanto pego um pedaço de bolo de banana e fecho a geladeira. — Aí Juli, estou tão perdida que até esqueci até estava de pijama.

— Está tão ansiosa assim? — disse ela.

— Não é tanta ansiedade pelo casamento. — me sento em uma cadeira perto da mesa. — Na verdade, é um pouco, mas nem tanto.

— Então é o quê? — ela virou-se para mim.

— Não sei como vai ser depois do casamento. — Olho ela. — Sinto algo muito forte por ele, mas estou com medo.

— Medo do que menina? Vocês estão há pouco tempo juntos e estão tão felizes. — ela diz sorrindo. — Liz, vocês são perfeitos juntos.

Os olhos de Julieta brilhavam, como se ela fosse a pessoa apaixonada. Acho que o amor tem dessas coisas, deixar as pessoas encantadas e felizes, mesmo que seja o amor de outras pessoas.

— E se só amor não bastar? — suspiro e olho para ela.

— O amor verdadeiro supera tudo. — ela diz calmamente.

— Você acha? — pergunto.

— Tenho certeza. — ela dá uma pausa. — Não se preocupe, menina.

— Mas depois do casamento essa casa vai ficar tão vazia.

— Seu George e dona Tânia vão embora, mas continuarei aqui.

— Você vai ficar? Ainda bem! — sorrio abertamente.

— Anelize? — ouço uma tia de Jhon me chamando. — Cadê você?

— Estou aqui na cozinha. — digo me levantando e colocando o pratinho e a colher na pia. — Até depois Juli.

Vou em direção da saída da cozinha. Mas antes de sair, viro-me para Juli.

— A senhorita vai ao meu casamento, como convidada?

— Não perderia por nada menina. — ela me manda um beijo e sorriu.

— Tenho uma surpresa para você, me procure assim que você for se arrumar. — sorrio e mando um beijo de volta.


Já estava quase na hora do almoço e meu estômago roncava de fome e pelo que parece o almoço estaria muito longe de sair. Juli estava ocupada ajudando em arrumar os docinhos nos lugares certos, Tânia estava terminando de colocar as flores no lugar onde seria o casamento. Já olhei dez vezes na previsão do clima e em todas às vezes não há previsão de chuva, mesmo hoje sendo o início do inverno, Vick já estava revirando os olhos, mais uma vez.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora