Grávida?

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Cinco dias depois...

Ela...

— Ane, vamos acordar? — ouço alguém me chamar ao longe. — Minha mãe vai embora daqui a uns minutos.

Abro os olhos lentamente, encaro os olhos castanhos de Jhon e sorrio ao conseguir ver seu lindo sorriso, me ajeito na cama e me espreguiço.

— Sabia que você fica linda com essa cara de preguiça.

Gargalho ao ouvir seu comentário.

— Cara de preguiça? — pergunto.

— Sim, quando você acorda, você faz uma carinha tão... fofinha. — ele sorriu abertamente.

— Porque as pessoas insistem em dizer que sou fofa? — rolo os olhos.

— Por que você é fofa? — ele toca em meu rosto. — Vamos, mamãe vai embora daqui a alguns minutos e ela quer te ver. — ele dá uma pausa. — Ela gostou realmente de você.

— Mas Rubbia não gostou. — digo me sentando na cama, prendo meus cabelos em seguida.

Me levanto e vou em direção do guarda-roupa.

— E você liga para isso? — ele permanece sentado na cama.

— Você liga se eu ligar? — sorrio enquanto pego uma troca de roupa e uma toalha.

Viro-me para ele e sorrio de lado, entro no banheiro e tiro minha camisola. Ligo o chuveiro e deixo que a água escorresse sobre meu corpo, fecho os olhos enquanto sinto cada pingo de água molhar minha pele.

Lavo meus cabelos e fecho o chuveiro logo em seguida, puxo a toalha e me seco, enrolo meus cabelos e começo a me vestir. Saio do banheiro e Jhon continuava na cama, agora mexendo em seu celular.

— Por que sempre vestidos? — disse ele ao me olhar.

— Meu pai me obriga a usar vestido perto de pessoas importantes. — vou até à penteadeira, me sento em frente ao espelho e começo a pentear o cabelo.

— Somos pessoas importantes?

— Para ele sim. — digo separando meu cabelo.

— E para você? — ele me encara pelo espelho.

— Também é importante, mas não dá mesma forma que a dele. — olho ele.

— Você não quer só o dinheiro, certo?

— Já disse que não quero o dinheiro. — suspiro e acabo de pentear meu cabelo. — Nenhum pouco.

— Você é diferente dele. — ele se levanta.

— Puxei minha mãe em algumas partes. — dou de ombros e viro-me para ele.

— Fico feliz por isso. — Jhon abre um pequeno sorriso e se inclina para beijar meus lábios.

Toco em seu rosto enquanto sinto ele se abaixando para ficar mais confortável para nós dois. Ele segura em minha cintura e me puxa para mais perto dele. Aquele beijo, o beijo dele, era o mais diferente que já tive.

Essa história de casamento até que está sendo boa, mesmo conhecendo Jhon há alguns dias e essa pode ser a pior parte, porque ele pode estar encenando o papel de bom moço. Porém, parte de mim, está começando a acreditar que esse casamento será a história mais profunda que poderei ter. O amor verdadeiro que poderei sentir.

Além disso, se não der certo... saio dessa história com um bom dinheiro, posso ir para algum lugar longe de todos, fingir que nada aconteceu e continuar minha vida.

Ele terminou o beijo em alguns selinhos lentos e calmos, abro os olhos e sorrio ao sentir um beijo na minha testa, olho em seus olhos e ficamos em silêncio por alguns minutos, amava aquele silêncio que ficava sempre entre nós. Naquele silêncio podíamos perceber o quanto era bom estarmos perto um do outro.

— Vou tomar banho, vai me esperar? — disse ele se levantando.

— Até parece que eu iria sair sem você. — digo sorrindo e voltando a olhar para o espelho.

Ele entra no banheiro enquanto acabo de arrumar meu cabelo e passar uma leve maquiagem, coloco meus brincos e minha correntinha, me levanto e vou atrás da minha sapatilha, coloco ela e me olho novamente no espelho.

— Nunca me cansarei de dizer o quanto você é linda. — ouço Jhon dizer ao abrir a porta do banheiro. — Esqueci minha toalha. — vejo ele pegar a toalha que estava próxima à porta.


— Pena que tem que ir embora. — digo abraçando dona Tânia.

— É uma pena querida, mas voltarei para te auxiliar no casamento. — ela sorriu ao me soltar. — Na verdade, volto daqui a um mês para te ajudar em tudo.

— Que bom! — sorrio abertamente. — Imagina se esses homens decidirem fazer o casamento no estilo deles. — digo baixo apenas para nós.

— Melhor nem imaginar essa cena.

Dona Tânia beija minha bochecha e vai em direção de seu filho, vejo Rubbia se aproximando, mal conversamos durante esses dias que elas passaram aqui. Penso que ela não gostou tanto de mim.

— Até mais, cunhadinha. — disse ela me dando um abraço forçado.

— Até mais. — respondo.

A casa voltou a ficar silenciosa no momento em que Tânia e Rubbia foram embora. Thomas foi para a cidade mais perto para resolver um assunto de última hora, papai e meu sogro foram ver algumas coisas para a nossa viagem de lua de mel. Jhon e eu continuamos em pé, no mesmo lugar, olhando dona Tânia sumir na estrada.

— Quer fazer algo? — ele pergunta.

— Aproveitar o sol seria ótimo. — olho ele.

— Já andou de cavalo na vida?

— Nunca. — respondo.

Ele me olha um pouco assustado.

— Está brincando? — ele pergunta. — Vamos resolver isso agora.

Ele pega em minha mão direto e me puxa pela pequena escada que ficava na entrada da enorme casa. Entretanto, ele para quase no último degrau e me olha.

— É melhor você tirar esse vestido. — ele diz.

— Quer que eu tire agora? — sorrio de lado.

— Anelize. — ele chama minha atenção e gargalha.

— Estou brincando, Jhon. — gargalho. — Tirar roupas é só no quarto. — digo.

— Vai trocar de roupa, te espero aqui na frente.

Beijo sua bochecha e subo os degraus que eu havia acabado de descer, passo rapidamente pela sala de estar e subo a escada para o segundo andar.

Vou para o quarto, abro o guarda-roupa e procuro por algo que não seja outro vestido, mas duvido achar algo, meu pai não me deixou colocar outra coisa a não ser vestidos. Mas ainda, sim, consegui esconder algumas calças e shorts, e até mesmo um tênis.

Pego uma calça jeans escura e uma blusa preta, calço meu tênis e coloco meu celular no bolso da calça, pego um prendedor de cabelo e saio do quarto. Prendo meus cabelos enquanto desço as escadas, passando novamente pela sala de estar e indo até à porta de saída.

Porém, diminuo a velocidade dos meus passos assim que vejo Jhonatan conversando com Juliana. Não quero atrapalhar, muito menos escutar a conversa deles. Mas é totalmente inevitável, pois estavam falando alto.

— Eu estou grávida. — escuto a voz de Juliana. — Três meses já.

— O quê?! — Jhon exclama.

Grávida? 

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora