Ela...
Acordei no meio da noite com um peso sobre meu corpo, percebo ser o braço de Jhon que estava me rodeando, viro-me para olhá-lo e sorrio ao vê-lo dormindo serenamente. Ergo ponta da coberta e saio cuidadosamente do seu abraço e da cama.
Acho que nos acostumamos muito rápido, um respeita o espaço do outro e sua privacidade, mas dormimos juntos na mesma cama. Espero que isso dê certo. Nunca tive problema em dividir a cama com alguém desde que essa pessoa não invada meu espaço pessoal, e Jhonatan não faz isso... então não vejo problema nisso.
Saio do quarto, desço as escadas lentamente e vou até à cozinha, acendo a luz e abro a enorme geladeira que havia ali, pego uma garrafa de água e um copo que estava em cima da pia, sento-me em uma cadeira que estava ao redor da mesa e bebo a água lentamente.
Vejo a silhueta alguém descer as escadas, mas não consigo reconhecer a pessoa, me levanto e coloco a garrafa na geladeira e o copo na pia. Me viro, vejo o homem parado na porta, apenas de uma calça de moletom, me olhando.
— Percebi quando você saiu da cama. — disse ele.
— Te acordei? Desculpa. — sorrio fraco.
— Não precisa de desculpas, na verdade, não estava dormindo tão profundamente.
— Não parecia. — digo baixo.
Ele se aproxima da mesa e se senta em uma cadeira, me sento em outra cadeira a sua frente.
— Algo te perturba? — pergunto.
— Na verdade, sim. — ele suspira pesadamente. — Juliana está me incomodando muito.
— Suponho que tenho um pouco de culpa nisso, afinal, você terminou com ela por minha causa. — olho em seus olhos castanhos.
— Ela não sabe desse detalhe, lembra? — disse ele. — E não estava dando muito certo. — ele dá uma pausa e olha meus lábios. — E você, por que terminou seu namoro, se estava adiando o fim? — ele volta a me olhar.
— Tive que terminar. — suspiro. — Porque vamos nos casar, lembra?
— Então você quer esse casamento? — ele se inclina, colocando seus cotovelos na mesa.
— Na verdade, não. — digo. — Sempre tive a ideia de que casar por amor, e não por dinheiro. — dou uma pausa. — Lembrando que eu não sou a interesseira da história.
— Também acho que casar é para quem ama. — ele diz. — Entretanto, querida Ane, nada nos impede de casar apaixonados. — ele sorriu abertamente. — Já disse para pensar no lado bom.
— Lá vem você com o lado bom da história. — sorrio e reviro os olhos.
— Agora você tem a chance de se apaixonar por alguém. — ele me olha. — Eu sou esse alguém.
— Quando será o casamento mesmo? — digo cruzando as pernas.
— Daqui a quatro meses, no primeiro dia do inverno.
— Não vamos nos apaixonados em apenas quatro meses. — digo apoiando meus cotovelos na mesa.
— Quer nem tentar? Prometo que em três meses você irá me amar e, com certeza, eu irei te amar. — ele se levanta. — Para toda a vida, querida Ane.
— Só me prometa uma coisa. — continuo sentada.
— Tudo o que quiser. — ele diz baixo.
— Não brinque com meus sentimentos. — peço.
— Nunca será minha intenção. — ele se aproxima.
— Então, boa sorte, querido Jhon.
Jhon estende sua mão na minha direção e espera pela minha, dou minha mão a ele e me levanto, meu noivo solta minha mão e me puxa pela cintura juntando nossos corpos. Coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha enquanto seus olhos permaneciam fixos nos meus. Jhon acaricia levemente minha bochecha com o polegar enquanto sento minhas mãos paradas em seu peito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Militar em Minha Vida
Roman pour AdolescentsAneliz é uma moça que está sendo forçada a se casar por puro interesse de seu pai. Jhonatan é um jovem militar, afastado de suas atividades, forçado a deixar sua vida de solteiro para se casar com a moça que seu pai escolheu. Em quatro meses o amo...