Vamos dormir aqui?

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Ela...

A casa era totalmente linda por fora, assumo. Conservada apesar de ser velha. Havia um jardim rodeando a casa inteira, cheio de rosas, girassóis e algumas margaridas.

Desço do carro sem que o motorista abra a porta, odeio essas mordomias, arrumo meu vestido preto que ia até meus joelhos, passo as mãos pelo meu cabelo arrumando do jeito que papai pediu para fazer. Um

Viro-me para o carro e vejo meu reflexo na janela do mesmo, meu rosto estava até ótimo para quem acabou de sair de um estado para ir se encontrar com um noivo desconhecido. Passo um batom claro e olho o reflexo da casa pela janela, percebo um homem me olhando por uma das janelas da sala, ele me encara pelo reflexo e assim que me viro para olhá-lo, percebo que ele era o homem com quem eu iria passar o resto da minha vida.

— Tudo bem Liz? — disse Thomas se aproximando.

— Sim, acredito que acabei de ver meu noivo. — digo ainda olhando para a janela vazia novamente.

— E como ele aparenta ser?

— O rico que irá nos tirar da falência. — suspiro e olho para ele.

— Não seja tão dura com papai. — Thon me abraça e beija minha testa. — Ele só quer o melhor para você.

— Você diz isso porque não é com você. — passo meus braços ao redor do seu corpo.

— E você sabe que estarei sempre aqui para te ajudar. — ele diz baixo.

Sorrio de leve e me estico para beijar sua bochecha.

— Anelize, venha cá. — papai me chama. — Tem alguém ansioso para te conhecer! — ele sorri abertamente enquanto estava no último degrau da pequena escada que havia na entrada da casa.

— Aposto que tem alguém ansioso para me conhecer. — forço um sorriso enquanto me solto do meu irmão.

— Vai dar tudo certo. — escuto meu irmão sussurrar.

Já estávamos sentados no sofá, meu pai conversava com o pai do meu noivo, Thomas ficava olhando para eles tentando entrar no meio da conversa, o tal do Jhonatan ficava me olhando a cada cinco segundos e isso já estava me irritando. Havia apenas uma mulher naquela sala, tirando algumas empregadas que subiam e desciam aquelas escadas enormes que davam para o segundo andar.

— Com licença, preciso ir ao banheiro. — digo me levantando.

— Claro, querida — disse meu sogro. — Jhonatan irá te mostrar o caminho.

Meu noivo se levanta e vai em direção da escada, vou em direção a ele e subimos lentamente os degraus. Cada passo dado aumentava mais aquele silêncio tortuoso. Ele me vira a direita indo até o fim do corredor e parando em frente à porta terceira porta.

— Aqui. — disse ele.

— Desculpa a pergunta, mas não tem barata não né? — pergunto um pouco sem jeito.

Ele sorriu levemente e me olhou.

— Acredito que não, mas pode me chamar se alguma barata aparecer.

Sorrio levemente e abro a porta do banheiro, fechando logo após. Talvez ele não seja tão chato assim.

Pego meu celular que estava dentro do meu sutiã, já que não tinha bolso e nem bolsa pequena. Vejo algumas atualizações nas redes sociais e tiro uma foto, posto no Facebook e o Instagram.

Me olho no espelho e arrumo o cabelo, fiquei cerca de uns vinte minutos naquele banheiro, lavo as mãos, mesmo não tem feito nada e abro a porta do banheiro.

Jhonatan estava sentado no chão, ainda me esperando, olho para ele e vejo se levantar rapidamente.

— Tinha uma barata?

— Não, ainda bem. — digo olhando ao redor. — Essa casa é enorme.

— Minha família era grande. Meus avós tiveram seis filhos, cada filho tive uns dois, três filhos. — ele olha ao redor. — E todos moravam aqui.

— Ainda moram? — digo voltando a olhar ele.

— Não, apenas meu pai e eu moramos aqui, às vezes minha mãe vem nos ver, mas é raro. — ele me encara. — Vamos, devem estar preocupados!

— Seria um milagre se meu pai se preocupasse comigo. — digo baixo, mas pelo modo que me olhou, Jhonatan deve ter me escutado.

Voltamos para baixo e os três homens ainda conversavam sobre pescaria, mas a conversa para assim que terminamos de descer as escadas.

— Aí está vocês. — disse meu pai sorrindo, falsamente sorrindo.

É incrível como ele encena tão bem o papel de bom pai.

— Pensei que tivessem se perdido. — disse meu sogro, ou quase sogro.

— Tinha uma barata no banheiro e ela começou a voar. — respondo rápido. — Então Jhonatan teve que entrar no banheiro para ir atrás dela. — continuo antes que o homem falasse a verdade.

— Barata? — disse Thomas segurando a risada.

— Sim, daquelas voadoras. — disse o homem ao meu lado.

Ele realmente está me ajudando?

Nos olhamos e sorrimos fracamente, abaixo o rosto lentamente, mas olho meu pai assim que ouço a palavra casamento.

— O casamento poderia ser aqui, não acha filha? — ele estava me olhando, deveria estar torcendo mentalmente para eu concordar com isso.

— Aqui?

Olho para meu irmão, que apenas nos observava em silêncio.

— Gostei da ideia. — respondeu Jhonatan. — Se Anelize concordar. — ele me olha.

— Pode ser. — olho ele, um pouco espantada, era a primeira vez que ouvi meu nome sair de seus lábios.

E admito que gosto desse som.

— Já estão até se dando bem. — disse meu sogro nos olhando. — Mais um motivo para vocês dormirem aqui.

— Vamos dormir aqui? — pergunto rapidamente.

— Sim. — respondeu papai. — Algum problema?

— Não. — respondo rapidamente tentando disfarçar o incomodo por ter que dormir numa casa cheia de homens. — Mas nossas coisas? — pergunto.

— Já estão nos quartos. — meu sogro se levanta. — Suas coisas estão no quarto de Jhonatan, tudo bem se você dormir lá?

Sério? No quarto dele?

Nessa casa tão grande, terei que dormir logo no quarto de Jhonatan?

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora