Segue o ritmo.

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Ele...

— Jhon, Ane mandou mensagem. — Vick quebra o silêncio instalado entre nós.

Já fazia umas três horas que voltamos a andar, Ane não havia mais avisado nada, nem os militares, estava ficando preocupado já.

— O que ela disse? — digo olhando para o retrovisor.

"Vick, Gibson voltou a mandar mensagem, disse que eles estão atrás do carro em que vocês estão." — Ela lê em voz alta, dá uma pausa e logo continua — "Faltam uns quinze minutos para chegar na casa da avó de Jhon. Algo vai acontecer, eu sinto isso. Por favor, cuidado!"

— Ela não vai me falar por que Jeremy está atrás dela, né? — digo sem olhar para Vick.

— Ela é assim mesmo. — disse ela após dar um longo suspiro. — Ninha demora um pouco para confiar e...

— Um pouco? — olho ela. — Vitória estamos quase um ano juntos.

— Eu não posso, desculpa.

— Tudo bem. — suspiro.

Olho pelo retrovisor e vejo um carro um pouco suspeito, acho que ele fez a mesma curva que eu e...

— Estão nos seguindo. — digo baixo.

— E agora? — ela pergunta olhando para trás.

— Mande mensagem para Ane, avise ao motorista para andar logo e deixá-las na casa de meus avós, e não saírem de perto delas. — digo mudando a rota que eu estava seguindo.

— E a gente? — ela pega o celular e começa a digitar.

— Temia que você perguntasse isso. — olho ela enquanto paro no sinaleiro.

Olho pelo retrovisor e vejo o carro suspeito parar há três carros de nós.

— Talvez eu tenha uma. — ela olha sorrindo para a viatura da polícia do outro lado da rua.

— Tenho que ficar com medo? — pergunto olhando a viatura.

— Tem medo de polícia? — ela me olha.

— Sabe que cresci no meio de militares, né? — respondo gargalhando.

— Deixa a polícia se aproximar mais. — ela olha para o retrovisor. — Saia do carro gritando, como se estivesse bravo e segue o ritmo.

— Que ritmo? — olho ela. — Você é mais doida que Ane. — digo colocando a mão na maçaneta do carro. Vejo o carro de Jeremy se aproximar e logo após a viatura da polícia.

Abro a porta do carro e saio rapidamente gritando como se estivesse bravo com alguma coisa, como Vick havia pedido.

A viatura encosta atrás do meu carro e logo um policial desce, ele arruma sua arma na cinta e me olha dos pés a cabeça.

— O que foi? — ele pergunta enquanto se aproxima. — Por que está...

— Você me traiu! — Vitória gritou de dentro do carro.

— Eu nunca faria isso, querida! — exclamo olhando para a prima da minha esposa.

— Eu achei o vestido dela no banco detrás e você está dizendo que não trouxe ela aqui? — Vick exclama e joga um vestido em cima de mim.

Fico alguns segundos pensando da onde ela tirou esse vestido, mas logo sua voz me traz de volta.

— Eu não quero te ver nunca mais!

— Mas querida, esse vestido era...

— Não minta! — ela exclama.

— Você está ferrado, em amigo. — o policial sussurra.

— Seu guarda. — Vick olha para o policial. — Não há uma lei contra adultério? — ela pergunta.

Olho de relance para o carro de Jeremy e vejo seus olhos atentos para dentro do carro, com certeza procurando Ane, ao teu lado vejo meu querido sogro com um meio sorriso no rosto.

— Veja bem, senhora, — o policial começa a falar.

Dou sinal para Vick continuar com o plano.

— Adultério é um pecado, mas não me lembro de lei dos homens contra isso.

— Pois vamos fazer uma! — ela exclama.

— Querida, não acho que seja necessário tudo isso. — digo olhando para ela.

Vejo o carro de Jeremy passar por nós e virar em direção da saída da cidade. Dou sinal para Vick e logo ema olha para o policial. Só quero ver a explicação que ela dará ao homem.

— Podemos conversar com calma, senhora, e... — disse o policial.

Ela me olha, como se estivesse pensando em como dar fim nisso. Mereço mesmo!

— Amor... eu nunca iria te trair. — digo me aproximando dela. — Já disse que esse vestido era um presente para você. — pego em sua mão.

É muito estranho toda essa situação.

— Nunca mesmo? — ela pergunta. — Mas...

— Nunca em mil anos.

— E depois dos mil anos? — ela pergunta baixo.

— Dai te falarei que nem em mais mil anos. — sorrio de leve.

— Vocês são tão lindos juntos. — o policial diz baixo. — Não briguem mais não.

— Desculpa, seu policial. — Vick diz baixo ainda me olhando.

— Boa noite para vocês, pombinhos apaixonados. 

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora