Algumas semanas depois...
Ela...
- Você precisa descansar um pouco. – Disse Thon me abraçando apertado. – Está acordada desde que horas?
- Ela não dormiu desde ... – disse Vick.
- Desde a noite que Jeremy morreu. – Sussurro.
- Ele não iria querer que você ficasse nesse estado. – Vick me abraça. – Ele iria querer te ver bem.
- Ele iria querer que eu voltasse com Jhonatan.
- De onde tirou isso? – Perguntou Thon.
- Foi o último pedido dele. – Sussurro e fecho os olhos.
Jeremy morreu há dois dias, ele estava internado há dias e só piorava, até que ele não aguentou mais e... então...ele se foi em meus braços.
Poderia dizer que estou sendo totalmente forte por tudo o que tivemos, mas estou chorando igual uma criança que só quer o seu ursinho de pelúcia predileto. Jeremy era minha vida, era meu mundo, era minha casa. Eu o amava com todas as minhas forças, sentia isso com todos os meus nervos, todos as minhas células, cada pedacinho do meu corpo gritava pela presença dele. Jey havia se tornado uma parte de mim.
Os pais de Jeremy haviam chegado hoje de manhã para o velório, meu pai também estava aqui, Guilherme disse que viria um pouco mais tarde. Vick e Roger estão aqui em casa desde quando souberam da notícia, na verdade, Roger que está cuidando de tudo, pois a única coisa que estou sabendo fazer é chorar. Sheila apareceu por aqui, pediu perdão por tudo, disse que nunca quis o meu mal e que nunca iria desejar isso para Jeremy, alguns amigos de Jey estão na sala junto com meus sogros.
- Ninha, - disse Vick entrando no quarto. – Dona Tânia, Rubbia e Juli estão lá embaixo.
- O que elas estão fazendo aqui? – Digo sem me mover.
- Elas querem te ver, disseram que ficaram sabendo do que aconteceu e que vieram em paz. – Ela se senta na cama. – Elas sempre quiseram o seu bem, não deixe que o seu ódio por Jhonatan atrapalhe o amor entre você e elas.
- Acha que elas me amam? – Me viro para ela.
- Se não fosse por isso, elas não estariam aqui. – Vick passa a mão em meus cabelos. – Não acha?
- Já estou descendo. Vou tomar um banho, peça a Camila para que ela faça um chá para mim, por favor. – Me sento na cama. – Você viu o floquinho?
- Ele está na casinha dele. – Disse ela.
- Até ele sente falta do Jeremy. – Suspiro. – E quem não sentiria...
- Liana e Cleiton ligaram, disseram que estavam no aeroporto, mas que já estavam vindo para cá. – Vick completou. – Veja quantas pessoas amam vocês dois...
- Acha que ele ficaria feliz se soubesse que seria pai? – Digo me olhando no espelho.
- Você...está gravida? – Não digo nada. – Aneliz...
- Era o maior sonho dele, e agora ele nem ficou sabendo. – Vou até o guarda roupa e pego uma troca de roupa.
- Ele está feliz, independentemente de onde esteja. – Vitoria me abraça forte e chora junto comigo.
- Menina Aneliz! – Disse Juli assim que me vê descendo as escadas.
Abraço-a fortemente enquanto ela acariciava meus cabelos.
- Eu o amava Juli, ele era meu tudo. – Sussurrava.
- Não conheci ele, mas sei que ele te amava também, e continua te amando. – Ela continua acariciando meus cabelos.
- Liz. – Disse dona Tânia. – Não queríamos isso, você sabe minha menina. – Ela me abraça. – Não quero que você fique triste assim.
- Obrigada por tudo. – Olho para Rubbia e a abraço também. – Amo vocês três.
- Meu irmão...- disse Rubbia. – Ficou triste por saber o que aconteceu. Ele até queria vir, mas mamãe não deixou, então ele disse para te entregar esse papel.
- Ah, tudo bem, agradeça a ele por mim. – Pego o papel e coloco no bolso. – Vocês querem chá? Pedi para fazer um pouco, acho que dá para nós.
- Então...como vai a faculdade? – Disse Rubbia.
- Isso não é coisa para conversar agora. – Sussurrou Tânia.
- Tudo bem, é bom falar de alguma coisa que não seja sobre o Jeremy. – Sorrio fraco e pego minha caneca de chá, a mãe de Jeremy se juntou a nós enquanto seu marido conversava com meu pai. – Está indo bem, falta pouco tempo para acabar.
- Ainda está fazendo estágio? – Perguntou Juli.
- Não. – Bebo um pouco. – Por causa do estado de saúde do Jey, eu pedi afastamento. Mas também eu já estava a fim de sair. – Sorrio. – Acho que pediatria não é meu ramo.
- No que está pensando? – Disse a mãe de Jey. – Você não vai trancar outra vez...
- Na verdade, - olho para Vick. – Vou ter que ficar um tempo afastada, mas não agora.
- Mas por que menina? – Disse Juli.
- É o que estou pensando menina? – Disse Tânia, sorrio fraco. – Fico feliz em saber que notei mais uma vez...
- Do que estão falando? – Disse Rubbia.
- A Aneliz... – disse Vick.
- Não Vick, eu quero falar dessa vez... – olho para ela, e sorrio.
- Então fale Aneliz. – Disse minha sogra.
- Jeremy não sabia...aposto que ele ficaria feliz. – Olho-a.
Ela sorriu abertamente, posso ver as lagrimas em seus olhos.
- Estou esperado um filho de Jeremy. – Digo. – Eu sei, é meio difícil de acreditar, conversei com o médico dele e ele confirmou, disse que tinha uma pequena chance de isso acontecer.
- E aconteceu... – disse Vick. – Na verdade, nós duas estamos gravidas.
- Nós duas? – Disse Roger entrando na onde estávamos. – Quem mais está gravida?
- Eu vou ser avó, vou ter um neto. – Disse minha sogra se levantando e me abraçando, me beijando. – Jeremy ficaria muito feliz de saber que você irá dar um filho a ele.
- Ele está feliz dona Sônia, independentemente de onde ele está. – Digo olhando-a.
Olho para dona Tânia e sorrio, vou até ela e abraço.
- Eu... – procuro as palavras para continuar.
- Você sempre será a nossa menina. – Ela sorriu e beijou minha bochecha.
- Tânia, você também é uma avó para o meu bebê. – Digo sorrindo fraco. – Você foi como uma mãe para mim, então você tem esse direito, você e Juli... – Pego na mão de julieta.
- Meu neto terá três avós? – Perguntou Sônia. Olho para ela. – Ele será muito mimado.
Meu bebê não terá um pai...isso me deixa triste, mas oque me dá esperança é que nunca estaremos sozinhos, eu prometo meu bebê.

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Um Militar em Minha Vida
Teen FictionAneliz é uma moça que está sendo forçada a se casar por puro interesse de seu pai. Jhonatan é um jovem militar, afastado de suas atividades, forçado a deixar sua vida de solteiro para se casar com a moça que seu pai escolheu. Em quatro meses o amo...