Um Militar em Minha Vida

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Ela...

Já era umas nove horas da noite e até agora Jhon ainda não chegou. Já liguei e mandei mensagem para ele, mas só deu caixa postal, e a mesma coisa com Vick, já estava começando a pensar no pior.

- Menina, vamos jantar? – Disse Juli entrando na sala.

- Estou sem fome Juli. – Digo me sentando e cruzando as pernas. – Eles já deviam ter chegado.

- Eu sei minha menina, - ela suspira – também estou preocupada, mas ficar sem comer não vai ajudar em nada. – Ela me olha sorrindo levemente.

- Você tem razão, vamos comer. – Me levanto.

Coloco o celular no bolso e vou em direção da sala de jantar, vejo os avôs de Jhon já sentados na mesa, alguns tios e primos também estavam aqui, todos já sentados na mesa nos esperando. Me sento ao lado de Juli e sorrio para todos.

- Alguma notícia de Jhon Liz? – Disse a avó de Jhon.

- Ainda não, só dá caixa postal. – Digo olhando-a – depois do jantar vou tentar novamente.

- Espero que eles estejam bem. – Disse o tio.

- Também espero. – Digo colocando uma garfada de comida na boca.

Sinto meu celular vibrar, pego-o do bolso e vejo que era número restrito, recuso a ligação e deixo o celular em meu colo. Olho para Juli, que seguida todos os meus movimentos, e sorrio.

- Então Liz, como vão as coisas Jhon? – Disse Nayara, uma prima de Jhon.

- Estão bem, obrigado. – Forço um sorriso.

- Sabe, até agora não entendi por que ele veio com a tua prima e não com você. – Disse ela me olhando, reviro os olhos e solto o garfo no prato.

- Com licença, mas não sou obrigada a dar satisfação a ninguém, - me levanto da mesa. – Muito menos para você, priminha,

- Liz, espere... – ouço Juli me chamar, mas não paro e saio da casa.

Suspiro assim que saio para o jardim, vejo vários militares ao redor da casa e alguns até me olharam e se aproximaram lentamente. Sinto novamente meu celular vibrar e novamente era o número restrito, decido atender logo para ver quem que era.

- Alô? – Digo assim que atendo.

- Amei a ceninha do teu marido hoje no centro da cidade! – Reconheço a voz de Jeremy.

- O que você quer? – Olho ao redor e ainda vejo os militares. – Diga logo!

- Além do seu silencio e de ter você de volta? - Ele dá uma pausa. – Você sabe demais Aneliz.

- Gostaria de não saber. – Suspiro. – Eu não abri a boca para ninguém, não seria louca de arranjar mais problemas.

- Nem para o seu maridinho?

- Nem para ele. – Vejo de longe o carro de Jhon chegando na casa.

- Mas sua priminha sabe. – Disse ele. – Ela é outra que sabe demais e fala demais.

- Ela também não disse. Cara o que você quer de mim? – Digo segurando algumas lagrimas. – Você já tem o meu silencio, não vou dizer nada a ninguém, muito menos a Jhonatan, o que mais você quer?

- Quero você! – Ele dá uma pausa. – Se você terminar com teu queridinho maridinho e voltar para mim, eu deixo sua família e a família dele em paz.

- E o que acontece comigo? – Digo olhando para Jhon que conversava com alguns militares.

- Se você voltar comigo, você fica de boa, volta a ter aquela tua vidinha de antes. Caso ao contrário, irei ficar muito triste em ter que ir ao teu enterro. – Sinto um frio na barriga quando ele termina a última frase. – Tem uma semana para pensar, até lá irei te deixar em paz.

- Você não presta Jeremy. – Digo.

- Você sempre soube disso, bye amor. – Ele desliga o celular.

Fico olhando para o celular e suspiro fundo, fecho os olhos enquanto coloco o celular no bolso, abro os olhos e passo as mãos em meus cabelos.

- Maldita hora em que fui me envolver com ele. – Digo baixo e olho para meus pés.

- Falando sozinha amor? – Viro-me rapidamente para Jhon e o abraço forte. – Também estava com saudades amor. – Afundo meu rosto na curva do teu pescoço. - O que foi?

- Apenas estava com saudades mor. – Olho para ele enquanto enxugo umas lagrimas que escorriam de meus olhos.

- Aconteceu mais alguma coisa que eu sei, me falaram que você estava conversando com alguém pelo celular. – Olho para ele. – Não esqueceu que está rodeada de militares né?

- E tem como esquecer? – Sorrio fraco. – Vem, vamos para dentro.

Seguro em tua mão e o puxo, mas Jhon nem se mexe, volto a olhar para ele.

- Com quem estava conversando? – Ele me encara. – Era Anthony? – Faço que não com a cabeça. – Era teu pai? – Nego. – Era...?

- Jeremy. – Digo baixo.

- O que ele queria? – Ele pergunta.

- Amor, deixa isso quieto, por favor. – Digo voltando a puxá-lo.

- Não Aneliz, eu quero saber o que ele queria, quero saber por que estamos fugindo. – Solto de sua mão. – Mor, por você eu vou até o fim do mundo, mas eu preciso saber o motivo disso tudo. – Ele segura em meu rosto com as duas mãos. – Confia em mim.

- Ele queria me fazer uma proposta. – Olho no fundo dos olhos de Jhon. – Se eu voltasse com ele, a minha família e a tua ficaria em paz. – Suspiro. – Caso ao contrário ele ficaria muito triste em ir ao meu...funeral. – Sussurro a última palavra.

- Amor...- ele me abraça forte enquanto acariciava meus cabelos. – Vamos dar um jeito nisso.

- Ele disse que tenho uma semana para pensar nessa proposta. – Olho para Jhon.

- E o que você pensando em fazer?

- Eu... – suspiro e deixo algumas lagrimas escorrerem de meus olhos. – Eu não sei. – Passo a mão no rosto. – Não quero te deixar Jhon, mas não aguentaria saber que algo aconteceu com você ou alguém da nossa família por minha causa.

- Amor, vamos dar um jeito nisso. – Ele me abraça novamente e deposita um beijo no topo da minha cabeça. – Eu prometo.

- Eu amo você. – Sussurro.

- Eu amo você, Ane. – Ele sussurra de volta.