Seria inútil tentar fugir de você.

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Ela...

Já eram 21h da noite e até agora Jhonatan não voltou.

Oh, céus, estou parecendo àquelas noivas ciumentas.

Ele saiu com Thomas era quase 18h30min e até agora não voltou. Nesse exato momento estou deitada na cama dele, que agora também é minha, olhando o teto enquanto meu celular carrega. Já é nosso terceiro dia aqui.

Não havia nada para fazer, não olharei as gavetas das mesinhas de cabeceira ou do guarda-roupas, apesar do casamento ainda quero ter uma certa privacidade, e se quero ter essa privacidade, ele também terá.

Decido tomar um banho enquanto eles não voltam. Levanto-me da cama e pego outro vestido chato e minhas roupas íntimas e vou em direção do banheiro. Tiro o vestido que eu estava vestindo e ligo o chuveiro enquanto prendo meus cabelos.

Não pensem que aceitei a ideia de casar com alguém que nem conheço direito, apenas estou tentando passar a imagem da filha obediente. Após uns seis meses casada, pedirei o divórcio, papai fica com o dinheiro que ele tanto quer e volto para minha vida de antes, minha faculdade, meu trabalho.

Acabo de tomar banho e desligo o chuveiro, me seco e me visto ali mesmo, abro a porta e vejo Jhonatan em pé ao lado de onde estava meu celular. Ele me olha assim que percebe minha presença no quarto.

— Seu celular estava tocando. — ele se explica rapidamente.

Não digo nada. Um silêncio domina o quarto, ficamos nos olhando por alguns segundos até que desvio o olhar e vou até à mala onde minhas roupas estavam.

— Se for importante, liga depois. — digo baixo.

— Tem uma parte do meu guarda-roupa sobrando. — Jhonatan diz. — Se quiser colocar suas coisas lá.

— Aquela moça, que trouxe os bolinhos no meio da tarde. — olho ele. — Esqueci o nome dela...

— Juliana? — ele arqueia a sobrancelhas.

— Isso. — dou uma pausa. — Disse que eu poderia colocar minhas roupas no guarda-roupa. — fico de costas para ele. — Mas eu não queria mexer nas suas coisas.

— Ane, seu zíper está aberto. — ele diz.

Ane?

Eu realmente queria entender qual a graça de colocar zíper nas costas. Se algum estilista pudesse me explicar, fico agradecida.

— Poderia fechar para mim? — digo puxando meus cabelos para frente.

Olho por cima do ombro e vejo ele se aproximar lentamente, seu dedo toca minha costa nua e desce até onde o zíper estava, ele pega o zíper e o puxa lentamente, fechando o vestido, sinto sua respiração perto do meu corpo, como se estivéssemos quase colados.

Achei a utilidade do zíper nas costas. Obrigado, estilistas.

Assim que ele é fechado, sinto novamente seu dedo descer pelo caminho que acabou de subir, com certeza ele está vendo o zíper brilhante.

Sim, o meu zíper brilha.

— Jhonatan? — ouço uma voz feminina chamá-lo. — Por que trancou a porta?

— Ane está aqui. — ele respondeu ainda perto do meu corpo.

Ane... fica até melhor que Anelize.

— Seu pai está chamando para o jantar. — disse a moça. — Você e sua noiva.

— Já estamos indo, obrigada Juliana.

— De nada amor. — disse ela por fim, antes de ouvir seus passos se afastando da porta.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora