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Ela...

Acordo os poucos e percebo estar sozinha na cama, olho no relógio e era umas cinco da madrugada. Olho ao redor e não vejo Jeremy, levanto da cama e vou atrás dele. Ando até a cozinha e não o vejo, vou para a sala e ele não está lá, percebo a luz do escritório acesa me aproximo lentamente e ouço ele conversando com alguém pelo celular.

Abro a porta aos poucos e sorrio ao vê-lo, ele sorriu de volta, entro em seu escritório e me sento na cadeira que havia em frente à mesa dele. Percebo uma foto nossa de quando começamos a namorar, há uns nove anos atrás.

- Te acordei quando me levantei? - Disse ele após desligar o celular.

- Não. - Digo olhando-o. - Faz tempo que você levantou?

- Uns trinta minutos. Roger me ligou para acertar algumas coisas. - Jeremy anota algumas coisas no papel. - E como não queria te acordar com o barulho do celular, eu desci para o escritório.

- Jeremy ainda não me contou sobre esse teu novo negócio. - Digo baixo, ele para de escrever e me olha.

- Acho que esqueci. - Ele se levanta e se senta na cadeira do meu lado. - Então, lembra que há uns três anos atrás eu recebi uma proposta de um gringo para abrir umas casas noturnas?

- Sim, lembro. Não tem como esquecer. - Olho ele. - E?

- Depois de tanto tempo, as casas noturnas irão sair do papel. - Ele sorriu. - Daqui uns três meses vai ser a inauguração da primeira casa noturna e eu quero que você vá junto comigo.

- Nunca gostei desses lugares. - Olho ele.

- Eu sei Liz, mas esse lugar vai ser diferente dos outros. - Ele pega minha mão.

- E qual vai ser a diferença? - Ele me encara.

- Sem drogas. - Ele responde.

- Sem drogas? - Pergunto e ele confirma com a cabeça. - Quer que eu acredite que está abandonando o tráfico?

- Por favor... - ele entrelaça nossos dedos. - Você pode revirar a casa toda, não vai achar nenhum tipo de droga, nem bebida de álcool tem.

- E o que te fez mudar tanto assim? - Suspiro.

- Você. - Ele respondeu. - Aneliz, eu fui um tremendo idiota quando te conheci, não vi a mulher que você era. Mas quando te perdi, eu percebi você era a única que poderia me mudar e que queria me mudar de verdade.

- Não sei Jeremy. - Me levanto.

- Não estou pedindo para voltarmos. - Ele se levanta. - Apenas pensa...

- Não quero voltar a ser como antes. - Sussurro. - Nem quero ver as coisas que via antes.

- Você não vai, eu prometo. - Ele se aproxima. - Eu mudei amor, mudei por você. E prometo que essa mudança vai continuar.

Suspiro novamente, olho no fundo os olhos de Jeremy e vejo que está sendo sincero.

- Vamos voltar para cama. - Fui a única coisa que consegui dizer.

- Isso já é um começo. - Ele me puxou e me abraçou.

Voltamos para o quarto em silencio estávamos apenas de mãos dadas, deitei-me na cama de costas para ele e logo fechei os olhos, sinto a cama afundar atrás de mim e aos poucos Jey ia se aproximando. Depositou um beijo em minha nuca descoberta, o que me fez arrepiar e desligou o abajur, sinto sua mão pousando lentamente em minha cintura e acariciar levemente.

Aos poucos vou me deixando levar pelo toque dele, o toque que, agora, me acalmava e vou chegando mais perto de seu corpo até sentir teu peitoral nu. Viro-me para ele e dou um beijo em seu queixo, ajeito minha cabeça entre teu ombro e teu pescoço e acabo adormecendo.

- Bom dia bela adormecida, vamos acordar? – Ouço alguém dizer e abrir a cortina de uma vez, fazendo com que o quarto todo seja iluminado pela luz do sol.

- Ah não, deixa eu dormir mais. – Digo virando para o outro lado da cama.

- Já dormiu demais Aneliz. – Sinto a manta que estava me cobrindo, ser puxada de uma vez.

- Está bom, você venceu. – Abro os olhos devagar. – Bom dia amor, tudo bem? – Sorrio. – O que faz aqui tão cedo?

- Já viu que horas são? – Me sento na cama.

- Não, porque estava dormindo. – Coço os olhos.

- Jeremy me ligou logo cedo, era umas sete e meia, disse o que aconteceu, assim por cima, e pediu para vir conversar com você. – Vick se sentou na cama. – Por que não me chamou ontem mesmo?

- Na verdade, não queria conversar com ninguém. – Abaixo a cabeça. – Desculpa, só queria ficar sozinha.

- Mas você não estava sozinha. – Ela continua me olhando.

- Eu sei, Jeremy me fez companhia, comprou pizza, assistiu uns filmes comigo.

- E vocês dormiram juntos. – Completou ela.

- Não fizemos nada. – Digo baixo e me levanto. – Só dormimos juntos.

Calço meus chinelos e vou para o meu quarto, Vitoria vem atrás de braços cruzados.

- Ninha, Ninha cuidado em. – Ela se senta na minha cama enquanto vou ao banheiro.

- Eu sei Vick, mas ele mudou. – Apareço na porta do banheiro com a escova de dentes na mão. – Ele está mais paciente, brincalhão, transparente.

- Transparente? – Ela arqueia as sobrancelhas.

- Você sabe que consigo perceber o sentimento das pessoas pelos olhos né? – Ela confirma com a cabeça. – Eu percebo que ele está sendo verdadeiro quando diz que parou com o tráfico, que percebeu que errou muito comigo.

- E eu estou percebendo que você está voltando a ser enganada por ele. – Olho ela. 

Coloco a escova de dentes da boca e volto a entrar no banheiro. Fico de frente para o espelho e vejo a imagem de Vick atrás de mim.

- Desculpa, eu disse que ia te apoiar nas tuas decisões. Só estou preocupada com você.

Enxaguo a boca e coloco a escova no lugar, seco as mãos e viro-me para ela.

- Vou pedir o divórcio paraJhonatan.

Um Militar em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora