Perigo no hospital

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- Vamos. Rápido! - Ariane para o carro na frente do hospital.
Hanyel sai com Bianca nos braços e entra na recepção.
- Por favor, ela está muito mal, precisa de um médico.
- Calma senhor. O que houve? - Perguntou a enfermeira.
Ele sabia que não podia contar realmente o que houve, teve que falar aquilo que lhe veio na mente.
- Ela foi assaltada, o carro dela estava na estrada. Por favor moça!
- Chamem a polícia, temos que prestar queixa. Levem ela para o quarto 39. - Falou a moça para uns que traziam uma cadeira de rodas.
Eles pegam Bianca e levam para o quarto. Hanyel entra junto.
- Senhor, você não pode entrar...
- Eu irei entrar sim!
- Mas senhor...
- Eu entrei já! - Hanyel gritou do corredor.
Bianca estava delirando, estava perdendo muito sangue, seu pulso vertia e sua calça estava enxarcada de sangue. Arianr entra no hospital e vai atrás de Hanyel e Bianca.
- Senhora, você não pode entrar aí! - A enfermeira corre atrás de Ariane.
- Delegada Ariane. - Ela mostra o distintivo. - Eu posso entrar onde bem entender.

Aquele corredor parecia não ter fim. Ariane estava junto a Hanyel logo atrás dos enfermeiros que levavam Bianca.
- Blanca... Blanca... - Ela dizia com os olhos fechados.
Entram no quarto, Ariane e Hanyel não puderam entrar. Um médico entra na sala correndo, iria examinar o caso.
- O que ela fez com Bianca? - Ariane põe a mão na cabeça.
Hanyel a abraça.
- Vai ficar tudo bem...

Alguns minutos se passaram e saem da sala, os enfermeiros levando Bianca e o médico.
- Vocês estão acompanhando ela? - Perguntou.
- Sim, nós...
- Ela precisa de uma cirurgia urgente. Eu analisei e ela teve uma lesão no útero, na bexiga, intestino e em um dos rins. Não tem corte algum na barriga, creio que foi lesionada a partir da vagina.
- Minha Deusa... - Uma lágrima cai dos olhos de Ariane.
- Com licença, tenho que ir para a sala de cirurgia. Por favor esperem.
Hanyel abraça Ariane e os dois sentam nos bancos do corredor.
- Eu vi ela... ela perfurava Bianca com as garras... eu fiquei apavorado. E ela... ela parecia estar gostando. Estava em transe, eu não sei... um feitiço...
- Elas apareceram... - Ariane abaixa a cabeça. - Nossos pesadelos voltaram!
O corredor vazio do hospital, dava uma agonia nos dois que viam os minutos passarem como horas.
O maior hospital da cidade parecia não ter ninguém ali. Tudo estava quieto, tudo o que ouviam eram as batidas do pé do Hanyel no chão.
- Esta demora está me matando. - Hanyel passou a mão no cabelo.
- Espero que ela fique bem.
Ele olha para Ariane e segura a mão dela.
- Bianca é forte! Só ela que não sabe disso.
Os dois se entreolham e trocam sorrisos.

                                     ...

Havia se passado três horas. Hanyel e Ariane esperam sentados de mãos dadas. A fome e a angustia estava corroendo cada um.
- Será que...
- Não! Ela está bem! É uma cirurgia complicada, mas não difícil.
- Assim espero, Hany. Assim espero. - Ariane olha para o fim do corredor.
- Até que enfim uma enfermeira. - Falou Ariane.
Uma mulher aparece no fim do corredor e para para observar os dois.
- Não... espera...
- O quê?
- Ela... - Ariane aponta o dedo.
Hanyel olha. A bruxa negra estava parada com o véu cobrindo seu rosto enquanto sorria.
- Maldita! - Hanyel se levanta.
- Não, Hanyel! Espera... ai - Ariane põe a mão no abdômen.
- Ari! O que houve?
- As dores... ai... ela... ela está fazendo doer novamente!
- DESGRAÇADA! O QUE VOCÊ QUER?? - Hanyel grita com a voz tomada por pura raiva. - Ari... sente-se, eu vou chamar ajuda! Enfermeira! Enfermeira! Alguém?
Ninguém respondia, parecia só existir eles e a bruxa Negra.
- Vocês irão ficar na minha mão! - Uma voz soou no corredor.
- Vagabunda! - Ariane grita com dor.
- Ai... isso... me chama de vagabunda! Hahahaha!
- Maldita! - Hanyel corre em direção da bruxa que ria freneticamente.
Ele estica sua mão e faz um trinco da porta romper e virar uma lâmina.
- Acha que eu não sei uma dor sua? - A bruxa disse ao erguer a mão. - Desabe, bruxo Eledom... desabe.
Ele sente uma pontada na cabeça e cai no chão.
- Hanyel! - Ariane chama pelo amigo.
- Você não vai ajudá-lo! - A bruxa ergueu a mão e Ariane também cai ao chão.
Uma dor insuportável tomava seu abdômen e seu peito. Hanyel estava contorcendo-se ao chão, em sua mente vozes tortuosas e imagens pertubadoras pareciam sugar sua sanidade.
- Não! Não... ela não... ela não. - Ele dizia com a mão na cabeça e com os olhos vidrados.
- Hany... - Ariane começou a se arrastar no chão.
- Não... - Hanyel repetiu e um grande estrondo foi ouvindo no hospital.

-

- O que foi isso? - Disse o médico em meio a cirurgia de Bianca.
Oa enfermeiros ficaram observando os equipamentos tremendo.

-

Hanyel tremeu, outro estrondo ecoou pelo hospital. Ariane tentava se aproximar, mas as dores eram fortes demais. Ele tremeu outra vez e outro estrondo ecoou, mas agora a estrutura do hospital foi atingida. As portas de madeira rangiam, as maçanetas e bancos balançavam.
- Hanyel! - Ariane se arrastava para tentar alcançar o amigo.
Ele estava tendo uma crise, se não fosse controlado, poderia levar a baixo todo o hospital. Estava tremendo ao chão, suas mãos se prenderam na cabeça, seus nervos haviam endurecido e seus poderes não tinham controle.
Primeiro o chão começou a tremer, logo pequenas rachaduras foram aparecendo na parede. A bruxa no fim do corredor ainda ria. Ariane olha para ela e ela ergue o véu. Seu rosto branco, escamoso e frio era como de uma serpente, seus olhos pareciam transmitir um medo irracional.
- Eu tenho o desejo... - Disse a bruxa Negra.
- Calada! - Ariane se retorce de dor
- O desejo de consumir o corpo de cada um de vocês! - Ela disse e a dor em Ariane aumentou, Hanyel também foi atormentado e ambos soltaram gritos de dor.
Ariane usa o resto de suas forças, estica a mão para a bruxa e a empurra bruscamente contra a parede, fazendo um rombo no concreto, logo lança ela para o corredor ao lado. Sua dor some, ela dá um respiro aliviada, levanta cambaleando e corre até Hanyel. As luzes estavam piscando, as paredes tremiam e do chão subia uma vibração estranha.
- Hany, eu estou aqui! Fique calmo, eu estou aqui. Por favor, ela se foi, volte para mim. - Ela disse ao encostar a testa na de Hanyel.
Ela sentiu o alívio, o chão nao vibrava nem as paredes tremiam. As portas estavam paradas, apenas as luzes ainda piscavam.
- A-Ari...
- Hany... - Uma lágrima brota no olho de Ariane. - Você está bem?
- Você está bem? - Hanyel pergunta.
- Sim, eu estou.
- Então eu também estou. - Ele esboça um sorriso.
- Meu grandão... - Ela beija seu rosto. - Vamos, levante-se... não quero você internado também.
Os dois se põe em pé, Hanyel se apoia em Bianca e ambos voltam a sentar-se nas cadeiras do corredor.
- Ela te machucou?
- Um pouco... mas eu também machuquei ela... - Ariane olha para o buraco qur a cabeça da bruxa fez ao ser lançada contra a parede.
Um enfermeiro aparece no corredor.
- Vocês estão com aquela moça de cabelos curtos cacheados? - Pergunta ele.

...

As luzes incomodavam seus olhos, as vozes ao seu lado pareciam estar externamente longe.
- Ela parece estar acordando!
- Olá senhorita Lima!
- Hanyel! Não chama ela assim!
- Tudo bem, tudo bem... olá, bela adormecida.
- Como você pode ser tão insuportável? - Bianca fala com voz fraca.
- Oi Bianca... como se sente? - Ariane pergunta.
- Meu corpo dói, o que houve comigo?
- Logo nós contamos, agora descanse. - Hanyel passa a mão nos cabelos da amiga.
- Não mexa no meu cabelo!
- Opa! Será que já pode receber alta? Se já está se incomodando, podemos voltar para casa.
Bianca ri, seu sorriso contagia seus amigos.

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