Além da inquisição

Sentimentos

Ariane perambulava descalça pelo prédio, segurando uma canela de chocolate instantâneo fumegante. O luar filtrava pelas janelas enormes que o prédio possuía. Os soldados e generais andavam por todos os lados. Ela vê que a porta do escritório de Victor estava entreaberta. E em um baque se fecha.

Victor estava sentado em sua poltrona vendo alguns papéis. Quando Camila entrou em sua sala. Vestida com uma camisola vermelha de renda.
- Camila já lhe disse que não quero mais nada com voce.
Victor diz sem tirar seus olhos dos papéis.
- Eu sei que ainda pensa em meu corpo em sua cama! - ela se aproxima se sentando na mesa em frente a Victor Hugo e retirando os papéis de suas mãos.- Você me deseja ainda. Você pode ama-la. Mais fica excitado ao me ver vestida assim.
Victor desvia o olhar.
- Camila por favor se retire!
Ela ergue seu rosto pra encara-la. Uma de suas mãos descem até seu membro e o toca por cima da calça. Victor solta um gemido de prazer.
- O que lhe disse?
Ela sorri. Abrindo o zíper da calça.
- Camila!
A mesma sorri com malícia e morde o lábio.
- Só hoje! - ela diz se sentando em seu colo.
Victor percebe que a porta está entreaberta e estica a mão a fechando com um baque.
- Só hoje! - ele repete e a beija.

Ariane se aproxima, cantarolando um música de Black Veil Brides. Ela leva a mão até a maçaneta da porta, está trancada.
- Está trancada. Porque ele trancaria?
Pergunta com a mão no queixo. Ela sabia como abrir um porta.- Moço a alguém aqui dentro?
Um soldado passa por ela, ele para quando ela dirige a palavra a ele.
- Não sei senhora. O Senhor Victor não costuma ficar no escritório a essas horas.
- Obrigado!
Ele assente e volta a caminhar. Ariane coloca sua caneca de chocalate sobre um mesinha que havia no canto e retira um grampo de seu cabelo.
- Lá vamos nós. Descobrir seus segredos Victor Hugo!
Ela coloca no lugar da chave o grampo e começa a girar com cuidado. Ela estica a mão até a maçaneta, olha pra ver se não há ninguém vindo. Ela abre devagar.
Ela fica boquiaberta com o que vê, Camila estava no colo de Victor nua. Ela rebolava em seu colo e o mesmo apertava sua carne e a beijava.
Victor abre os olhos e a vê parada na porta com a boca aberta. Ele para de beijar Camila que continua a rebolar.  Ao perceber que Victor olhava em direção a porta ela para e olha também.
- Não queria atrapalhar! Já estou indo. Podem continuar.
Ariane diz.
- Ariane! - Victor a chama.
- Foi mal. Estou indo.
Ela sorri e saí apressadamente, mas sem Victor perceber ela pega uma pasta preta que estava em uma estante.

Victor retira a camisola de Camila a deixando nua, ela rebola em cima do seu membro o excitando. Victor massageia seus seios e a beija. Ele abre os olhos ainda beijando Camila e vê Ariane parada na porta. Sua expressão era de decepção. Mais um sorriso cruel se formou em seus lábios.
- Não queria atrapalhar! Já estou indo. Podem continuar.
Ariane diz e se vira pra sair.
- Ariane.- ele a chama, ela pede desculpas e saí rindo.
Ele empurra Camila de seu colo.
- Não acredito que vai me negar por causa daquela vagabunda!
Camila grita o mesmo fecha sua camisa.
- Saía! - ele diz jogando a camisola pra Camila.
- Argh! Por causa daquela puta vai me recusar é isso?
- Puta é você!- ele lhe dá um tapa na cara.- Saia daqui!
Ela veste a camisola e saí. Lágrimas de ódio caiam.
Victor soca a mesa.
- Seu idiota!!

Ariane entra no quarto, com a pasta perto do peito. A cena que virá a incomodou. Victor dizia que a amava e no mesmo tempo trepava com Camila no escritório.
Ela se senta na cama. De certa forma sentia algo por Victor ainda. Estava confusa. Ela gostava de Leonard. Mas nunca fora capaz de esquecer Victor.
Ela abre a pasta. Sua atenção é atraída, ela pega um dos papéis e começa a ler.
- "Inquisição de 2017.

A sociedade em que vivemos hoje está correndo sério risco de vida. Seus filhos, suas famílias podem ser apagadas por essa aberração de bruxos existentes..."
- E bla bla bla. - Ariane revira o olho.
Mais adiante ela encontra uma carta. Aonde tinha o nome da bruxa que a atormentara a vida inteira.
- "Meu querido Giovanni

Venho através dessa carta comunicar que minha partida está próxima. Tenho certeza que quando ler já não estarei aqui. Mas como lhe disse Victor será seu sucessor... Victor herdera o talento seu. Já imaginava que a bruxinha depressiva do vento me mataria com ajuda do bruxo da terra e da Necromante...."

- Então ela sabia que iria morrer? E ela sabia do que aconteceria no futuro.
Ariane balança a cabeça. Ela vê que a maçaneta da porta está se mexendo. Ela joga os papéis embaixo da cama. Pegando o controle e um pote de pipoca que está em cima do criado. Ela liga a Tv.
Victor entra. Sua expressão estava chateada e triste.
- Você poderia ter batido!
Ele vai até ela.
Ela o olha comendo pipoca.
- Não costumo fazer isso! Aliás tem quartos pra isso.
Ariane volta sua atenção pra Tv.
- Porque está agindo como se isso não te afetasse?
- Porque não me afeta na verdade.
Ariane sorri debochadamente.
Ele se senta ao lado da cama.
- Pra falar a verdade vocês dois combinam. - diz.- Dois traidores e idoitas. Dariam um belo casal.
Victor a olha, não conseguia ver nenhuma expressão em seu rosto. Com o tempo ela aprendeu esconder seus verdadeiros sentimentos de uma forma impossível de ser capaz de enxergar.
- Olha estou com sono. Agradeceria se me deixasse sozinha.
Ariane diz desligando a Tv. E colocando o pote de pipoca no mesmo lugar de antes.
Sem dizer nada Victor apenas saí da sala, Ariane suspira. E se deita na cama. Ela fecha os olhos e acaba adormecendo.

Victor vai até o terraço do prédio.
- Porque você faz isso com você mesma?
Ele fala alto, quase gritando.
Ele olha pra cidade. Sua vida nunca foi feliz, só pode sentir felicidade quando se apaixonou pela garota bruxa. Mas essa felicidade foi arrancanda quando seu pai decidiu aparecer novamente. E agora que tinha a chance de reconquista-la tinha Leonard. Um cara legal, simpático. Do jeito que Ariane sempre sonhou.
- PORQUE?
Ele grita e cai de joelhos puxando seus cabelos. Não poderia se quer imaginar a perder. E perder seu amor. Ele sabia que ainda ela o amava. Bastava apenas reacender essa chama.