Passos descem pela escada.
- Onde vai? - Pergunta Bianca.
- Irei ao centro da Capital. Quer algo?
- Hum... creio que não, caso lembrar de algo, ligo para avisar.
- Tudo bem, irei indo, a previsão diz que irá chover.
Bianca caminha até Hanyel.
- Como se sente hoje? - Ela aproxima sua mão na testa do amigo para ver sua temperatura. - Sua cabeça não dói?
- Hoje não, sinto-me bem.
- Ok, bom passeio.
- Obrigado. - Hanyel lhe beija a testa. - Até mais.
- Até!
Hanyel fecha a porta, logo em seguida, pega seu carro e sai.Dobrando a esquina da rua Dr. Vagner Cruz, Hanyel estaciona o carro e liga o alarme. Alguns policiais rondavam o centro, o número de furtos e homicídios caíram drasticamente após o implante da guarda reforçada nas ruas da capital mais conhecida de todo Brasil.
Ele caminha alguns metros e entra no mercado, estava movimentado, não havia nenhuma vaga no estacionamento do estabelecimento.
- Boa tarde! - Disse a uma senhora que de vez em quando ia no Colégio visitar uma professora.
A senhora responde. Hanyel pega uma cesta e começa a fazer as compras. Passando pelo corredor de frios, pega queijo e requeijão. Vira-se e pega leite, algumas frutas, legumes, carnes, algumas bolachas e biscoitos.
Passando no caixa, um homem a sua frente observa o clima.
- Ixi... vai chover!
- Vai mesmo! - Hanyel respondeu.
- Sorte que a água não me incomoda... me completa!
Hanyel o observa por um momento, olhando noa olhos verdes do homem ruivo com algumas sardas que falava com ele.
- Para um aquaris a água é tudo. - Solta um sorriso de canto.
O homem olha para Hanyel, assuntado temendo que fosse alguém da AOM.
- V-Você... - O homem gagueja.
- Sou um Eledom! - Hanyel sussurra para não ser ouvido por outras pessoas.
O homem ruivo também abre um sorriso e estica a mão para cumprimenta-lo.
- Somos poucos, porém somos fortes!
- Sim... és corejoso de morar aqui na capital ainda.
- Não seria corajoso se fugisse do meu passado.
- Próximo! - Disse a moça do caixa.
O homem passa suas compras, se despede em um aceno. Hanyel também passa as suas e sai do mercado.Ao chegar próximo ao carro, seu celular toca, era Bianca.
- Sabia que me ligaria!
- Ora! Você disse para ligar caso quisesse algo!
- Sim, sim hahaha, vamos, diga o que queres, meu bem.
- Quero que compre óleo de girassol, acabou e as saladas ficam pesadas com o óleo de soja.
- Acabei de sair do mercado, vou guardar as compras no carro e voltarei.
- Não, não precisa, achei que estivesse no mercado ainda.
- Ah, pare. Não me custa nada. - Hanyel apoia o celular no ombro e abre a porta do carro, guardando as sacolas. - Estou voltando lá, quer algo mais?
- Só isto mesmo! Vou lhe deixar, até mais!
- Não, espere... vamos ficar conversando.
- Ok, ok haha... irá ver Ariane no plantão?
- Não sei, me parece que está meio movimentado lá.
- Deve mesmo, fim de ano é assim.
Hanyel fecha o carro e vai pela calçada, um pingo de chuva cai sobre sua cabeça.
- Opa, começou a chover! Vou acelerar.
Ele para, a avenida estava movimentada, ficou esperando para poder passar. Mais gotas de chuva começam a cair.Um carro preto vem na avenida, sem placa, vidros escuros, Hanyel olha para ele.
Dentro do carro, um homem estava estressado pelo trânsito.
- Vamos logo!
- Desculpe-me senhor, não posso fazer nada em relação ao trânsito.
- Tudo bem, tudo bem! - Disse irritado abaixando o vidro do carro.
O céu cinzento começava a trovejar, pingos de chuva começavam a cair no mesmo ritmo. Ele vê um homem de cabelo comprido parado na calçada.
- Esta postura... - Disse o homem.Na calçada, Hanyel remexia os dedos como se tocasse um hurdy-gurdy.
- Estes movimentos com a mão... - O homem volta a falar.
O carro se aproxima de Hanyel, que olha fixamente no vidro do passageiro que estava aberto.
Seus olhos paralisaram ao ver aquele homem de olhos azuis que o observava com expressão assustada.- Hanyel... - O homem disse ao passar lentamente em frente a Hanyel.
Foi como uma pancada na cabeça. Hanyel sentiu aquela pontada que parecia estar perfurando seu cérebro. Aquele homem, aqueles olhos, ele conhecia ele. Não acreditava no que vira. O carro passa e vai embora, a janela se fecha lentamente.
- Hanyel? - Bianca fala no celular. - Está aí?
Hanyel não conseguia responder, sua cabeça rodava.
- Não pode ser... - Disse.
- O que? Hanyel? O que aconteceu?
- Ele...
- Hanyel!!! Você está bem?
- Bianca...
- FALA, HANYEL! VOCÊ ESTÁ BEM?
- Ele está vivo...
O celular cai no chão. Ao tocar o chão, parecia um terremoto. Tudo tremeu, os carros bateram uns nos outros. As placas caíram ao chão, pessoas corriam e tudo ao redor estava rachando.
- HANYEL!!! - Gritava Bianca.Paralisado com as mãos tremendo, Hanyel se mantia em pé em meio a imensa dor de cabeça e em meio a destruição que estava causando.
- HANYEL! - Bianca grita. - HANYEL!! HANYEL!!! Hanyel!
Tudo escureceu, os gritos de Bianca entraram em sua mente. O som do tremor também. A escuridão fez seu corpo cair. E logo abrir os olhos.
- Hanyel! - Bianca falava. - Hanyel, se vai assistir filme então não durma na sala.
- Bianca?? Ele... eu...
- O que?
- Bianca...
- Fala logo! - Bianca pega o controle remoto e desliga a TV.
- Aqueles olhos...
- Que olhos, seu doido?
- Os olhos azuis... o rosto palido... o cabelo... o cabelo negro...
Ele olha para Bianca. Ela começou a ter uma expressão assustada.
- Hanyel...
- Bianca... - Ele se levanta. - Ele está vivo!
O controle cai das mãos de Bianca.
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Além da inquisição
FantasyTreze anos se passaram após a grande explosão que deu fim aos Campos de Inquisição. A raça dos bruxos está se extinguindo. Os três bruxos, aprendizes da Necromante, cresceram e se tornaram bruxos extremamente hábeis e poderosos, mas alguns problemas...