Além da inquisição

Vozes

Tarde de domingo Hanyel se senta próximo ao lago. Sua cabeça dolorida, parecia que ia explodir a qualquer momento. Bianca se aproxima com Ariane.
- Tudo bem Hany? - Ariane pergunta enquanto se senta ao seu lado no gramado.
- Dor de cabeça. Excesso de trabalho.
Bianca coloca sua mão no ombro do amigo
- Estamos preocupadas você está tendo dores de cabeça direto como no passado.
Hanyel suspira.
- Talvez seja ela.
- A bruxa negra?
- Sim.- Hanyel olha para água que reflete seu rosto.- Mas não quero acreditar nessa possibilidade.
- Ninguém quer.- Ariane diz cabisbaixa.
Ela se levanta.
- Me desculpem. Mas tenho que ir resolver um problema na delegacia.
- Problema? No domingo?
- Sim. Parece que capturaram um criminoso que estava sendo procurando pela justiça. E quebrou a Semi.
- Entendi. Bom trabalho então.
Hanyel se levanta e lhe da um abraço e um beijo em sua testa. Bianca a abraça.
- Se cuida doida.
Ariane sorri.
- Pode deixar.
Ela se afasta deixando os dois a observar.
- Ela passa muito tempo fora.
- É seu trabalho Hanyel.
- Eu sei. Mas ela se sobrecarrega demais.
- Tenho que concordar. Sem falar que ela lida com pessoas perigosas.
- Esse é o meu medo. Mas eu sei que ela acaba com qualquer um se ela quiser. Então fico mais calmo.
- Pode ter certeza que a bruxa do vento não deixa barato.
Os dois riem.
- Mas então Hanyel como foi as provas que você aplicou nos seus alunos sexta?
- Huum. Um horror.
Hanyel franje a testa.
- São tão burrinhos assim?
- Alguns. Outros são um verdadeiro desastre. Só dois se salvam.
- O pior que o bimestre está acabando. Temos que entregar as notas daqui uns dias.
- Essa é minha preocupação. Vou passar um trabalho para ver se não vão com notas muito baixas.
Bianca se senta em um tronco.
- Eu passei a prova e um trabalho para meus alunos. E dei um tarefa em sala de aula valendo 3,0 pontos. Mas acho que vou ter que passar algo a mais para eles.
Hanyel se encosta em um árvore e cruza os braços sobre o peito. Seus cabelos grande estava preso em um coque.
- Acho que no nosso tempo era mais fácil.
- É. Também acho.
- Como dizem os tempos mudam. Sinto falta daquele tempo. Das brincadeiras em sala de aula.
Bianca sorri.
- Eu não sinto tanta falta assim. Mas de algum modo queria viver novamente.
- Lembro da primeira vez que entrei na sala de vocês. Vocês me olharam.
Ele ri ao lembrar do ocorrido.
- Eu lembro. Eu comentei com a Ariane. Que você parecia ser um cara legal.
- Eu via a Ariane como um patricinha.
- Nunca entendi o porque disso.
- Não vou explicar. Mas era o jeito dela. Mas depois que falei com ela percebi que estava errado.
- Viu nunca julgue alguém pela sua aparência.- os dois sorriem.
- Sim....
- somos os prometidos.... Somos o desastre .... Somos seus demônios.... Somos os espíritos...
Hanyel e Bianca se olham.
- O que é isso?
Bianca vai ao lado de Hanyel.
- Não sei...
O leve grunhido soa sobre as copas de árvores e pela floresta inteira.
- somos os prometidos... Somos o desastre... Somos seus demônios... Somos os espíritos...
Ouvem novamente, as vozes eram roucas e melancólicas.
- NÃO HÁ NADA O QUE SE POSSA FAZER... SOMOS TUDO AQUI QUE VOCÊS MAIS TEMEM... SOMOS A DESTRUIÇÃO... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
- Hanyel isso não está certo!
Risadas ecoam pela floresta.
- Vamos sair da floresta Bianca!
Os dois saem apressados, galhos se quebram, risadas os seguem, passos arrastados atrás dos amigos fazem os dois se arrepiarrem.
- Não podem fugir de nós... Hahahaha
A floresta parece rodar para os amigos, eles param e veem as árvores os fechar.
- Hanyel! Vamos ter que fazer algo!
Hanyel assente e ajoelha colocando a mão no solo.
Logo a terra começa a tremer. E as raízes das árvores se quebram. O solo se racha.
Bianca lança bolas de fogo.
- Acordem... Acordem agora!
Hanyel e Bianca se olham, estavam suando. Não tinha nada ali, as árvores estavam intactas. Os passaros voam tranquilamente pelo céu azul.
- Então isso foi só uma ilusão?
- Bianca... Eles estavam tentando nos torturar.