Capítulo 6

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Os dias iam se arrastando em São Miguel do Gostoso, parecia que o tempo não passava, tamanha era a saudade que eu estava da Minha Loura, eu poderia estar curtindo bem mais a viagem se não fossem os compromissos com o "romance de novela", "flagras" e fotos na piscina, etc. Como sempre digo estou no meu limite, outro dia, fomos para mais uma balada, rolaria show sertanejo, nem preciso dizer que estava sendo obrigado a ir para mais um compromisso do "romance de novela", estava me sentindo sufocado.

- E aí cara curtindo a festa? - Ricardo um grande amigo me pergunta.

- Pô cara queria tá, mas não tá dando não. Ele sabia de tudo, aliás naquele grupo de amigos poucos não sabiam o que estava rolando realmente.

- Tá difícil mesmo né, cara vai a dica liga o foda-se, só por hoje, liga pra Ju e tenha uma noite mais feliz.

- Brigadão cara, vou mesmo tchau - saí dali correndo praticamente, estava arriscando, sim estava, mas Minha Loura valia qualquer risco.

Já estava quase saindo de onde rolava a festa, quando topo com a minha colega de "romance de novela"

- Aonde cê vai? - me pergunta

- Eu tô vazando fora

- Pô cara você não pode, temos que cumprir...

- Eu posso fazer o que eu quiser - interrompi seu discurso

- Você que sabe, depois não reclama

- Eu que sei mesmo - estava sendo grosso? Talvez, mas tenho meus motivos.

- Agora fui - já ia saindo quando ela fala...

- Vai correndo ligar pra ela né? Achei que a gente depois de tantas viagens, cara a viagem pros Estados Unidos foi linda, a gente se divertiu tanto, pensei que a gente podia ficar juntos de verdade.

- Cara desde o início você sabia o real motivo desse "romance de novela", você foi muito beneficiada com ele, sua paga tá sendo bem alta, aproveita bem, você trabalhou por isso.

- Rodrigo eu...

- Cara eu sempre joguei aberto com você, tudo que eu fiz foi pela Ju, pelo amor da gente.

- Rodrigo, ela também tem o seu "romance de novela" pra administrar. Será que ela também não se envolveu com ele como eu...

- Cara não julgue a Ju por você, ela é fiel, digna, ...

- Entendi ela é a princesa e eu sou a vadia.

- Eu não disse isso.

- Rodrigo quer saber vá se ferrar com sua patricinha loura, vocês dois se merecem.

- Sim, mais do que se merecer, a gente se completa.

- E você quer que eu acredite que um baladeiro como você, vai se contentar com uma vidinha mais ou menos com a garota perfeita?

- Olha cara, não que te interesse, mas nada me faz mais feliz que essa ideia no momento, já fui bem mais baladeiro, só continuo sendo por causa desse trabalho com você, mas já não tô suportando mais.

- Obrigada pela parte que me toca com tanta sensibilidade.

- Cara não faz a vítima por que não combina com seu perfil.

- Meu perfil de vadia?

- Não com seu perfil de buscar oportunidades.

- É algum crime buscar oportunidades?

- Não quando se tem consciência do que elas implicam positiva ou negativamente.

- Entendi, sua princesa é diferente de mim na busca das oportunidades, levando-se em conta que eu e ela trabalhamos o mesmo personagem.

- Ju move tudo que faz pelo amor, ela busca oportunidades sim, mas de nós dois podermos ter liberdade pra ficarmos juntos e viver um amor de verdade. Ela entrou nisso por altruísmo, generosidade.

- Ah tá Rodrigo, agora você quer que eu acredite...

- Não cara, eu não quero que você acredite em nada, as razões da Ju não te dizem respeito.

- Você é muito otário cara, vai lá fica com a sua bonequinha de porcelana, cuidado pra ela não quebrar.

- Vou sim, sabe por que? Porque ela é a mulher da minha vida. Você sabe muito bem disso, eu sempre deixei claro que tudo isso pra mim é um trabalho. Mas já que você finge que não entende, então lá vai...

- EU NÃO SOU APAIXONADO POR VOCÊ.

- EU AMO A JULIANA, SEMPRE AMEI E SEMPRE VOU AMAR.

- Agora me dá licença que eu vou indo - saí de lá depressa, pra trás eu deixava um coração partido, mas não era só o dela? Pra falar a verdade eram três corações partidos nisso tudo, quanto ao dela, acho que nem tão partido assim, ela era "apaixonada" não por mim, mas sim por tudo o que o "romance de novela" proporcionava a ela, visibilidade, conforto, algo que promovia deslumbre mesmo.

Judrigo Peito Aberto (Confissões e Decisões)Onde histórias criam vida. Descubra agora